Perdição de Vizinho romance Capítulo 2

Ella

Após um dia exaustivo, finalmente chego em meu apartamento e me jogo com tudo no sofá. O miado do Tom, minha bola de pelos, me faz olhar para o lado.

— Oi, meu amor. Como foi seu dia? — acaricio seus pelos macios e ele roça a cabeça em minha perna — O meu foi extremamente cansativo e estressante. Você deve estar com fome, não é mesmo? — como se entendesse a minha pergunta, ele solta um miado constante.

Dou risada, balançando os ombros.

— Vamos lá, esfomeado. — Mesmo sem forças, levanto e ele desce do sofá, me seguindo.

Sigo para o banheiro, tomo um banho relaxante, debaixo da água morna e lavo os cabelos que não vê água há dias.

Cubro meu corpo com uma toalha e saio do box secando meus cabelos. Sem querer, minha visão vai diretamente para a janela do apartamento de frente ao meu e lá está ele. Usando apenas uma calça de moletom, expondo seu abdômen definido, com as linhas indo em direção a parte interna da calça.

Suspiro involuntariamente, quase gemendo. Sinto um calor entre as pernas, minha buceta dá uma pulsada de leve sempre que vejo aquele corpo quase desnudo.

Que homem gostoso!

A sensação de calor é tamanha, que nem parece que acabei de sair do banho. Minha boca enche de água e penso o quão louco seria se eu caísse na cama desse homem. 

Não, Ella! Definitivamente, não.

Sou tirada dos meus devaneios com o toque do meu celular, ou melhor, o berro.

É a mamãe.

Já imagino seu discurso diário de que preciso sair mais e me divertir.

— Oi, mãe. — atendo um tanto desanimada.

— Filha, quanta saudade a mamãe estava de você. Faz dias que não me liga. 

— Me desculpe, mãe. Sei que estou sendo uma péssima filha, mas o trabalho no escritório tem exigido muito de mim, tem sido impossível, até mesmo, pensar em férias. — sento na cama, soltando uma lufada de ar.

— Ah, minha filha… Você precisa descansar, sair e se divertir um pouco, faz anos que sua vida tem sido monótona, casa, trabalho, trabalho e casa. 

Reviro os olhos, porque já conheço esse discurso de cor e salteado.

— Eu sei, mamãe. Prometo que tirarei um tempo para mim, o mais breve possível. 

— E aquele seu vizinho gostoso, já resolveu dar uma chance a ele? — sua voz está carregada de malícia.

— Mamãe!

— O quê? Transar não tira pedaço, Ella. E você bem que está precisando, já deve estar com teias de aranha nessa periquita. — por mais louca que ela possa ser, sempre consegue me fazer rir.

— A senhora me mata. Como irei transar com um cara que nem conheço e nunca trocamos uma palavra sequer? 

— Estou falando de transar, não casar, querida. Acha que seu pai foi o primeiro homem da minha vida? Eu já curti muito, meu anjo. Posso estar velha, mas sei das coisas.

— A senhora sabe bem que não sou assim. Além disso, não tive nenhum homem desde o Marcelo. Acho que nem sei mais como se faz…

— Meu amor, transar é como andar de bicicleta, uma vez que se aprende, nunca se esquece. 

— Tudo bem, mamãe. Mas, esqueça esse assunto, não irei dormir com meu vizinho. Ele realmente é muito gostoso, porém, não vou cair na cama de qualquer um, que no dia seguinte nem se lembrará do meu nome. 

— Você diz isso agora, mas não é o que parece, quando fica suspirando, vendo ele através da janela de seu quarto. Aposto que já se tocou várias vezes pensando nele. 

— Santo Deus! Esqueça isso de uma vez por todas, mãe! — a repreendo por querer entrar demais em minha intimidade.

— Ok, não está mais aqui quem falou.

— Vou desligar, preciso muito descansar, hoje o dia foi daqueles. — passo a mão nos olhos e bocejo.

— Tudo bem, querida. Venha me visitar o quanto antes, essa velha sente sua falta.

— Eu irei, prometo.

— Te amo, filha. Se cuida.

— Também te amo, mamãe. 

Encerramos a chamada e acabo rindo das pérolas dela.

O Tom mia, se enroscando em minhas pernas.

— Vamos comer, meu anjinho. — levanto da cama e vou até à cozinha.

Encho o comedor dele de ração e começo a preparar meu jantar ao som de Big Girls Don’t Cry — Fergie. 

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