Sinto Mia congelar ao meu lado. Pelo sorriso de Miranda, está claro que ela nos seguiu até aqui, esperando o momento certo para nos confrontar.
— Miranda… — Mia começa, mas sua voz falha.
— Não se preocupe, querida. — Miranda sorri, desencostando-se da parede. — Eu já sabia. Os olhares de vocês essa noite… — Ela balança a cabeça. — Tão óbvios.
— O que você quer? — pergunto.
— Como se você não soubesse, Ethan… — Ela dá um passo em nossa direção. — Porque eu te avisei, não foi, Mia? Deixei claro que, se esse casinho continuasse, as fotos iriam parar nas mãos de James.
Meu maxilar se contrai involuntariamente, e dou um passo à frente, mas Mia segura meu braço, me impedindo de continuar.
— Que bonitinho. A ratinha tentando te controlar. — Ela provoca. — Bem, já que vocês decidiram continuar com essa palhaçada, não vejo mais motivos para guardar o segredinho sujo de vocês.
— Se você contar para o meu pai… — Mia começa, tentando manter a voz firme.
— Você vai fazer o quê? — Miranda a interrompe, sorrindo com desdém. — Me demitir? Querida, sou a advogada responsável pelos contratos mais importantes da Nexus, indispensável para James. Não é você, uma simples assistente, que vai mudar isso.
— Mas eu posso. E vou. — afirmo, encarando-a sério. — Na verdade, já deveria ter feito isso há muito tempo.
— É mesmo? — Miranda ri. — E como pretende explicar para James por que está me demitindo? Vai contar que é porque descobri seu caso com a filha dele e quer eliminar as evidências?
Ela sorri, convencida de que tem a vantagem aqui. Retribuo o sorriso e dou um passo em sua direção. Miranda hesita por um instante, recuando um passo, mas tenta se manter firme.
— Sabe, Ethan — ela continua —, uma das coisas que mais me encantam em você é que, mesmo assustado, tenta se manter calmo, manter sua postura…
— E quem disse que estou assustado, Miranda? — pergunto, sorrindo ainda mais. — Na verdade, acho que este é o momento perfeito para resolvermos algumas coisas.
— Do que você está falando? — A confiança em seu rosto vacila por um momento.
— Vai em frente — digo, surpreendendo-a. — Mostre as fotos. Mas antes, pense bem em como vai explicar as irregularidades que descobri no último contrato da Sutton.
— O quê? — O sorriso dela desaparece instantaneamente.
— Por que acha que pedi aquela auditoria extraordinária esta semana? — mantenho meus olhos fixos nos dela. — Interessante como certas informações simplesmente… sumiram, não é?
— Você não tem provas — ela tenta soar confiante, mas sua voz vacila.
— Tenho todas as que preciso para foder você, Miranda. E não de um jeito bom — ironizo. — Inclusive do dinheiro que você recebeu para facilitar certas negociações.
Miranda empalidece visivelmente. Pela primeira vez desde que começou essa conversa, vejo algo além da arrogância em seu olhar. Medo.
— Você não faria isso — murmura, balançando a cabeça. — Sabe que esse casinho ridículo destruiria sua reputação.
— Vale o risco — dou de ombros. — A questão é: vale para você? Você pode ir até James agora, mostrar as fotos, tentar destruir o que Mia e eu temos. Mas se fizer isso, garanto que todo mundo vai saber exatamente o tipo de advogada que você é.
Miranda desvia o olhar para Mia, depois volta para mim, a respiração visivelmente alterada. Seus olhos faíscam de raiva, mas há algo mais ali. Incerteza.
— Isso não acabou — ela diz por fim, mas sua voz já não tem a mesma confiança.
— Precisamos contar para James — murmuro, mais para mim do que para ela, mas Mia ouve claramente.
— O quê? — Seus olhos se arregalam. — Agora?
— Não podemos mais adiar isso, meu amor. — Passo a mão pelo cabelo, exausto. — Não confio na Miranda. Mesmo com o que descobri, ela ainda pode tentar algo.
— Mas… e se algo der errado? — Sua hesitação é evidente. — Você mesmo disse que os investimentos…
— Não importa. — A interrompo suavemente. — Prefiro perder dinheiro do que arriscar perder você.
— Amor…
— Mia, James precisa saber por nós. — Seguro suas mãos. — Se Miranda decidir ignorar os riscos e contar para ele, será ainda pior. Precisamos fazer isso antes dela.
Mia aperta minhas mãos, seu olhar refletindo o turbilhão de emoções dentro dela. Ela respira fundo algumas vezes, hesitante.
— Se fizermos isso… — engole seco. — Você promete que ficaremos juntos, aconteça o que acontecer?
— Prometo — respondo sem hesitar.
Mia sorri, um pouco mais calma, e entrelaça nossos dedos.
— Então chegou a hora. — declara, firme. — Vamos fazer isso juntos.

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