Resumo de Bônus - parte 1 – Capítulo essencial de Por Você por Autora Nalva Martins
O capítulo Bônus - parte 1 é um dos momentos mais intensos da obra Por Você, escrita por Autora Nalva Martins. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.
Em algum lugar do Brasil...
Camilly
Estou dentro desse muquifo há dias. Um quarto pequeno e apertado e em uma cama igualmente pequena e apertada. O lugar tem um cheiro forte de mofo e as paredes estão sujas e caindo aos pedaços. Onde eu fui parar? Não sei onde eu estava com a cabeça quando deixei um homem como Luís Renato Alcântara por um Carlos qualquer! Puxo a respiração e abro a porta do banheiro. Droga, isso é um chiqueiro!
— Onde eu fui amarrar o meu bode? — rosno baixinho. — Se arrependimento matasse, eu já estaria a sete palmos do chão! — digo, sentindo a minha cabeça latejar. Paro em frente a pequena pia, que tem um espelho pequeno e retangular na parede e encaro o olho roxo e o pequeno corte no canto da minha boca. Bufo de modo audível. — Aquela vadia vai me pagar! Isso vai sair muito caro pra ela! — rosno entre dentes, ainda encarando o meu reflexo no espelho manchado na parede. Volto para o quarto no mesmo instante em que a porta se abre com um rangido e Carlos entra no cômodo e me olha como se me analisasse. O infeliz me abre um sorriso debochado e aponta para o meu rosto.
— Não acredito que você deixou aquele filhote de pigmeu fazer esse estrago em você! — finjo rir do seu comentário e reviro os olhos, sentindo um incômodo no meu olho.
— Ah! Cala essa boca, Carlos! — peço, irritada. — Trouxe o que eu te pedi? — indago. Ele ergue a sacola plástica e a j**a em cima da cama. Tiro os analgésicos de dentro e engulo dois deles, sem água. — Quero que você me ajude a tirá-la do meu caminho —falo voltando a encará-lo. Ele me lança olhar especulativo.
— E por que eu faria isso? Você não disse que ela era só um casinho do Luís? — ralha se jogando em cima da cama de solteiro, que range reclamando do impacto.
— Isso foi antes daquela piranha me mostrar o anel de noivado —rebato, saindo da cama e ponho a sacola com os remédios em cima de uma pequena mesa de madeira envelhecida e me encosto nela, o olhando. Carlos parece surpreso. Não é para menos, eu também não esperava por isso.
— Eles estão noivos? —pergunta abismado. Dou de ombros.
— É o que parece! — Pego a minha bolsa e tiro de lá alguns produtos, em seguida volto para o espelho do banheiro, para fazer uma maquiagem. Preciso esconder esses hematomas. Carlos se aproxima e me olha através do reflexo.
— Então quer dizer que o bebê chorão esqueceu mesmo de você? — A ironia em suas palavras é palpável.
Minhas joias já estão quase no fim. Ao longo dos anos fui vendendo uma por uma, para adquirir dinheiro, o meu luxo em hotéis, comida e uma parte para voltar para o Brasil. Para pôr o meu plano em prática, também tive que investir em roupas, maquiagens, perfumes e sapatos. A final, não dá para seduzir um homem como o Luís de qualquer jeito. E agora mais essa. Se não der certo, não sei como vou me virar daqui para frente! Respiro fundo e jogo um pensamento positivo na mente... Vai dar certo! Se eu tirar aquela vadia do meu caminho, o Luís será todo meu. E quando tudo estiver exatamente como deveria ser, me livrarei do Carlos e finalmente terei a vida que eu sempre quis para mim e ao lado de um homem lindo e que não é nada mal na cama. Sorrio para os meus pensamentos. Eu sei que errei feio nessa troca absurda, que fui burra e que me deixei levar pelo coração e me dei mal, muito mal! Mas de agora em diante, pensarei com a razão. Foi o que a minha mãe sempre me ensinou.
***
É de noite e o calor aqui na cidade carioca está de matar. Observo a rua silenciosa com cautela. O bairro não é dos melhores e os merdinhas que ficam traficando na esquina me olham com uma certa malícia. Solto a fumaça do cigarro que acabei de tragar e seguro o spray de pimenta dentro no bolso do meu jeans. Encaro por segundos a entrada do prédio de paredes rabiscadas e adentro, subindo as escadas em seguida. Abro a porta do muquifo, que Carlos insiste em chamar de apartamento e o encontro caído no sofá de couro rasgado. Merda, ele está bêbado outra vez! Me aproximo do corpo inerte e chuto o seu pé, mas o infeliz nem se mexe e ronca alto em seguida. O lugar todo fede a bebida e a vômito e há algumas garrafas vazias espalhadas pelo chão da sala. Desde que pôs os negócios a perder, Carlos e eu ficamos na miséria. Aos poucos veio a decadência e ele se entregou ao vício da bebida. Depois de tudo, não conseguiu mais se erguer.
— Esse desgraçado, filho da puta, perdedor, nojento! Não sei onde eu estava com a cabeça quando deixei o Luís por você! — resmungo alto e volto a chutar a sua perna. Ele acorda e resmunga qualquer coisa que eu não entendo e se vira para o lado, voltando a fechar os olhos. Eu volto a chutá-lo.
— Carlos, acorda, seu infeliz! — grito, puta da vida. O infeliz acorda meio atordoado. Ele passa as mãos nos cabelos bagunçados e me lança um olhar pesado, não sei se de sono ou da embriaguez. Jogo um bolo de dinheiro em cima dele. As notas se espalham pelo chão e exasperado, ele as junta uma a uma e em seguida, começa a contar. Ele ergue a cabeça e lança a mim um olhar especulativo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Por Você
Não tem final? Que pena!!!!!!!!!! Mais uma história que ficou com gostinho de quero mais, e com isso estou triste...
Onde estão os capítulos de 21 a 59??...