Me viro na cama e abraço o Marco durante a noite, em dois dias já me acostumei com ele por perto. Quando não sou eu que puxo ele pra perto, Marco que me puxa.
Inspiro o seu cheiro quando coloco meu rosto no seu pescoço. O sono começa a desaparecer, meu peito trava em uma agonia estranha que eu não consigo identificar o motivo.
Mudo de posições algumas vezes até despertar o Marco. Ele acaricia meu braço tentando me acalmar, e beija o meu ombro.
- O que foi? - Pergunta sonolento, ainda com os olhos fechados.
- Não sei, não consigo dormir.
- Hum. - Tenta abrir os olhos e logo fecha - O que te incomoda? Deve ser o tanto que comeu. - Soltou um sorriso preguiçoso e eu sorri junto.
- Estou agoniada.
- Ok. - Ele coça a garganta e vai se sentando lentamente, encostando a cabeça no batente.
- Pode dormir, amor. - Peço e ele nega com a cabeça.
- Posso te fazer companhia. - Coça os cabelos negros e eu me apaixono mais uma vez.
Porém meu peito aperta novamente e eu tenho vontade de andar pelo quarto. Minhas pernas e mãos estão inquietas.
Olho para o berço do Pedro e vejo que a coberta está pendurada grade. Ele deve estar com frio. Faço menção de levantar e o Marco pergunta onde vou.
Ele se levanta e vai até o berço. Seus passos param antes de chegar.
- O que? - Pergunto baixinho.
Mas ele não responde.
Seu corpo se vira lentamente e os olhos arregalados me assustam.
Marco sai correndo do quarto e eu ando rápido até o berço. Meu ouvido apita, e tenho a sensação de desmaio.
Pedro não está no berço.
- Gabriela! - Marco da um grito forte, batendo em alguma porta.
Não consigo me mover. Não consigo pensar em nada a não ser no meu filho.
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