No fim do expediente, pego um táxi e sigo para o prédio novo. Pouco depois, cumprimento o porteiro e subo o elevador, sorrindo como uma boba.
Quando abro a porta do apartamento, é impossível não sorrir ainda mais. É como se estivesse em um sonho, o qual se tornou realidade graças às melhores pessoas da minha vida.
— Vamos lá, Mia — murmuro, olhando ao redor.
São tantas caixas que Ivan e outros funcionários da casa do meu pai trouxeram mais cedo que me pergunto se darei conta.
Tiro meus sapatos e prendo meus cabelos em um coque malfeito, colocando minha playlist para tocar enquanto começo a organizar tudo.
É estranho pensar que esse lugar é meu, que finalmente tenho um cantinho só meu depois de tudo que passei.
Perco a noção do tempo enquanto organizo meus livros na estante e levo um susto quando a campainha toca.
Quando abro a porta, encontro Ethan encostado no batente.
— Vim te ajudar — ele sorri.
— Você não precisava ter se preocupado — digo, dando espaço para ele entrar.
Fecho a porta e Ethan me segura pela cintura, me puxando para um beijo. Quando me solta, ele olha em volta, analisando a bagunça de caixas.
— Você tem… bastante coisa — comenta, apontando para as duas caixas que continuam fechadas.
— Algumas coisas são exageros do meu pai, outras comprei quando vim para Chicago. Roupas, sapatos, livros…
— Livros? — ele arqueia uma sobrancelha. — Quantos exatamente?
Mordo o lábio, olhando para as duas caixas abertas, cheias de livros.
— Alguns.
Ele ri e tira o paletó, jogando sobre o sofá antes de dobrar as mangas da camisa.
— Onde você quer guardar?
— Na estante lá dentro — aponto para o corredor. — Mas não precisa…
— Amor — ele me interrompe, pegando uma das caixas. — Deixa eu te ajudar.
Assinto e seguimos para o escritório, começando a organizar os livros. Trabalhamos em silêncio por alguns minutos, até que ele para com um livro na mão.
— “Como lidar com chefes difíceis”? — ele lê o título, me fazendo corar. — Sério?
— Foi presente do meu pai — explico, sentindo meu rosto queimar. — Ele me deu no meu segundo dia.
— James te deu isso? — Ethan ri. — Por minha causa?
— Aparentemente, ele achou que eu precisaria.
Ethan coloca o livro na estante, balançando a cabeça.
— E precisou?
— Na verdade… — finjo pensar. — Sim. Principalmente quando você inventava trabalho extra só para me irritar.
— Nunca fiz isso — ele tenta parecer sério, mas não consegue conter o sorriso.
— Não? — arqueio uma sobrancelha. — E aquela vez que você me fez revisar duas vezes o mesmo documento?
— Você havia errado.
[…]
Longos minutos depois, após terminarmos de tomar banho, volto a me concentrar nas roupas quando sinto os braços de Ethan me envolvendo por trás.
Ele continua sem camisa e, ao sentir sua pele quente contra a minha, não consigo evitar um sorriso ao lembrar de como chegamos a esse ponto.
— Preciso subir e me trocar — diz, beijando meu pescoço.
— Já? — pergunto, me virando em seus braços.
— Não queria — Ethan sorri, acariciando meu rosto. — Mas preciso tomar banho e colocar uma roupa que não esteja toda amassada.
— Então, pare de me olhar assim… como se quisesse me levar para a cama de novo.
— Sempre quero — admite, me beijando antes de se afastar para pegar sua camisa. — Mas sabemos que agora não tem como continuar, James já deve estar a caminho.
— Tenho certeza de que ele não te imagina ajudando na minha mudança… muito menos dessa forma — comento, observando-o abotoar a camisa.
Ethan solta um riso baixo e caminha até mim, prendendo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
— E se eu disser que não me importo?
— Eu diria que você está sendo imprudente.
— Só com você, perdição — diz, me dando um beijo rápido.
Sorrio em seus lábios, ciente de que ele realmente precisa ir antes que o vejam aqui. Entrelaço nossos dedos para levá-lo até a porta, mas assim que saímos do quarto, a campainha toca, ecoando pela sala.
— Droga… — murmuro, sentindo meu coração acelerar. — Alguém chegou antes da hora. E agora?

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