O grito do meu pai ecoa pela sala, fazendo meu corpo inteiro tremer. Seus olhos percorrem a cena mais uma vez: eu enrolada na toalha, Ethan na mesma situação que a minha… mesmo que quiséssemos, é impossível negar.
— Pai… — começo, mas ele levanta a mão, me impedindo de continuar.
— Não — ele me corta, sem desviar os olhos de Ethan. — Não é você que precisa explicar alguma coisa aqui.
— James, não é o que você… — Ethan tenta falar, mas não termina.
Meu pai se move antes que qualquer um de nós possa reagir. Dois passos e um soco atinge Ethan com força suficiente para fazê-lo cambalear para trás, batendo na parede. Sem dar tempo para ele se recuperar, meu pai parte para cima dele novamente.
Meu grito surpreso fica preso na garganta enquanto assisto à cena diante de mim. Ele não para. Outro golpe. E mais um.
O sangue escorre do supercílio de Ethan, pingando no chão de mármore. Ainda assim, ele não se defende, apenas permite que meu pai descarregue sua raiva.
— SEU FILHO DA PUTA! — meu pai grita, desferindo mais um soco em Ethan. — DE TODAS AS MULHERES, VOCÊ ESCOLHE A MINHA FILHA PARA LEVAR PARA A CAMA?
— Pai, para! — corro até eles. — Por favor!
Minhas mãos tremem enquanto tento puxar meu pai para longe de Ethan. As lágrimas embaçam minha visão, mas não me impedem de ver o sangue escorrendo do lábio dele.
— Por favor, para… — imploro novamente, minha voz embargada. — Você vai machucá-lo!
— Esse filho da puta te seduziu! — meu pai grita, sua respiração pesada. — Teve a audácia de fod...
— Ethan não me seduziu! — Interrompo-o, sentindo meu corpo tremer. — Eu o amo, pai!
As palavras saem num grito desesperado, fazendo James congelar. Por um momento, o silêncio reina entre nós, quebrado apenas pelas nossas respirações ofegantes.
— Você o quê? — meu pai se vira rapidamente para mim, como se não acreditasse no que acabou de ouvir.
— Eu o amo — repito, observando-o levantar lentamente. — E ele também me ama.
James passa a mão pelo rosto, soltando uma risada sem humor.
— Você não sabe o que está falando.
— Sei sim. É por isso que íamos contar hoje sobre o nosso relacionamento.
— Nosso relacionamento… — meu pai repete, balançando a cabeça. — Mia, ele é quase seu tio! É meu sócio, meu…
— Melhor amigo — Ethan completa, passando a língua em seu lábio cortado. — E eu traí sua confiança. Mereço cada soco que você deu, mas não me arrependo, James. Não de amar sua filha.
Meu pai encara Ethan como se ele tivesse acabado de revidar cada golpe recebido. Seu rosto, antes contorcido de raiva, agora mostra algo diferente. Algo pior.
— Amor… Você desconhece essa palavra — meu pai diz, num tom baixo e perigoso. — Não tente me enganar.
— Pai…
— Há quanto tempo essa porra está acontecendo? — James o ignora, alternando o olhar entre nós.
O silêncio que segue sua pergunta faz seu rosto empalidecer.
— Mia? Há quanto tempo? — insiste, e, num tom mais baixo, quase trêmulo, como se ainda tivesse alguma esperança, pergunta: — Por favor, me diga que isso começou ontem, quando ele te trouxe.
— Não foi ontem — finalmente respondo, num fio de voz. — Começou desde que cheguei a Chicago, uma semana antes de te encontrar. Você estava viajando, entrei no carro dele por engano e… aconteceu.
James cambaleia como se tivesse levado um soco, precisando se apoiar na parede. Então, algo em seu olhar muda.
— Você sabia? — meu pai pergunta, encarando Ethan.
— Não sabia que ela era — Ethan responde, firme. — Só descobri quando Mia invadiu meu escritório naquele dia.
James fica em silêncio por um momento, como se tentasse processar tudo o que está ouvindo. Então, seu rosto se contorce numa expressão que nunca vi antes.
— Quanto? — ele pergunta, a voz perigosamente baixa.
— O quê? — Ethan franze a testa.
— Quanto você deixou para ela na manhã seguinte? — Meu pai se aproxima de Ethan, o olhar cheio de desprezo. — Era assim que você fazia com todas. Um pagamento, um drama a menos. Se tratou minha filha como uma puta, vou matar você.

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