Os Irmãos Cavalcanti: Rendida romance Capítulo 27

Gabi

A consulta estava marcada para as 5 horas da tarde.

Priscilla queria muito ir comigo, mas tinha uma reunião marcada para as 4 horas.

Portanto Theo iria comigo. O que era bom pois o pai normalmente acompanhava todos esses processos..

E uma vez que estávamos nessa..

Chegamos mais cedo ao hospital e aguardamos a nossa vez.

Quando entramos, o doutor parabenizou me e pediu que eu me deitasse na maca.

Após a ecografia e ultrassom vaginal, o médico confirmou 6 semanas de gravidez.

O remédio tinha falhado e pronto. Agora seria mamãe.

Estava tudo bem com o bebê, o médico apenas recomendou que eu comesse mais, evitasse estresse e tomasse ácido fólico para evitar malformações no neném.

Era muito cedo para saber o sexo do neném e eu não me importei.

Agradecemos e saímos.

- Você acha que é menina ou menino? - perguntei pra Theo.

- Se for menina será linda como você. - sorriu para mim e me abraçou.

Sorri de volta.

Quando nos afastamos eu vi Davi.

Era a primeira vez que eu o via desde que eu disse que estava grávida de Theo.

Estava abatido..

Com olheiras e uma tala na mão.

Nos fitámos e ele desviou o olhar.

Meu sorriso morreu.. aquilo me rasgou por dentro.

Mas disfarcei e saímos.

Ao chegar a casa, pouco depois quase 7 horas da noite, fomos recebidos por Priscilla.

- O bebê está ótimo, mas ainda é muito cedo para ver o sexo. São apenas 6 semanas. - expliquei.

- Muita comida e nada de estresse para esta mocinha. - Theo acrescentou, rindo.

- É verdade. Vou preparar algo para a gente comer. - comentei.

- Não, você vai se sentar enquanto eu preparo o jantar. - Priscilla se levantou.

- Por favor, eu estou grávida, não inválida. Até onde eu sei, gravidez não é doença! - reclamei mas me sentei.

Priscilla riu.

Deixei que ela cozinhasse.

Fui tomar meu banho enquanto Theo a ajudava.

Ainda não acreditava que estava grávida, meu Deus.

Foi uma surpresa enorme e o tempo era tão ruim.

Mas já amava meu neném mais que tudo!

Me lembrei do olhar de Davi..

Se as coisas não tivessem sido como foi, estaria comemorando com ele que seríamos pais.

Estaria comemorando a gravidez com ele.. nos amando.

Mas era tudo diferente.

Suspirei de cansaço e vesti meu pijaminha.

Me sentei conversando com Priscilla e Theo.

Comemos conversando animadamente e depois Theo foi embora.

- Tudo bem? - Priscilla perguntou.

- Mais ou menos.. Davi me viu com Theo hoje no hospital. - comentei.

- Olha, você está agindo mal. Davi foi um grande filho da puta, mas amiga, você está sendo também. Pense muito bem por favor. Ele vai ser pai e precisa saber, Gabi. - ralhou, me fazendo chorar.

Malditos hormónios!

- Não precisa chorar. Só precisa pensar muito bem meu amor. - me abraçou.

- Estou tão perdida! - lamentei.

Conversou comigo na minha cama até que eu peguei no sono.

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6 meses depois

Gabi

O tempo passou rápido..

Minha barriga estava enorme!

- Não grite comigo! E se eu não visitava nem telefonava é por sua culpa! Esqueceu porquê que eu saí de casa? Porque você praticamente queria me vender! Exigia que eu fosse algo que não era nem sou. - lembrei.

- Não é? - riu. - Está aí, grávida de um rico que nem se casou com você. Porquê? Está dando o golpe. Mas anda, eu preciso de cem mil reais. - me olhava com ódio. Ódio que eu não entendi.

- Você está louca? Eu não estou dando golpe em ninguém! Eu tenho o meu dinheiro.

- Seu dinheiro? Sua ingrata desgraçada! Esse dinheiro devia ser meu. - me empurrou e eu bati contra o carro parqueado do meu lado.

Ela me agarrou pelos ombros e me abanava para frente e para os lados. Eu me debatia e tentava agarrar seus braços, mas ela estava possessa e me fez bater forte contra o carro.

- Você não teria nada se não fosse por mim!! - ela tremia de raiva.

Logo uma dor forte apertou meu ventre. Fechei os olhos com força e gemi de dor.

- Gabi? Meu Deus.. o que.. o que a senhora fez? - Priscilla se aproximava correndo.

Minha mãe fugiu tão logo Priscilla chegou.

Minhas pernas tremiam e eu mal me mantive em pé.

- Você está sangrando Gabi! - me apoiou no seu ombro, preocupada, e me ajudou até ao carro.

- Amiga está doendo muito! - choraminguei, gemendo de dor.

Ela já colocava o carro em marcha, muito nervosa.

Conseguiu pegar no celular e ligar para Theo.

Colocou no viva voz do carro.

- Theo! Theo! É a Gabi, ela está sangrando e com muita dor, estamos a caminho do hospital e depois eu explico. - desligou logo em seguida. - Calma, está tudo bem. Você vai ficar bem. - me garantia.

Meu vestido estava manchado. O sangue não parava de escorrer.

Eu tremia de dores.

- Está doendo muito! - chorei, gemendo.

Quando chegamos ao hospital, ela parqueou e logo veio me ajudar.

Agarrou meus ombros e me ajudou a sair do carro.

Eu mal me punha em pé, de tanta dor.

Um dos seguranças do hospital nos ajudou e me carregou para dentro.

Fui colocada em uma maca e logo estava sendo empurrada para dentro do hospital.

- Meu bebê não, por favor. - chorava, apertando a mão da minha amiga. - Eu não posso perder o meu bebê. Está doendo muito! - a dor era insuportável e eu gritava a cada vez que sentia crescendo.

Então o médico colocou uma máscara de ar no meu rosto e me senti dormindo aos poucos.