O Trigêmeos do Magnata romance Capítulo 370

Não tinha sido à toa que Anthony percebera que Nigel havia comprado o apartamento para ela tão imediatamente, ele também tinha um apartamento ali. Entretanto, aquilo era tão inesperado que Anne se sentiu tão abalada quanto se visse Anthony comendo fast food na rua.

Ela queria ignorá-lo e ir embora, mas um barulho vindo da sacada a fez olhar para trás.

Anthony estava encostado na cadeira. O copo em sua mão escorregara para o chão, estilhaçando-se, enquanto ele parecia completamente relaxado, com a cabeça inclinada para o lado, os olhos fechados e o rosto pálido.

― Ele desmaiou? Posso fingir que não o vi? ― murmurou a jovem, mas sabia que sua consciência não a deixaria em paz.

Não importa o quanto ela temesse e se ressentisse de Anthony, ele ainda era o pai de seus filhos. No entanto, ela não podia simplesmente chamá-lo... Ligar para Bianca também não era uma opção, Afinal, a pianista questionaria como Anne sabia onde Anthony estava.

A única pessoa de quem Anne sabia o número de contato e não teria que se preocupar com palavras era Xander, mas quando ligou, o diretor financeiro não atendeu.

Enquanto, frustrada, pensava no que fazer, viu o telefone preto na mesinha de centro que pertencia a Anthony.

Então, se agachou para se esconder atrás do parapeito, deixando apenas os olhos de fora para observar qualquer movimento repentino e ligou para Anthony.

O telefone vibrou, mas o magnata continuou dormindo, enquanto o aparelho vibrava e escorregava lentamente, até cair da mesa.

Anne arregalou os olhos em descrença.

― Não é minha culpa se o telefone tiver quebrado. Meu Deus, isso é tão irritante! ― Anne falou consigo mesma, antes de se levantar e gritar: ―Anthony! Anthony! Acorda! ―

Nem assim o homem respondeu, e ela não podia simplesmente ignorar seu estado. Entretanto, não queria chamar a ambulância. As reações do magnata eram sempre imprevisíveis e ela não tinha como saber o que ele faria quando acordasse em um hospital. Ela não queria ser punida por ter tentado ajudar.

Então lançou um olhar para a varanda. Ficava a um metro de distância. Apavorada com a altura, ela não teve coragem de pular. No entanto, se ultrapassasse o parapeito, havia uma pequena marquise que unia os dois apartamentos. Assustada com o vento que soprava para cima, virou a cabeça e se pressionou contra a parede com as duas mãos segurando as janelas enquanto se movia lentamente em direção à varanda.

Aterrorizada, a jovem não conseguia olhar para baixo.

― Maldito seja, Anthony! Se eu morrer por sua causa, vou assombrá-lo! Por que estou fazendo isso? Fui humilhada, torturada e controlada por você... Agora vou morrer por você também? Eu só me pergunto se devo algo de nossas vidas passadas a você... ― a jovem falava sozinha, tentando burlar o próprio medo.

Ela moveu as pernas com firmeza, enquanto respirava fundo. O vento estava deslizando pelas aberturas entre sua pele e suas calças e ela podia sentir a força de suas pernas se esvaindo, sabendo perfeitamente que se caísse, até sua mãe teria dificuldade em reconhecer o corpo.

Anthony simplesmente perdeu a consciência por um momento devido à dor no estômago, mas não pensou em ligar para ninguém ou tomar qualquer remédio quando começou a se sentir mal, afinal, não era a primeira vez que aquilo acontecia. Entretanto, quando despertou, olhou para o lado e presenciou a cena de Anne agarrada à parede, como uma lagartixa, no vão entre os dois apartamentos.

Ele simplesmente observou sem dizer uma palavra enquanto a jovem lutava para se mover para o lado, seus dedos ficando dormentes de tanto agarrar a borda da parede.

Apenas quando a jovem se virou para verificar o quão longe estava, encontrou o par de olhos escuros e taciturnos que a observava com curiosidade.

Assustada, ela tropeçou e perdeu o equilíbrio.

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