Entro no banheiro do restaurante quase correndo, meu coração acelerado pela urgência na voz de Vitória. Após verificar que estou sozinha, tranco a porta.
— O que aconteceu? — pergunto, tentando manter a calma.
— FINALMENTE! — Vitória grita do outro lado da linha, e eu afasto o celular do ouvido. — Tive a melhor ideia do mundo para inaugurar seu apartamento novo. Vamos fazer um jantar!
Fecho os olhos e solto um suspiro. Claro que era sobre isso.
— Vitória, você quase me matou do coração! Achei que fosse algo sério.
— E é! Já planejei quase tudo, Mia! — continua empolgada. — Inclusive, já comecei a lista de convidados.
— Lista de convidados?
— Sim! Gabriel, seu pai, seu CEO gostosão, a…
— Espera — interrompo. — Você já falou com todo mundo?
— Ainda não, mas vou falar.
Mordo o lábio, pensando em Theo sentado lá fora me esperando.
— Acho que vou chamar o Theo também — digo. — Ele é meu amigo, seria estranho não o convidar.
— Ótima ideia. Só tome cuidado para um certo alguém não inventar um trabalho de última hora.
— Boba. Ethan não faria isso.
— Se você diz… — ela suspira. — Que horas?
— O quê?
— O jantar, Mia. Que horas vai ser?
— Te mando mensagem depois para confirmar.
— Tudo bem. Já vou ver o cardápio de alguns restaurantes. E não se preocupe, vou mandar a conta para você.
— Como você é generosa — reviro os olhos, mesmo sabendo que ela não pode ver.
— Eu sei — gargalha. — Agora volta para seu almoço. Nos falamos depois.
Desligo o telefone e respiro fundo antes de voltar para a mesa onde Theo me espera. Quando me aproximo, ele me olha com curiosidade.
— Tudo bem? — pergunta enquanto me sento.
— Sim, era só a Tori sendo… Tori. Ela quer fazer um jantar de inauguração do meu apartamento novo. Quer ir?
— Claro — ele responde sem hesitar.
Sorrio, tentando ignorar a possibilidade de algo dar errado nesse jantar. Definitivamente, preciso parar de me sabotar com essas inseguranças.
Pouco depois, entre passar o endereço para ele e mais alguns minutos de conversa, finalmente terminamos de almoçar.
Volto para a Nexus ao lado de Theo, ouvindo-o falar sobre um caso em que está trabalhando. Quando as portas do elevador se abrem, nos despedimos e finalmente fico sozinha.
— Será que foi uma boa ideia? — murmuro enquanto sigo pelo corredor do setor administrativo, insegura sobre a reação que Ethan terá.
Ao chegar à minha mesa e ver que boa parte do pessoal ainda não voltou do almoço, aproveito para ir até a sala do CEO. Tento manter minha expressão neutra ao fechar a porta atrás de mim, me certificando de trancá-la dessa vez.
— Você não vai almoçar? — pergunto, me aproximando.
Ethan tira os óculos e desvia o olhar da tela do computador.
— Preciso organizar a próxima reunião — murmuro contra seus lábios, alguns minutos depois.
— Não vou te prender, por mais que eu queira. Preciso terminar isso antes.
Me afasto um pouco, mas continuo sentada em seu colo. Mordo o lábio, sem conter a curiosidade.
— Posso saber o que tanto te chama a atenção? — pergunto, olhando para a tela cheia de números. Ele suspira, passando a mão pelo cabelo.
— Estou analisando um novo investimento — explica. — Uma empresa de tecnologia que desenvolveu um software revolucionário para segurança de dados. Se der certo, o retorno será significativo.
— Isso parece tão difícil… — comento, analisando os números como se realmente entendesse. — Pensei que você já tivesse feito esses… investimentos.
— Sim, já fiz. Mas essa empresa tem um potencial enorme e o retorno deve ser mais rápido do que os anteriores. Não quero que demore além do planejado.
— Obrigada — murmuro, brincando com o nó da gravata dele.
— Pelo quê?
— Por não desistir da gente — suspiro, antes de encará-lo. — Por fazer tudo isso, mesmo com todas as possibilidades ruins.
— Mia — ele segura meu rosto entre as mãos. — Você é a única certeza que eu tenho. O resto… a gente resolve.
Me inclino e o beijo suavemente, tentando demonstrar através do beijo tudo o que ele me faz sentir.
— Agora vai — murmura contra meus lábios. — Antes que eu mude de ideia e te prenda aqui.
— Te vejo mais tarde? — pergunto enquanto me levanto.
— Com certeza — sorri. — Não perderia por nada seu jantar de inauguração.

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