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Proibida Para o CEO romance Capítulo 143

“Mia Bennett”

Minhas unhas deslizam pela borda do bloco de anotações, rabiscando formas sem sentido enquanto meus olhos permanecem fixos no relógio digital no canto do computador.

Os segundos parecem se arrastar, ou talvez seja apenas minha ansiedade tornando cada um deles insuportável.

Meu pai e Ethan estão sozinhos em uma sala, depois de tudo o que aconteceu ontem… Nenhuma possibilidade me parece boa. Especialmente após os cochichos que ouvi há pouco.

Discussão acalorada na sala do Sr. Bennett. Seguranças sendo chamados.

Cruzo as pernas e descruzo logo em seguida, incapaz de me manter parada. Cada minuto que passa só aumenta a sensação de que algo está errado.

Então, finalmente, o som do elevador chama minha atenção.

Ethan.

Ele sai do elevador com passos firmes, a expressão fechada e os ombros tensos. Seu maxilar está travado, e os hematomas em seu rosto parecem ainda mais evidentes sob a luz fria do escritório.

Mas não é isso que me faz prender a respiração. É a maneira como seus olhos encontram os meus.

Ele não precisa dizer nada quando passa pela minha mesa. O simples movimento de cabeça é um comando claro.

Me levanto rapidamente, tentando ignorar a sensação de que todos ao redor percebem minha pressa. Pego meu tablet e sigo seus passos, sentindo o olhar curioso de Gabriel me acompanhar.

Assim que fecho a porta da sala atrás de mim, me viro para Ethan.

— O que aconteceu na sala do meu pai? — pergunto, sem esconder a urgência na voz.

Ele solta um suspiro pesado, deslizando a mão pela nuca antes de se encostar na mesa.

— Miranda está fora da Nexus — diz, me fazendo arregalar os olhos. — Foi por isso que fui até a sala dele.

Minha boca se entreabre, surpresa, mas não consigo reagir de imediato. Isso deveria ser um alívio. Mas a expressão de Ethan me diz que aconteceu algo mais.

— E…?

— E ele está determinado a me afastar. — diz, contraindo o maxilar. — Da empresa. De você.

— O quê?

— Ele cogitou vender as ações, Mia. — Ethan aperta os dedos contra a mesa, como se tentasse conter a própria frustração. — Ele quer me forçar a sair e sabe que essa é a melhor maneira de conseguir isso.

— Mas… ele não pode simplesmente vender, certo?

— Pode, sim — Ethan me corta, impaciente. — Esse é o problema. Ele pode. Era isso que eu queria evitar.

O nó na minha garganta se aperta. Sei o quanto a Nexus significa para Ethan. Para os dois. Meu pai idealizou essa empresa, e Ethan a fez crescer.

— O que você vai fazer? — Minha voz sai mais baixa do que eu gostaria.

— É exatamente isso que eu queria saber. — Ele solta um riso seco, sem humor.

Permaneço em silêncio enquanto ele se afasta da mesa e caminha até a janela, deslizando os dedos pelos cabelos.

— Estou pensando seriamente em não esperar o tempo que queria para o retorno dos investimentos. — Ele inspira fundo, como se tivesse dificuldade em dizer essas palavras.

— Relaxar… — repete, apertando minha cintura. — Isso não parece uma sugestão muito inocente.

— Mas é. Sou um anjo — afirmo, num falso tom inocente.

— Um anjo que me fez perder o controle desde o primeiro dia.

E, antes que eu possa rebater, ele me beija.

Suas mãos sobem pela minha coluna até se prenderem em meu cabelo, inclinando levemente minha cabeça para aprofundar o beijo.

Não há pressa, nem urgência. Apenas ele, eu e o mundo lá fora desaparecendo por alguns instantes.

Quando finalmente nos afastamos, estamos ofegantes. Os dedos de Ethan ainda seguram delicadamente minha nuca.

— Melhor? — pergunto, arqueando a sobrancelha.

— Poderia mentir e dizer que sim, mas você ainda precisa fazer isso algumas vezes para garantir.

— Você é terrível. — Dou um tapa leve em seu peito, rindo.

— E você gosta.

— Amo.

Ele sorri, e vejo um pouco do Ethan de sempre retornando.

Não é muito, mas, por agora, é o suficiente em meio ao caos.

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