O Trigêmeos do Magnata romance Capítulo 871

— Por que eu não estou conseguindo? Eu não sou assim... — Anne bateu com a mão na própria cabeça, sem conseguir entender a dificuldade para se concentrar.

Mesmo que estivesse difícil, ela precisava despachar os documentos. Aquela empresa era o legado de Nigel, o fruto do trabalho, do sangue, do suor e das lágrimas de seu pai.

A jovem ainda travava a batalha pessoal quando a porta do escritório foi aberta, sem que batessem, pedindo permissão para entrar. Por isso, Anne pensou, de imediato, que fosse Anthony novamente. Entretanto, quando olhou para cima, viu Bianca, com a expressão arrogante costumeira.

A pianista usava um par de óculos escuros e uma máscara facial. Afinal, a cicatriz no rosto não se recuperaria tão rápido.

— Parece que você ainda está aqui. Achei que a esta altura você teria morrido nas mãos de Anthony. Que vida resiliente. Não é bom ser tão apegada, você pode trazer infortúnio para outras pessoas. —

Bianca mantinha a mesma expressão sarcástica desde o momento em que entrou. Então caminhou até a cadeira em frente à mesa do escritório e sentou-se, depois tirou os óculos escuros, e encarou Anne.

— De qualquer forma, você não parece muito bem. Tenho certeza de que esses dois dias foram bem difíceis, não é? —

Anne não disse nada, mas pegou o telefone e ligou para o ramal da segurança.

— Mande alguém para meu escritório, agora mesmo. —

Bianca estreitou os olhos e perguntou:

— Para quem você está ligando? Está pedindo ajuda? —

— Você tem coragem de aparecer na minha frente, depois de tudo? — disse Anne.

— Por que não teria? Se eu tenho Anthony, de quem eu preciso ter medo? Não de você, é claro. Se você não teve os dois braços quebrados por Anthony foi graças a minha enorme misericórdia. — Bianca sorriu presunçosa.

Mas, o rosto de Anne mantinha uma expressão indiferente, mesmo sabendo que o que Bianca dizia era verdade. Além do mais, o único motivo pelo qual ela era intimidada era justamente por culpa de Bianca. E agora Anne não teria nem a ajuda dos pais, podendo ser ainda mais intimidada, oprimida e abusada por Anthony.

Sem pedir licença, Bianca pegou o documento da mesa de Anne, deu uma olhada e jogou no chão. Então olhou para Anne provocativamente, tentando desafiá-la a encostar nela novamente.

— Você está brava, não é? Mas o que você pode fazer? Você é tão patética que não tem permissão nem para expressar sua raiva. —

Entretanto, Anne não precisava sujar as mãos:

— Você sabe por que Anthony nunca quis tocar em seu corpo? —

— Tire suas patas imundas de mim! Você sabe quem eu sou? É melhor você me largar. Eu sou a noiva de Anthony Marwood. Posso facilmente pedir a ele que compre esta empresa! Eu já mandei me soltar, seu porco maldito! — Bianca disse com raiva.

Preocupado, o segurança vacilou, afinal, ele já tinha ouvido falar o suficiente sobre o poder daquele magnata.

Anne sabia que Anthony era realmente poderoso, tanto que até ela, nova proprietária da empresa, era uma marionete para ele.

Bianca aproveitou para argumentar:

— Anne, qual é o sentido de você me contar tudo isso? Se Anthony realmente se importasse com o que eu fiz, por que não rompeu o noivado? Eu já disse isso antes, não importa o que eu faça, ele sempre estará do meu lado. Quanto a você... Cada pequeno erro traz consequências trágicas. Isso só vai piorar daqui para a frente. Veremos! — ela disse condescendentemente e então se virou e se afastou.

Anne olhou para baixo. A vida dela já era trágica o suficiente.

O olhar perdido da jovem focou no relógio e, só então, percebeu que estava perto do fim do expediente. Quando ela lembrou que já era hora de ver Anthony novamente, só desejou que o tempo parasse.

— Mamãe! — Os trigêmeos gritaram, ao mesmo tempo, então correram para dentro do escritório e a abraçaram.