Perverso Capítulo 15

Marisa me ajudava a vestir o vestido quando Sebastian adentrou o quarto bufando, usando um colete preto por cima da camisa social branca, já está quase pronto para a cerimônia. A mulher tentou cobrir o vestido usando seu corpo, pois não era comum o noivo ver a noiva antes do casamento.
Sebastian estava com os punhos cerrados.
— Senhor, ainda não pode ver...
— Saía daqui! — Ordenou com a voz grave, quase um grito.
Assustando Marisa que saiu correndo com o rabo entre as patas.
Sebastian andou em passos largos até mim, tive que erguer a cabeça para encará-lo, respirava com força.
— Continua querendo fugir, você é impossível...
— Nicolae já foi dizer a você? Ah! Que inesperado! — Cruzo os braços.
Ele quebra a barreira que nos separava, caminhei para trás até minha costa colidir com a penteadeira. Ele colocou as mãos nos dois lados da penteadeira impedindo que eu escapasse.
Virei meu rosto.
— Quando vai entender que não tem escapatória? Isso só me faz querer te prender aqui até você morrer!
— Já não estou?!
— Você testa minha paciência sempre, até ela acabar!
Olho para ele.
— Você me trouxe porque quis.
— Sim, estava muito feliz vivendo com os ratos naquele buraco, não é? — As veias no seu pescoço estavam saltadas. — Eu deveria ter realmente matado você quando tive oportunidade.
Eu estava lutando contra as lágrimas.
Sebastian respira fundo, o ar sai de seus nariz e vai diretamente para meu rosto. Seus lábios tremeram por alguns instantes quando ele olhou para os meus.
— Se tem medo não vai fazer nada durante a cerimônia.
— Não tenho medo de você.
— Tenha pelas pessoas que gosta aqui dentro.
Os olhos dele caem para meu braço roxo após Nicolae me segurar com força, seu cenho franze e ele segura meu braço.
— O que é isso?
— Seu irmão fez questão de me avisar que eu morreria caso fizesse algo. — Puxo o braço de volta.
As narinas dele dilatam.
Então ele me solta saindo em disparada do quarto.
Caio no chão sem forças nas pernas, não tinha forças para mais nada.
Durante todos esses meses me apeguei a falsa ideia de que Ethan não estava morto, ele daria um jeito de vir me buscar, ele nunca me deixaria presa aqui. Agora isso parecia incerto e falso, embora já fosse, mas foi só a partir daquele momento que me dei conta: Ethan morreu. Estava morto. Não viria me buscar.
° ° °
Faltavam poucos minutos para eu entrar. Ao lado do caminho que eu passaria estavam todos os amigos e parentes de Sebastian, era ainda mais triste não ver nenhum rosto conhecido. Pelo menos a cerimônia era pequena.
Eu segurava com tanta força o buquê que os caules nas flores já estavam murchos.
Depois que Sebastian saiu do quarto, Marisa me ajudou a retocar a base borrada e deu os toques finais no meu vestido.
— Jade, pode entrar. — Avisou a cerimonialista.
Apertei meus olhos com força.
Comecei a caminhar pelo tapete vermelho, Sebastian esperava por mim no fim do corredor usando um smolking preto, me encarando sem expressão alguma.
As pessoas nas cadeiras ficaram de pé enquanto tocavam a macha nupcial em um violino.
Segurei as lágrimas, mesmo com meu lábio inferior tremendo.
Chegando embaixo do arranjo de flores, nos viramos para frente enquanto o padre começou a cerimônia.
Sentia o olhar de Sebastian queimar sobre a minha pele, talvez ele estivesse esperando que eu fizesse qualquer movimento, porém minhas forças se esgotaram, eu nunca seria dona da minha própria vida.
A cerimônia foi longa, quando me dei conta o padre já havia chegado perto do final.
— Aceito. — Murmurou Sebastian.
— Jade Klein Becker, aceita Sebastian Stan como seu legítimo esposo...
A voz do padre ficou cada vez mais distante, a vontade de chorar aumentou.
— A-aceito. — Respondi.
— Pelo poder investido em mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Todo esse tempo eu esqueci dessa pequena parte, o beijo que oficializaria o casamento. Sebastian se vira para mim, esperando que eu fizesse o mesmo, mas ao invés disso, meus pés não me obedecem. Ele então agarra meus braços e une nossos lábios. De Imediato senti vontade de empurrá-lo, mas ao perceber o quanto seus lábios eram quentes me senti confortável. Minha expressão amedrontada caiu.
abriram espaço para aprofundar o beijo, foi então que me dei conta, aquele era o Sebastian, o mesmo homem que me obriga a passar por
Afasto nossos lábios, ele passa seu braço ao redor da minha cintura e todos aplaudiram.
que eles não tenham notado minhas bochechas
[...]
Uma pequena festa foi preparada para os convidados, eu não conhecia ninguém então permaneci sentada na mesa indicada para mim e Sebastian.
Em um palco improvisado uma mulher cantava uma música calma e suave, todos observavam ela enquanto eu virava as taças de champanhe nos lábios. Sebastian observava a apresentação ao meu lado, em partes parecia tão infeliz quanto eu.
Vejo Nicolae se aproximando do palco, a mulher para de cantar dando espaço para ele. Olho para Sebastian com o cenho franzido.
— Boa tarde a todos, sou irmão do noivo e gostaria de dizer umas palavrinhas antes que a festa acabe. — Ele vira a taça bebendo o resto
— O que ele tá fazendo? — Murmurei.
— Como todos sabem, Sebastian era um tremendo mulherengo. — Todos gargalham, menos eu. — Mas isso foi antes de conhecer a Jade, a mulher da vida dele.
A mandíbula de Sebastian tenciona.
— E adivinhem, ela era cantora em outro país!
Desço o olhar até o chão.
— Dava muito duro pela sua carreira. — Percebi a piada de duplo sentido. Meu estômago revirou. — Por isso, gostaria de convidá-la para subir ao palco e nos encantar com seu dom.
cabeça quando as pessoas começam a me encorajar.
— Melhor não. — Negou Sebastian.
por favor. Não seja mal-criada. — Zombou Nicolae estendendo o microfone na minha direção. — Afinal, se tem algo belo assim deveria mostrar a todos.
da cadeira decidida a acabar com aquilo. Caminhei em direção ao palco, Nicolae entregou o microfone para mim com um sorriso no canto dos lábios.
— Canta. Vai.
do palco, olho para frente, todas aquelas pessoas esperaram por mim. Olhei para a banda pedi para tocar I'd rather go bling da Etta James. O baixo começou a tocar. Voltei a olhar para
cantar, fui automaticamente levada para a boate, quando cantava as noites, a diferença é que agora minha plateia me olhava
olhos em Sebastian, sua boca se curvou num sorriso
música com um vocal surpreendente bom, mesmo com a minha voz
olhos, eles começaram a me aplaudir. Sorri envergonhada. Desci do palco com os olhos de Nicolae em cima de mim, acredito que ele também esperava que eu fosse fazer algo. A festa continuou normalmente. Sebastian conversava com alguns rapazes enquanto Anna se aproxima de mim. Ela usava um belo vestido justo azul e segurava uma taça na ponta dos dedos de maneira
— Você canta muito bem.
— Obrigada.
Ela olha para Sebastian.
feliz que ele tenha finalmente encontrado alguém. — Parecia
que não se casou com ele,
Você não imagina o quanto eu
Ela sorrir e vai embora.
Sebastian se aproxima.
— Meu pai quer conhecê-la. Venha.
entrelaça nossos dedos, uma onda de calor atravessa meu corpo como
até um homem alto, careca junto de uma mulher que parecia ser anos mais nova. Ele também usava o mesmo anel no
Um cilindro de oxigênio o acompanhava.
abraça o homem e em seguida ele olha para
você é a Jade. Sebastian fez tanto suspense sobre você, cheguei a pensar que nem existia. — Um pequeno tubo ia de sua narina até o cilindro. — Cantou maravilhosamente
Olho para Sebastian que parecia apreensivo.