Por Você romance Capítulo 135

Resumo de 21: Por Você

Resumo do capítulo 21 do livro Por Você de Autora Nalva Martins

Descubra os acontecimentos mais importantes de 21, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Por Você. Com a escrita envolvente de Autora Nalva Martins, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.

Jasmine

Três dias depois...

As vozes sussurradas estão sempre ao meu redor, mas eu não consigo entender o que eles dizem. Confesso que tenho medo de abrir os meus olhos e de saber que eles ainda estão aqui. Um som diferente surge em seguida, é como um bip, depois uma porta se abre e se fecha. Sim, são eles. Mas logo tudo fica silencioso e eu penso que esse é o momento de espiar. Puxo uma respiração profunda, reprimindo-a no mesmo instante quando uma dor lancinante me acomete e no mesmo instante solto um gemido dolorido. Tento mexer a minha mão para levá-la ao local da dor, porém, eu não consigo. Ela está presa a alguma coisa. Puxo mais uma respiração, dessa vez com mais cuidado e tento engolir, mas a minha garganta está seca demais. Após outra respiração, a dor volta e eu torno a gemer. Me forço a abrir os olhos, preciso ter certeza de que estou sozinha e assim que consigo, olho ao meu redor. Eu não estou em casa, nem no quarto da minha mãe. Só de saber disso o meu coração acelera. Oh Deus, o senhor ouviu as minhas preces! Observo o lugar com mais atenção. É um hospital, mas como? Como cheguei aqui? Ergo uma mão devagar e alcanço o meu rosto sentindo uma máscara e tento removê-la, mas uma mão suave segura a minha.

— Não tire, Jasmine, você ainda precisa dela para respirar. — Uma enfermeira fala, abrindo um sorriso doce. Tento falar algo, mas ela me impede. — Não fale nada, não se esforce. Eu vou chamar o médico e avisar que você já acordou. Tudo bem? — Eu assinto e ela sai do quarto com pressa. Sozinha aqui começo a me lembrar dos últimos momentos com o Marrento no quarto. As lágrimas queimam os meus olhos e a minha cabeça começa a latejar. A porta volta a se abrir e um médico passa por ela. Logo atrás dele está Lilian Alcântara, a irmã de tio Luís. É claro. Estou na clínica TaoVida, mas ainda não sei como vim parar aqui.

— Olá, Jasmine! Eu sou o doutor David Hanson e eu acho que você já conhece a doutora Lilian. — Em resposta faço um sim com a cabeça. — Eu vou fazer alguns exames de praxe e depois quero falar com você sobre a sua real condição, ok? — Assinto outra vez. Ele explica que tenho duas costelas trincadas e que uma delas perfurou um dos meus pulmões por causa da maneira que fui resgatada. Sofri um leve traumatismo craniano e quebrei o nariz também. Suspiro lento e calmo. Isso explica o sangue, as dores e os desmaios. — Sente alguma coisa, algum incômodo? — Assinto de novo. — Ok. Não quero que fale ainda para não forçar o seu pulmão. Então eu vou perguntando e você mexe a cabeça, certo? — Meneio a cabeça concordando com ele. — Dói a cabeça? — Faço um sinal positivo. — As costelas estão incomodando? — Faço um não. — Dói quando respira? — Assinto. — Ok, vou pedir para uma enfermeira aplicar um analgésico no seu soro e a dor vai aliviar. Você pode dormir, eu quero que descanse bastante. Tudo bem? — Mais uma vez concordo e ele se afasta.

— Oi, Jas! — Lilian diz e uma enfermeira entra minutos depois para iniciar a medicação. — Todos estão lá fora. Eles estão ansiosos para te ver você e saber como você está. Mas você ainda não pode receber visitas, então eu vou liberar alguém, se você quiser claro. — Faço um não com a cabeça. Ela concorda e com um meio sorriso. — Tudo bem, querida! Descanse, amanhã você vai estar bem melhor. — Ela diz e logo sou absorvida pela sonolenta.

Saber que eles não conseguiram o que queriam é um alívio e pensar que estou longe dele me deixa mais calma. Eu sobrevivi ao pior dos pesadelos, quando pensei que jamais conseguiria. Agora estou segura e só quero sair daqui para estar nos braços da minha avó.

***

Horas depois...

— Como ela está, Lilian? — Alguém pergunta baixinho.

— Se recuperando. Jasmine é uma garota muito forte. Não sei quem fez isso com ela, mas com certeza essa pessoa não a matou por pouco.

— Quando ela vai ter alta?

— O médico precisa que ela fique no hospital essa semana. Os exames deram tudo normal, é só uma questão de prevenção mesmo. — Puxo a respiração e abro uma brecha de olhos. Tia Ana e Lilian estão conversando perto de uma janela e afastadas da cama. Percebo que já retiraram a máscara de oxigênio. Isso deve ser bom. O soro também não está mais aqui. Tento me mexer, mas a dor ainda não me permite fazer isso e em consequência, eu gemo chamando a atenção das duas.

— Oh, querida, você acordou! — Tia Ana sibila se aproximando da cama e Lilian sai do quarto em seguida. Ana beija o meu rosto calidamente e acaricia os meus cabelos. — Como está se sentindo?

— Ainda dói quando respiro — digo incomodada.

— Eu quero saber, tia Ana. Por favor me conte como aconteceu? — insisto.

— Tudo bem! A Delia não chegou ao trabalho naquele dia. Acreditamos que ela foi atingida por uma bala quando descia os degraus da comunidade. O tiro acertou o seu coração. Ela chegou ao hospital com vida, mas não resistiu. — Escuto atentamente o seu relato, enquanto as lágrimas escorrem lentamente pelo meu rosto e no final, apenas balanço a cabeça fazendo um sim.

— Eu quero ficar sozinha!

—Jasmine, Isso não acho uma boa...

— Por favor me deixe sozinha! — insisto. Ela puxa a respiração, hesita, mas aceita.

—Tudo bem. Eu estarei do outro lado daquela porta e se precisar não hesite em me chamar.

— Tá. — Aguardo ela sair do quarto e assim que a porta se fecha eu me entrego a minha dor. Os pulmões protestam, as costelas reclamam e os soluços me sacodem. Estou só. Minha mãe me deixou e agora você fez o mesmo. Em meio ao choro compulsivo o ar me falta. Eu puxo, tento respirar, mas não consigo. As máquinas começam a fazer um sinal frenético e logo o quarto é invadido pelos médicos. O meu coração acelerar demasiado e tudo a minha volta escurece.

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