O Trigêmeos do Magnata romance Capítulo 841

A tragédia com o pai de Anne ainda se mantinha viva em sua memória, e o assassino continuava foragido. A moça não conseguia acreditar que sua mãe também havia partido. Elas tinham ficado separadas por um dia e agora não podiam mais se ver, pela eternidade. Por que Deus a tratou assim? Por que deveria ser ela a perder o pai e a mãe? A governanta se aproximou e a encarou.

— Senhorita, o que é isso? —

— As cinzas da minha mãe. —

— O que…— A governanta se assustou, duvidando se suas palavras eram verdadeiras. Vendo que Anne parecia arrasada, teve que acreditar.

Foi uma notícia inesperada.

— Ainda há alguma comida preparada pela minha mãe? Estou com fome. —

— Não vi nada pronto, Anne... — Disse a funcionária.

— Naquela manhã, ela disse que fez um café da manhã para mim, mas eu saí correndo sem comer... — Lágrimas brotaram dos olhos de Anne, que sentiu como se seu coração estivesse sangrando. Por que não comeu a última refeição feita pela mãe? Não conseguiria mais comer...

— Bem, mesmo que consigamos encontrar a comida, já deve ter estragado. Senhorita, você quer comer um pouco? Posso preparar algo agora mesmo… Eu já vi muitas vezes a senhora Vallois preparar os pratos que você gosta... Volto num instante. — A governanta se virou e foi até a cozinha.

Anne sentou-se lá e esperou por algum tempo, até que, meia hora depois, uma porção de sua macarronada preferida foi servida. A jovem se aproximou do prato, pegou os talheres e, com lágrimas nos olhos, experimentou.

— Isso não tem o mesmo gosto do que minha mãe faz. É diferente... —

A governanta suspirou e disse:

— Vou guardar o almoço e você pode comer mais tarde. —

Depois que a governanta saiu, Anne ficou sozinha na sala, sentada em silêncio, olhando para a urna da mãe. A moça sentiu que a sala estava muito iluminada, e sua mãe definitivamente não gostaria disso, por isso a jovem se levantou e apagou todas as luzes da mansão, que subitamente mergulhou na escuridão. Como eram apenas seis horas, ainda não estava completamente escuro lá fora, mas o interior da casa ficou tenebroso.

O Rolls-Royce estacionado em frente à mansão não saiu de lá. Anthony, que estava sentado no banco de trás com as luzes do veículo apagadas também, parecia submerso na escuridão, como uma fera adormecida, olhando para a luz da casa. Quando toda a iluminação da mansão se apagou, o homem desembarcou e andou até lá. Ao entrar na sala, as solas de seus sapatos fizeram seus passos ecoarem pelo lugar. Na escuridão, podiam-se ver silhuetas dos móveis na sala e de uma pessoa imóvel, deitada de lado no sofá.

Anthony acendeu as luzes. Os olhos abertos de Anne tremeram de desconforto, mas não houve outra reação dela.