O Trigêmeos do Magnata romance Capítulo 878

Anthony fez um carinho na cabeça de Charlie e disse:

— Ela estava bem cansada e ainda dormindo. Não a incomodem, certo? —

— Certo! — Os trigêmeos responderam, em uníssono.

Em seguida, Anthony os carregou escada abaixo para que tomassem café da manhã, antes de mandá-los brincar.

Apenas as dez horas da manhã Anne acordou e sentou-se na cama, sentindo-se confusa. A exaustão que tomava conta de seu corpo a esgotava mais e mais, por mais que dormisse bastante. Ela olhou pela janela sem expressão, desejando poder dormir para sempre.

Sem controlar os pensamentos, imaginava que teria muita sorte se acabasse morrendo durante o sono, mas então percebeu que não era algo que uma pessoa azarada como ela deveria esperar.

Entretanto, aquela era sua maior possibilidade de alívio, afinal, a felicidade estava muito longe de seu alcance.

Sentindo a cabeça menos pesada, levantou as mangas do pijama de seda e removeu o curativo do ferimento. Os cortes tinham começado a cicatrizar, mas a pele ao redor ainda estava avermelhada.

Anne passou o dedo pelas cascas e sentiu a superfície irregular. Ela não sabia como tinha conseguido sobreviver aos últimos dias, e descrever-se como uma morta-viva teria sido um eufemismo.

Aquela parte de seu corpo, capaz de se recuperar, parecia simplesmente deslocada demais para ela, então, sentiu uma forte necessidade de mudar aquilo. Por isso, colocou as unhas sobre a crosta começou a romper, com sangue escorrendo da ferida.

No início eram apenas algumas gotas de sangue, mas logo se transformaram em um fluxo que escorreu, manchando o cobertor.

— O que você está fazendo?! — Anthony entrou no quarto e segurou a mão dela.

Havia sangue nas pontas dos dedos, escorrendo para a palma da mão e depois para o pulso. Logo, havia sangue no cobertor e nos braços dela.

A expressão do magnata era de completa perplexidade, enquanto respirava pesadamente e tentava controlar as próprias emoções.

Finalmente, Anne reagiu, mas apenas para enfrentar o magnata:

— Você está bravo? Você quer me trancar em uma gaiola, não é? Me diga onde fica que eu posso rastejar até lá, sozinha. —

As veias no pescoço de Anthony começaram a aparecer quando ele olhou para ela, sem saber o que fazer para reafirmar sua autoridade.

Foi então que ouviram batidas na porta. Anthony respondeu e Kathryn entrou no quarto logo em seguida.

A primeira coisa que a médica percebeu foi que a atmosfera no quarto era tão tensa que o ar parecia congelado. A segunda coisa foi o sangue que sujava os lençóis e cobertas.

Anthony soltou o pulso de Anne e caminhou para o lado. Assim, Kathryn ocupou o lugar que o magnata estava e retirou a bandagem do braço de Anne, revelando o ferimento recém-aberto. Ela estudou as marcas irregulares e arranhões e percebeu que o ferimento havia sido aberto com as unhas. Mais uma vez, Anne era a única que poderia ter feito tal coisa. Ela havia cometido automutilação mais uma vez.