Os Irmãos Cavalcanti: Rendida romance Capítulo 14

Gabi

- Boa tarde. - cumprimentei a todos, me lembrando de ser educada. - Perdão pelo atrasado, o voo atrasou e..

- Se fosse mais responsável teria vindo mais cedo, não? Exactamente para não sair prejudicada por esses atrasos. - aquela voz potente que um dia falou coisas pecaminosas no meu ouvido enquanto me comia como um animal soou alto na sala. Mas seu tom de voz me incomodou.

- Bem, como a mulher responsável que sou, primeiro cumpri os meus compromissos na faculdade e fui ao aeroporto, a culpa não foi minha! - rebati me sentando na cadeira vazia ao lado de Lucas.

- Oi Gabi. - Lucas sorriu desconfiado para mim, talvez se perguntando porquê eu estava ali.

- Oi Lucas. - respondi sorrindo fraco. Davi me fuzilava com os olhos.

- Acho que não nos conhecemos, quer dizer, tenho certeza. Meu nome é Gustavo. Prazer em conhece-la Gabi. - apertou minha mão e foi educado, apesar de ter sentido a desconfiança também.

Estava desconcentrada demais!

Por quanto tempo eu esperei lhe ver? Jesus! Esperei dia e noite que me ligasse.

Andava preocupada com meu pai, mal comia, mas sempre pensava nele.

E agora, estou aqui! Com ele!

Nessa situação..

Imagino que ele assim como os irmãos devem estar se questionando quem sou eu. Mas isso pouco me interessa nesse momento, estou olhando para ele, é realmente ele!

Como meu corpo pede que ele me beije e me toque, nesta situação?

Ah Deus, o que está acontecendo!

Mal percebo quando advogado começou por ler algo como uma carta de Emílio, o que me fez desviar a atenção para ele.

Na carta, falava sobre a sua família, pedia perdão e depois sobre mim. Quando me conheceu e do amor que sentiu por mim.

" Eu, Emílio Márcio Cavalcanti, Brasileiro, viúvo... " começou por ler o testamento de herança.

" ... deixo para Davi Márcio Cavalcanti, de 32 anos de idade, 1/4 das ações da empresa Cavalcanti, uma casa em.. " ditou umas 7 casas em lugares diferentes, carros, ações em outras empresas e depois leu a parte que cabia a Lucas e de seguida a Gustavo. Então, mencionou meu nome.

" Para Gabriela Monteiro, de 20 anos de idade, deixo 1/4 das ações da empresa Cavalcanti, onde junto com meus 3 filhos dirigirá a empresa em meu nome junto com os outros sócios, uma casa no Leblon, Rio de Janeiro, uma cobertura em Ipanema, Rio de Janeiro, uma casa em Nova Iorque e 1/4 de todo dinheiro presente em todas as minhas contas. "

- A porra de 20 anos! - ouvi Davi resmungar baixinho.

Estava passada! Emílio me deixou tudo isso! Como, porquê?

O que eu farei com tanto dinheiro?

Jesus!!

Depois de ler tudo, assinamos alguns documentos e fomos dispensados.

Eu não queria esse dinheiro todo! O que eu vou fazer com tudo isso? Não basta as casas caríssimas ainda me deixou absurdos de dinheiro!

Meu Deus papai o que se passava na sua cabeça? Me pergunto com carinho.

- Então, almoça com a gente? Acredito que a gente precise conversar. - Gustavo convida.

Eu devia? Mas isso significaria estar com Davi e assim talvez ele fale comigo e a gente se resolva.

- Sim, eu concordo. Eu vou.. mas eu vim sem carro então se puder me levar com você eu agradecia.

Gustavo ia responder quando Davi se pronunciou.

Eu soluçava alto de tanto que eu chorava.

Porquê?

Eu menti, eu sei, mas eu o queria tanto, como eu nunca quis ninguém!

Dei o meu endereço do meu Ap na Tijuca e abracei meu próprio corpo, chorando.

Ansiei vê-lo durante todos esses meses, e agora ele me odeia.

O que eu fiz de errado? Eu nunca olhei para Emílio com outros olhos!

Emílio é um pai para mim e eu o amo como pai!

Davi tem que entender isso! Eu o amo!

Agradeci ao homem quando cheguei ao apartamento. Subi para o último andar e encontrei Priscilla sentada na sala.

- Mulher o que você tem? - ela pergunta assim que fita meu rosto.

- Davi. - chorei novamente. - Ele me odeia Cilla, me chamou de puta oferecida, falou que eu abria as pernas pra Emílio e que era pra eu ficar longe! - chorei nos seus braços.

- Como assim? Ele estava lá? É filho de Emílio? - perguntou e eu assenti com a cabeça. - Puta merda! Que filho da puta! Ele não tem que julgar você assim, não sabe de nada que acontecia! Que babaca.

Nos sentamos no sofá e conversámos por horas.

Minha amiga tentava me acalmar como conseguia, mas eu só queria que Davi percebesse o que realmente aconteceu.

Tomei meu banho logo depois e me meti nas cobertas. Eu só queria desaparecer!