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Proibida Para o CEO romance Capítulo 156

Assim que termina de falar, Lauren sai apressada pelo corredor. Troco um olhar rápido com meu pai, que gesticula para a porta, e seguimos os passos dela.

Tudo o que passa pela minha cabeça é Mia e a possibilidade de algo ter acontecido com ela. Mas, quando chegamos à sala de estar, a cena que encontro me faz parar no meio do caminho.

Lauren está literalmente empurrando Mia para o sofá. Minha namorada, com os olhos arregalados de surpresa, cai sentada, rindo, ainda tentando entender o que passa na cabeça da cunhada.

— Lauren! — exclamo, me aproximando rapidamente. — Que merda você está fazendo?

Minha irmã se vira para mim com um sorriso travesso, sem nenhum vestígio da urgência desesperada de momentos atrás.

— Ah, vocês me surpreenderam lá dentro… — Ela solta os ombros de Mia, que se endireita, ajustando a blusa. — Tive que improvisar.

— Improvisar? — repito, alternando o olhar entre Lauren e Mia, que parece tão confusa quanto eu, embora ainda esteja rindo.

— Claro! Fui até o escritório esperando encontrar gritos, acusações, talvez até um objeto voador não identificado atravessando o ar… — Ela gesticula entre mim e meu pai, parado na entrada. — Sabe… o clássico drama dos homens da família Hayes.

Minha mãe lança um olhar de repreensão para Lauren, mas vejo um leve tremor no canto de sua boca, como se estivesse segurando o riso.

— E quando cheguei lá — Lauren continua, acenando dramaticamente com as mãos — encontrei vocês dois tendo uma conversa civilizada. Civilizada! Depois de cinco anos!

— E isso justifica empurrar a Mia como uma marionete? — Meu pai pergunta, e, para minha surpresa, há humor em seu tom.

— Eu precisava de um plano B! — Lauren se defende, sentando-se ao lado de Mia. — Usar a Mia pareceu convincente o suficiente para arrancar vocês dois daquela conversa antes que tudo desandasse. Tive que ser convincente.

— Você é impossível… — murmuro, balançando a cabeça.

— Eu sei. — Ela sorri e então seu olhar se torna mais sério, alternando entre mim e nosso pai. — Então… vocês dois realmente conversaram civilizadamente?

— Sim, conversamos.

— Só isso? Preciso de detalhes! — minha irmã insiste, desviando o olhar para Abraham. — Papai, por favor…

Meu pai caminha até a poltrona ao lado da minha mãe e se senta, parecendo estranhamente à vontade para alguém que acabou de ter uma das conversas mais difíceis dos últimos anos.

— Dei ao Ethan uma proposta para considerar — ele diz simplesmente, lançando um olhar para mim. — O resto depende dele.

— É só isso que vocês vão nos contar? — Lauren suspira dramaticamente. — Cinco anos de silêncio terminam com “uma proposta para considerar”?

Mia se levanta e vem até mim, segurando minha mão. Seu olhar me faz uma pergunta silenciosa, uma que sei que precisarei responder mais tarde, quando estivermos sozinhos.

— Algumas conversas precisam acontecer em etapas, Lauren — respondo, sem desviar os olhos do meu pai.

Por um instante, há uma conexão silenciosa entre nós. Não é compreensão total, nem perdão, nem um apagamento do passado. Mas talvez, o primeiro traço de um novo projeto.

— Bem — minha mãe diz, quebrando o momento com um sorriso esperançoso — acho que recebi o melhor presente de aniversário que poderia pedir.

Quando chegamos na escada, Mia para e se vira para mim, seus olhos buscando os meus com aquela intensidade que sempre me desarma.

— Você está bem?

Considero a pergunta por um momento, sentindo o peso do envelope nas mãos, o eco da conversa com meu pai, a esperança no olhar da minha mãe.

— É estranho — admito. — Passei anos construindo minha vida longe daqui, convencido de que era a única forma de ser quem eu queria ser. E agora… percebo que talvez existam pontes possíveis onde antes só via abismos.

Mia sorri, aquele sorriso que ilumina seu rosto inteiro e sempre me lembra por que me apaixonei por ela.

Enquanto subimos as escadas, ela entrelaça os dedos nos meus. O calor do seu toque me ancora no presente, no agora.

Mas, no fundo da minha mente, sei que essa tranquilidade é apenas uma pausa.

Chicago nos espera.

E com ela, os problemas que deixamos para trás.

Por um momento, permito-me acreditar que esta casa, essa bolha de nostalgia e reconciliação, pode ser um refúgio.

Mas refúgios não duram para sempre.

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