Perverso romance Capítulo 16

Marisa me ajudava a vestir o vestido quando Sebastian adentrou o quarto bufando, usando um colete preto por cima da camisa social branca, já está quase pronto para a cerimônia. A mulher tentou cobrir o vestido usando seu corpo, pois não era comum o noivo ver a noiva antes do casamento.

Sebastian estava com os punhos cerrados.

— Senhor, ainda não pode ver...

— Saía daqui! — Ordenou com a voz grave, quase um grito.

Assustando Marisa que saiu correndo com o rabo entre as patas.

Sebastian andou em passos largos até mim, tive que erguer a cabeça para encará-lo, respirava com força.

— Continua querendo fugir, você é impossível...

— Nicolae já foi dizer a você? Ah! Que inesperado! — Cruzo os braços.

Ele quebra a barreira que nos separava, caminhei para trás até minha costa colidir com a penteadeira. Ele colocou as mãos nos dois lados da penteadeira impedindo que eu escapasse.

Virei meu rosto.

— Quando vai entender que não tem escapatória? Isso só me faz querer te prender aqui até você morrer!

— Já não estou?!

— Você testa minha paciência sempre, até ela acabar!

Olho para ele.

— Você me trouxe porque quis.

— Sim, estava muito feliz vivendo com os ratos naquele buraco, não é? — As veias no seu pescoço estavam saltadas. — Eu deveria ter realmente matado você quando tive oportunidade.

Eu estava lutando contra as lágrimas.

Sebastian respira fundo, o ar sai de seus nariz e vai diretamente para meu rosto. Seus lábios tremeram por alguns instantes quando ele olhou para os meus.

— Se tem medo não vai fazer nada durante a cerimônia.

— Não tenho medo de você.

— Tenha pelas pessoas que gosta aqui dentro.

Os olhos dele caem para meu braço roxo após Nicolae me segurar com força, seu cenho franze e ele segura meu braço.

— O que é isso?

— Seu irmão fez questão de me avisar que eu morreria caso fizesse algo. — Puxo o braço de volta.

As narinas dele dilatam.

Então ele me solta saindo em disparada do quarto.

Caio no chão sem forças nas pernas, não tinha forças para mais nada.

Durante todos esses meses me apeguei a falsa ideia de que Ethan não estava morto, ele daria um jeito de vir me buscar, ele nunca me deixaria presa aqui. Agora isso parecia incerto e falso, embora já fosse, mas foi só a partir daquele momento que me dei conta: Ethan morreu. Estava morto. Não viria me buscar.

° ° °

Faltavam poucos minutos para eu entrar. Ao lado do caminho que eu passaria estavam todos os amigos e parentes de Sebastian, era ainda mais triste não ver nenhum rosto conhecido. Pelo menos a cerimônia era pequena.

Eu segurava com tanta força o buquê que os caules nas flores já estavam murchos.

Depois que Sebastian saiu do quarto, Marisa me ajudou a retocar a base borrada e deu os toques finais no meu vestido.

— Jade, pode entrar. — Avisou a cerimonialista.

Apertei meus olhos com força.

Comecei a caminhar pelo tapete vermelho, Sebastian esperava por mim no fim do corredor usando um smolking preto, me encarando sem expressão alguma.

As pessoas nas cadeiras ficaram de pé enquanto tocavam a macha nupcial em um violino.

Segurei as lágrimas, mesmo com meu lábio inferior tremendo.

Chegando embaixo do arranjo de flores, nos viramos para frente enquanto o padre começou a cerimônia.

Sentia o olhar de Sebastian queimar sobre a minha pele, talvez ele estivesse esperando que eu fizesse qualquer movimento, porém minhas forças se esgotaram, eu nunca seria dona da minha própria vida.

A cerimônia foi longa, quando me dei conta o padre já havia chegado perto do final.

— Aceito. — Murmurou Sebastian.

— Jade Klein Becker, aceita Sebastian Stan como seu legítimo esposo...

A voz do padre ficou cada vez mais distante, a vontade de chorar aumentou.

— A-aceito. — Respondi.

— Pelo poder investido em mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Todo esse tempo eu esqueci dessa pequena parte, o beijo que oficializaria o casamento. Sebastian se vira para mim, esperando que eu fizesse o mesmo, mas ao invés disso, meus pés não me obedecem. Ele então agarra meus braços e une nossos lábios. De Imediato senti vontade de empurrá-lo, mas ao perceber o quanto seus lábios eram quentes me senti confortável. Minha expressão amedrontada caiu.

Seus lábios abriram espaço para aprofundar o beijo, foi então que me dei conta, aquele era o Sebastian, o mesmo homem que me obriga a passar por isso.

Afasto nossos lábios, ele passa seu braço ao redor da minha cintura e todos aplaudiram.

Espero que eles não tenham notado minhas bochechas vermelhas.

[...]

Uma pequena festa foi preparada para os convidados, eu não conhecia ninguém então permaneci sentada na mesa indicada para mim e Sebastian.

Em um palco improvisado uma mulher cantava uma música calma e suave, todos observavam ela enquanto eu virava as taças de champanhe nos lábios. Sebastian observava a apresentação ao meu lado, em partes parecia tão infeliz quanto eu.

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