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Proibida Para o CEO romance Capítulo 157

“Mia Bennett”

O sol mal começou a aparecer no horizonte quando coloco a última peça de roupa na mala. Desvio o olhar para Ethan, que está parado junto à janela, observando o jardim.

Desde a conversa com Abraham, algo mudou nele. Não de forma dramática ou evidente para quem não o conhece bem, mas, para mim, é como se todos os músculos que estiveram tensos por anos começassem finalmente a relaxar.

— Acha que esquecemos alguma coisa, amor? — pergunto, fechando o zíper da mala.

Ethan se vira para mim, sorrindo.

— Além das vinte perguntas que a tia Eliza fez sobre nosso relacionamento e que prometi responder por e-mail?

Rio, lembrando da senhora idosa que, ontem, passou boa parte do jantar de aniversário de Catherine me interrogando sobre casamento e possíveis “pequenos Hayes”.

— Ela é persistente.

— Característica de família — ele responde, aproximando-se para ajudar com a mala.

A casa está silenciosa quando descemos as escadas. Ao chegarmos à sala de estar, encontramos Catherine já nos esperando, elegantemente vestida, mesmo a essa hora.

— Bom dia, meus amores — ela diz, levantando-se para nos receber. — Teresa preparou café na cozinha. Achei que gostariam de algo quente antes de sair.

Um silêncio confortável se instala entre nós enquanto seguimos para a cozinha e servimos o café que a governanta deixou pronto. Diferente do silêncio tenso que pairava sobre a casa quando chegamos.

— Foi um lindo aniversário, Catherine — digo, por fim. — Obrigada por nos receber.

Seus olhos encontram os meus, e há um agradecimento silencioso neles que vai além da simples hospitalidade.

— Foi o melhor presente que poderia ter recebido. — Ela olha para Ethan, que mantém os olhos fixos em sua xícara. — Ter todos vocês aqui.

O som de saltos descendo a escada quebra o momento. Lauren aparece, completamente arrumada e com uma pequena mala de mão.

— Você vai com a gente? — Ethan ergue uma sobrancelha.

— Claro! Tenho uma reunião mais tarde — ela diz, colocando a mala ao lado das nossas. — Um cliente bem indeciso, diga-se de passagem. Tão diferente da filha…

Antes que possamos continuar a conversa, ouvimos passos pesados na escada. Abraham aparece na entrada da cozinha.

— Steve acabou de me avisar que está tudo pronto — anuncia, e sua presença altera imediatamente a atmosfera do ambiente.

Um momento de hesitação paira no ar enquanto Ethan e seu pai se encaram. Então, para minha surpresa, Abraham estende a mão.

— Pense na proposta — diz. — Sem pressão, sem prazo. Apenas… considere as possibilidades.

— Vou pensar, pai — Ethan responde, apertando a mão dele.

Não é um abraço emocionado, nem uma declaração grandiosa de mudança. É pequeno, contido, quase formal.

Mas, para quem testemunhou o abismo entre eles, escancarado em um simples café da manhã, é como assistir a uma ponte sendo construída sobre águas turbulentas.

Os abraços em Catherine são mais calorosos, cheios de promessas de ligações, mensagens e visitas que espero sinceramente que sejam cumpridas.

— O silêncio dele costuma ser pior que os gritos — Ethan observa, olhando pela janela.

Solto um suspiro, sentindo a realidade pesar nos ombros. Por alguns dias, conseguimos viver como se Chicago e todos os seus problemas não existissem.

Mas agora…

Ethan coloca sua mão sobre a minha, e só então percebo que estava torcendo os dedos nervosamente no colo.

— Não vamos sofrer por antecipação, meu amor — ele diz, num tom baixo, suficiente apenas para que eu ouça. — Um dia de cada vez, lembra?

— Você tem razão — murmuro, apoiando minha cabeça em seu ombro. — Não tem como meu pai ficar mais irritado. E se ficar… o que ele pode fazer? Gritar? Nos desprezar? Fingir que não existimos? Ele já faz tudo isso.

Solto um suspiro resignado e desvio o olhar para a janela.

Entre nós e Chicago, há apenas algumas horas de voo. Tempo suficiente para aproveitar o último resquício de calmaria antes da tempestade que inevitavelmente nos espera.

Como se lesse meus pensamentos, Ethan aperta minha mão, me trazendo de volta ao presente.

— O que quer que aconteça — ele sussurra —, continuaremos enfrentando juntos.

Assinto, mas ainda assim não consigo relaxar por completo. Como ele disse, o silêncio do meu pai costuma ser pior que os gritos.

E agora, tudo o que me pergunto é: o que nos espera em Chicago?

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