Algumas horas antes...
Ana Júlia.
Descobri que olhar a cidade do Rio de Janeiro através das janelas da cobertura do Luís me traz calmaria, tanto quanto o movimento das ondas do mar. E como eu cheguei a essa conclusão? É bem simples, já é quase uma da madrugada e a essa hora, a cidade está quieta e silenciosa. E embora eu esteja exausta, não consigo dormir. Acredite, estou feliz demais por estar aqui com o Luís, por amar e ser amada na mesma medida. Mas ao mesmo tempo, estou triste por dentro. Amanhã é o meu aniversário. O primeiro sem Rose Falcão aqui comigo. Eu sinto tanto a sua falta! Sinto falta dos seus carinhos, dos seus conselhos, das nossas conversas. Minha mãe sempre estivera presente em meus aniversários e ela sempre fazia algo para comemorarmos. Não dissera nada ao Luís sobre essa data, porque não sei se terei animo para uma comemoração mais animada. Então apenas o informei que iríamos nos encontrar com uma amiga em um barzinho que costumávamos frequentar quando eu estava na faculdade. Tirei o meu olhar da janela e o olhei adormecido em nossa cama. Luís está espalhado em cima do colchão e a sua mão está estendida do meu lado, como se me abraçasse. Sorri para a linda imagem e suspirei baixinho. Ele adquiriu o hábito de dormir agarrado ao meu corpo. Meus olhos foram para o relógio em cima do criado mudo. São quase duas horas da madrugada e finalmente as minhas pálpebras já começavam a pesar. Não resisti e voltei para os braços quentinhos do meu amor, fechei os meus olhos e me deixei levar pela bem-vinda sonolência.
...
— Mãe? Mãe? Onde você está? — Entrei em casa depois de chegar da faculdade e chamei por ela, procurando-a por toda a casa, mas não a encontrei. Segui para o seu quarto, mas só encontrei um bilhete largado em cima da sua cama. Peguei-o e o li.
Mamãe está na sala, filha. Sério que você não me viu lá?
Sorri. Li novamente o bilhete, sem compreender o que ela pretendia com essa brincadeira de esconde-esconde. Como posso ter passado pela sala e não a tê-la visto por lá? Isso é algum tipo de brincadeira? Soltei o bilhete em cima da cama e voltei para a sala. Não vi minha mãe em lugar algum.
— Mãe? — Chamei-a mais uma vez e notei uma caixa grande sobre a mesa de jantar que não havia notado antes. — Mãe, você está aí? — Olhei de lado para o outro, a sua procura e depois para a caixa na minha frente. Havia um papel colado na caixa com uma fita adesiva, que dizia; ME ABRA! Movida por minha curiosidade comecei a abrir a caixa. Com cuidado, puxei o adesivo largo que a mantinha e assim que vi o que havia lá dentro, levei a mão na boca e tentei segurar as lágrimas emocionadas, mas era impossível. Senti alguém chegar do meu lado e a olhei com emoção.
— Mãe! — falei com voz embargada e corri para os seus braços. Ela me envolveu em um abraço forte e carinhoso.
— Feliz aniversário, minha menina!
— Como conseguiu, mãe? — indaguei preocupada, me afastando dos seus braços. — Onde arranjou o dinheiro?
— Você precisava de um computador, certo? — interrompeu-me. — Preciso explicar como arranjei o dinheiro? — questiona.
— É que é muito caro, mãe!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Por Você
Não tem final? Que pena!!!!!!!!!! Mais uma história que ficou com gostinho de quero mais, e com isso estou triste...
Onde estão os capítulos de 21 a 59??...