Perverso romance Capítulo 53

Meu lábio inferior tremeu e meus olhos pareciam tão perdidos que o mundo ao redor dele parecer se esvair, eu só podia ver o brilho dos seus olhos.

A vassoura caindo no chão me fez acordar do transe, percebi que o grande amor da minha estava a minha frente, com algumas marcas do tempo, mas continuava sendo ele.

Agarrei em seu pescoço e pulei em seu colo, passando minhas pernas ao redor de sua cintura. Sebastian me agarrou em um abraço tão forte que me fez perder o fôlego. Mas eu não me importava, sentia como se já pudesse morrer nesse momento.

Eu não queria mais soltá-lo, não queria deixar de sentir seu corpo finalmente junto ao meu ou sequer imaginar em deixá-lo sem tocar pelo menos um centímetro de nossa pele.

Soltei seu pescoço e segurei seu rosto com às duas mãos.

A barba estava tão espessa e os cabelos desgrenhados soltos até os ombros, mas ele não deixava de ser bonito como sempre fora. As marcas dos anos estavam bem visíveis em sua pele, todo o sofrimento e solidão, assim como estava em mim, eu também sentia esse peso.

Um brilho inexplicável se propagou em seus olhos.

Tocar meus lábios nos dele foi como se fosse a primeira vez.

Uma onda de calor atravessou meu corpo.

Senti todos os pelos do meu corpo se arrepiarem como se fossem apenas um.

O mundo deixou de existir ao nosso redor.

Ele lentamente me deixou no chão, mas eu não lembrava mais como ficava de pé.

— Você... — Seguro seu rosto novamente — Sebastian, como?

Ele sorrir, seu sorriso continuava sendo o mesmo de anos atrás.

— Consegui sair antes de a minha sentença ser totalmente cumprida.

— Por que não me disse nada? — Perguntei com a voz chorosa.

— Não queria te deixar ansiosa, me desculpe.

— E quanto a Amélia e o Nicolae?

— Amélia se mudou para Milão, Nicolae ficou com a empresa da família, Michael agora é seu sócio. — Sorri, me sentindo mais leve. — Eu ainda tinha uma ponta da herança do meu pai no exterior, com a ajuda do Ethan tudo se acertou.

Ele encosta sua testa na minha.

Fecho meus olhos.

— Não teve um dia sequer que não fiquei ansiosa pensando nesse dia, Sebastian. — Sussurro. — Senti tanta falta sua, teve dias que pensei que fosse morrer.

— Eu falei que ia voltar, sempre honro minhas promessas.

Sorri.

— Que bom que isso é verdade.

Ele me beija novamente, com tanta saudade que me deixou sem ar.

Agarrei em seus braços com força, querendo fundir nossos corpos.

Gisele estava certa, nada mudou, ainda me sinto com 20 anos, derretida aos braços do homem que amo.

Era como se tivesse voltado há anos atrás, mas desta vez com o Sebastian sendo totalmente meu, sem interrupções ou qualquer empecilho.

Segurei na barra de sua calça, demonstrando minhas intenções, mas ele segurou minhas mãos e desgrudou nossos lábios. Quase chorei por isso.

— Quero fazer as coisas direito desta vez, temos tempo suficiente para isso, eu prometo. — Assenti, sorrindo. Ele enxuga as lágrimas nas minhas bochechas. — Eu a vi mais cedo, acredito que te assustei.

— Você estava naquele carro?

— Sim, Ethan me trouxe até aqui, mas eu estava buscando um momento mais apropriado para vir até você.

— Sempre é o momento perfeito para isso.

Voltamos a nos beijar.

° ° °

Alguns dias depois...

Sebastian teve que mudar de identidade seria Heitor Sincler, no fim tudo parecia estar nos levando para o princípio. Eu sentia finalmente que as coisas estavam tomando seu devido rumo. Nós teríamos que morar em outra cidade mais afastada, nas montanhas, para não levantar suspeitas, foi duro deixar minha vida em Ligonier, mas eu preferia não perder mais tempo longe dele. Marília decidiu não vir conosco, pois gostava de sua vida como estava, finalmente deixaria de viver sua vida em prol dos outros, claro que continuaríamos nos visitando, mas desta vez como deveria ser.

— Já olhou seus documentos? — Ethan pergunta ao Sebastian.

— Sim, todas às vezes que você comentou.

Ethan aperta os olhos.

— Não comece com gracinha, Stan.

Sebastian sorrir.

Ethan olhou para mim, senti como se aquilo fosse uma despedida, embora nossas vidas sempre estivessem conectadas pelo programa e pelo que vivemos. Ele abriu os braços para mim, larguei a mão do Sebastian e o abracei com força, apertando os olhos com força.

— Espero que você seja feliz, pois merece. — Sussurrou ele ao meu ouvido. — E lembre-se, caso algum dia acorde e perceba que o Sebastian não é tudo isso, vou estar aqui para vivermos nossa vidinha na Virgínia.

Ouço Sebastian fungar.

— Obrigada, Ethan.

— Eu te amo, sempre vou amar.

— Também amo você.

Solto seus braços e ele volta-se para Sebastian, com uma expressão rígida.

— Não esqueça do que lhe disse, acabo com sua vida se magoar ela. Outra coisa, estarei sempre de olho em vocês.

Sebastian sorrir me puxando para mais perto.

Mais uma vez senti frio na barriga ao avião levantar voo, mas desta vez, eu apertava a mão do homem que amo durante as turbulências e afagava minha cabeça em seu ombro, me sentindo finalmente em paz.

Após algumas horas de voo finalmente pousamos em International falls, uma cidade tranquila do Minessota. Nossa nova casa ficaria bem próxima às montanhas, longe das pessoas e de qualquer caos da cidade.

Era perfeito.

Antes de entrarmos, Sebastian fez questão de me pegar em seus braços e entrar na casa com pé direito. Eu ria sentindo borboletas no meu estômago.

Passei minhas mãos em sua barba, ainda estava me acostumando com essa nova versão dele. Ele me deita sobre o sofá com delicadeza, se colocando por cima de mim.

— Então, o que acontece depois que temos tudo o que queríamos? — Pergunto passando as mãos em seus cabelos.

Ele finge pensar.

— Temos que fazer outra coisa que também queremos.

Sorri olhando para seus lábios rodeado pela barba.

— E o que queremos? — Falo com uma voz manhosa, observando as expressões que surgiram em seu rosto.

— Foder feito coelhos.

Faço careta.

— Não diga foder, é uma palavra tão feia.

— Fazer amor? — Assenti — desculpe, força do hábito.

— Então vamos foder feito coelhos.

Eu o puxo pela camisa, beijando seus lábios. Arfei sentindo sua mão apertar minha cintura com um pouco de força.

Fazia tempos que não sentia aquilo, aquela vontade de desfrutar ainda mais dele. Sebastian não quis fazer nada, queria começar as coisas do jeito certo.

Ele passa a costa de sua mão em meu rosto, desgrudando nossos lábios.

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