Perigoso (Letal - Vol.2) romance Capítulo 22

— Ele tá com ela. — comunicou Sore, mas eu já estava na cola, com o carro na direção à uma certa distância. — O que uma cadela não faz? Ele deixou metade da bagunça dele para trás. Você tinha razão, na droga do desespero o ruivo é um vacilão. O trabalho estava nas mãos dele.

— Não deixa rastros, e tira a Sandra do caminho. — ordenei.

Estão atrás dele, eu estava na cola e ele percebeu que foi encurralado por dois. Meu instinto de corno fodido diz pra deixar a merda acontecer, porque se o tiro sair da mão de um filho da puta, vai doer menos na cadela. Por outro lado, estou pouco me fodendo pros meios, desde que o resultado seja positivo.

Ele tentou desviar, apertou o pé, avançou na rua e começou a brincar de “mando bem no volante”. É, o idiota manda bem, eu não. Sou do tipo que preciso facilitar essa parte e me aproximar um pouco mais. Tomei outra estrada, desviei de alguns mequetrefes na rua, mantive a cabeça pensativa e pensei “a cadela não pode morrer”, ela ainda está amamentando. Meu pau é um frouxo…

Saí no acesso de um quarteirão, Dom se encontraria de frente comigo, parei o carro no meio da rua e fodi com o trânsito. Quando ele estava para se aproximar, abri a porta, engatilhei o projétil de mira, usei a porta como escudo e atirei contra um dos carros que estavam perseguindo ele. O filho da puta fodido passou por mim, quase sem acreditar no que eu estava fazendo, explodi um carro e mirei contra o outro. Senti algumas balas voar, retruquei no mesmo calibre e estourei o outro veículo. O mormaço quente quase me fez tombar, dispersou o calor e eu senti o cheiro de queimado se misturar no ar.

Simples? Não. Depois que você se fode na vida a ponto de sempre esperar a morte, você simplesmente não liga mais. Um dia eu tive esperanças de que a irmandade não seria mais a minha casa. Eu ia pegar aquela cadela e nós íamos brincar de casinha como se o passado não existisse. Hoje, a Disney socou meu conto de fadas no meu cú. A Rapunzel depilou a boceta e foi trepar com o “Robin hood”, e ainda foi dar uma voltinha com o fodido só pra esfregar na minha cara.

Entrei no veículo, manobrei, pisei fundo e fui atrás do carro, deixando uma população de curiosos desesperados de merda para trás. Alcancei o carro velho, dei farol alto e o filho da puta entendeu que era pra levar a garota pra casa. Eu estava milagrosamente com paciência, me questionando porque merda eu era o único caralho atingido nessa história; mas eu pedi, igual um maldito apaixonado, eu pedi. “Dá o fora no ruivo”, e o que ela foi fazer? Trepar com o vadio! Vamos fingir que eu entendo, vamos fingir que Sore não tem razão. Eu sou um cuzão fodido, numa queda maldita!

Estacionamos, eu só joguei a droga do carro de qualquer jeito e peguei o telefone que vibrava na calça. Coloquei na orelha, vi o olhar dela assustado e a cara franzida do ruivo do caralho, meu amigão do peito, o irmão de merda, Dominic!

— Qual é? — perguntei, mas a voz do outro lado não era a de Sore.

— Mantém ele aí dentro e eu espero aqui fora.

Desliguei o aparelho, suspirei cansado e tentei mover o lado do rosto quase travado. Essa maldita cicatriz parece pesada com o tempo e depois que eu matei o John, ela passou a ser uma parte dele grudada na minha cara. Como quem queria dizer que eu ia me foder a vida toda, mas nunca ia ter paz.

— Que história é essa de que eu tô tentando te matar? — o ruivo bateu a porta do carro, enquanto Érina só me olhava assustada. — Ficou maluco?

Ignorei, passei reto e tentei me concentrar. Tinha um plano em execução, não podia ter brechas na falha. Eu fui ali, atirei em uns cara, cuidadei da vida dela, de novo, e da dele para variar, e o maldito está me fazendo cobranças? Eu não sou do tipo que preciso ser endeusado, mas deixa eu ver se eu entendi. Eu sou o mercenário de merda, mas ele é o gostoso? Jogando sujo? Dei um passo pesado, tentei ignorar, mas o filho da puta insistiu.

— Que porra é essa que você inventou, Iron?

— Você, tá bem? — parei de andar ouvindo a voz dela, fiquei de costas, fechei os olhos e pisquei muito devagar.

— Bem? — o ruivo insistiu — Isso é pra impressionar a garota?

— Dom, estavam seguindo a gente! Como aquele dia no apartamento...

— Estavam atrás dele, é diferente! — ele retrucou puto, e eu escolhi não participar da D.R. do casal.

Entrei nos acessos, subi as escadas, encontrei Brianna no caminho e Mésmer, o idota que Dom chama de “carinha do RH”.

— Aqui estão todos bem. — comunicou Brianna.

— Os fundos? — perguntei andando.

— Limpo. — contou Mesmer, mas ouviu o barulho lá de baixo — Quem está gritando?

— O novo casal de todos os tempos, estão tendo uma D.R. — contei, andei no corredor dos fundos e os dois se mantinham atrás de mim. — Mésmer, chame o Mars. Entregamos uma pista na mão da cadela, ela abriu o jogo pro ruivo. Ele pescou a ideia.

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