Perverso romance Capítulo 17

Marília preparou uma mala pequena com todas as coisas que eu precisaria. Meu coração parecia não caber mais no peito de tão nervosa.

Troquei o vestido, agora eu usava um branco mais justo acima do joelho, andava com as pernas abertas, pois o scarpim ainda era um desafio para mim.

— Estou nervosa, Marília... — resmungo.

Ela continua dobrando as roupas.

— Basta não agir por impulso.

— Caso ele tente alguma gracinha eu juro que enfio a primeira coisa que ver na minha frente! — Cruzo os braços para parecer ameaçadora, quando, na verdade, eu estava morrendo por dentro.

Marília suspira pacientemente.

— Sebastian não é tao assustador quanto parece. Ele pode ser rígido, grosseiro, asno, mas nunca faria isso sem seu consentimento.

Olho para ela com os olhos entre-abertos.

— Você está falando de...

Marília deu de ombros indo buscar algo na penteadeira.

— Tenho certeza que você sabe que estamos falando. — Guardou algumas coisas na mala.

Meu queixo caiu. Eu mal pensei nas possibilidades da lua de mel. Sebastian poderia ser tudo o que ela disse, mas o fato dele ter me drogado na viagem até aqui já diz muito a seu respeito.

— Por acaso não preciso explicar a você sobre a vida, preciso?

Balanço a cabeça freneticamente.

— Não pensei na — engulo a seco — noite de nupcias. Isso é preciso mesmo? Nem nos casamos de verdade!

Levo a mão até a testa.

— Eu não sei. — Sinto sua presença atrás de mim. — Não penso que deva ser tão ruim, ora...

Fecho meus olhos com força.

— Você ainda é... — suas mãos se cruzam em frente a barriga — virgem?

Lembro-me daquela noite magica no terraço. Das mãos suaves de Ethan ao redor da minha cintura, que me disse a palavra "eu te amo" incontáveis vezes até perder o sentido. Meu peito ardeu. Ninguém poderia tirar aquela lembrança de mim, nem mesmo todo o poder e sedução de Sebastian.

— Você já deve saber a resposta.

— O homem da limpeza. — Deduziu ela. — Creio que Sebastian não faria nada tão banal a esse ponto, forçar você a ter relações com ele.

Desci acompanhada dela, tentando me convencer de suas palavras. Avistei Sebastian conversando com Anna, eles riam de algo até Marília pigarrear. Ele subiu o olhar rapidamente em mim e voltou sua atenção para Anna. Algo revirou no meu estômago.

— Divirtam-se. — Ela passa sua mão na costa de Sebastian e olha para mim.

Mais desconfortável que isso só os olhares de Amélia na nossa direção.

Os convidados ainda esperavam por nós, passamos por eles levando um banho de arroz, pela primeira vez sorri diante dessa situação, passamos por eles cobrindo os olhos enquanto ele segurava firme minha mão.

Sebastian sentou no banco do motorista e eu no do carona, assim que fechei a porta meu sorriso desfez. Não sabia o que esperava por mim nesses dois dias fora.

Ele deu partida a viagem, passamos pelo portão da propriedade que se abriu para nós, ao passar por lá não pude evitar lembrar da torção no tornozelo, até hoje meu pé não é mais o mesmo.

Inesperadamente Sebastian gira o volante para o lado, jogando o carro para fora da estrada, na encosta. Ele se vira para mim.

— Não seja imprudente. — Avisou. — Você sabe muito bem o quanto tem a perder.

Olho para o lado.

Ele segura minha mandíbula levemente obrigado-me a olhá-lo.

— Olhe para mim quando falo com você. — Sua respiração ardeu em meu rosto. — Você não pode agir feito uma maluca fora da propriedade.

— Não fiz nada a cerimônia inteira, não vai ser agora com essa porcaria de aliança no dedo que vou tentar algo.

Ele me encara por alguns instantes e depois desce o olhar até a parte da minha coxa cujo vestido não cobriu, podia sentir o local pegar fogo. Sua mandíbula tensiona, mas o mesmo tira mão do meu queixo e volta a olhar para frente, retomando a viagem. Pude voltar a respirar normalmente.

Após minutos de viagem me dei conta que realmente estávamos no meio do nada, uma grande floresta de pinheiros recobria os arredores da mansão Stan, eles tampouco tinham vizinhos. A estrada era deserta, parecia até fantasmagórica com o céu nublado diariamente.

Observo a paisagem, as árvores passando cada vez mais rápido a medida que Sebastian pisava no acelerador, ele não se importava em acelerar até onde pudesse. Tentei controlar o frio na barriga enquanto ele sorria de canto pisando ainda fundo. Segurei firme no cinto de segurança e apertei meus joelhos.

Segurei no banco e olhei para ele assustada.

— Está com medo? — Perguntou.

Afirmo com a cabeça como se fosse óbvio.

Ele desacelera quando vemos carros parados mais a frente, estreito meus olhos para visualizar quem era, até que vejo uma sirene, era a polícia.

Arregalo meus olhos.

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