“Lauren Hayes”
O que eles estão fazendo aqui?
Aperto a maçaneta, me esforçando para parecer normal. Calma.
James está no banheiro, trocando a camisa que acabei de molhar “acidentalmente” com vinho tinto.
Uma manobra desesperada quando ele disse que queria falar sobre nós. Algo no tom dele me deixou em pânico, e foi a única coisa que consegui pensar na hora.
Ou era o vinho, ou era fingir um desmaio.
E agora, como se o universo estivesse rindo de mim, meu irmão e sua namorada estão na minha porta.
Talvez agora seja a hora de fingir um desmaio.
— Viemos devolver isso. — Mia estende a caixa com a peruca que levei mais cedo. — E agradecer pela ajuda.
— Ah, claro… — Pego a caixa rapidamente, tentando parecer casual enquanto bloqueio qualquer visão do interior do apartamento. — Não precisavam se incomodar. Como… como foi tudo?
Ethan lança um olhar suspeito para minha postura defensiva, mas Mia sorri, fingindo normalidade.
— Funcionou perfeitamente — responde, dando de ombros. — Ele ficou… surpreso.
— Imagino — murmuro, lutando contra o impulso de olhar para trás, para o corredor que leva ao banheiro.
A qualquer momento, James pode sair e…
Merda.
O som de uma porta se abrindo no apartamento, seguido de passos, me faz sentir como se estivesse em queda livre.
— Vocês parecem exaustos — digo rapidamente, elevando a voz mais do que o necessário. — Dia difícil, não é? Melhor deixar para conversarmos outra hora. Todos precisamos… descansar.
Ethan estreita os olhos, inclinando-se ligeiramente para o lado para tentar enxergar o que estou escondendo.
Seu olhar se fixa na mesa, perfeitamente posta para dois.
— Um encontro? — Ele pergunta, arqueando uma sobrancelha.
— Algo assim — respondo vagamente, ouvindo os passos se aproximando pelo corredor. Droga. — Olha, vocês dois devem estar cansados. Por que não conversamos amanhã?
Mas Ethan, claro, não cede à minha pressão.
Sua expressão muda e vejo o lado protetor do meu irmão mais velho surgindo.
— Lauren, quem está aqui? — O tom de Ethan é baixo, quase ameaçador. — Se for aquele engenheiro de novo…
— Não é nenhum engenheiro! — protesto, sentindo o pânico crescer. — É só um amigo que…
Paro de tentar justificar quando ouço a voz de James, perigosamente próxima.
— Lauren, acho que vou precisar daquela camisa.
Fecho os olhos por um segundo.
Merda.
No único momento em que preciso que aquela bendita fechadura emperre, ela decide funcionar perfeitamente.
Quando os abro novamente, vejo Mia e Ethan trocando olhares significativos.
— Bem, não queremos atrapalhar — Mia diz, sorrindo ao pegar a mão do meu irmão. — Só viemos devolver a peruca. Boa noite, Lauren.
— Boa noite — respondo, quase sem fôlego. — E… obrigada, cunhadinha.
Fecho a porta rapidamente e encosto a testa nela, respirando fundo.
Por um momento, fico imóvel, tentando acalmar meu coração acelerado. Metade pelo susto. Metade pelo alívio de terem ido embora.
Quando me viro, quase perco o fôlego de novo.
Por um momento, me pergunto como um homem que passa os dias na empresa consegue manter uma forma física tão…
— Acho que essa dá em você — digo rapidamente, interrompendo meus próprios pensamentos traiçoeiros.
— Obrigado. — Ele pega a camiseta, roçando seus dedos nos meus por um segundo a mais que o necessário.
Assisto enquanto ele a veste, sentindo uma mistura curiosa de desapontamento e alívio quando o tecido cobre seu abdômen.
— Vinho? — ofereço, tentando mudar de assunto enquanto caminho até a mesa já arrumada.
— Contanto que ele não pare em mim novamente — responde, rindo.
— Terei mais cuidado, prometo.
Enquanto sirvo o vinho em duas taças, ele se senta novamente. Quando me aproximo, ele está no sofá, observando ao redor.
— Aqui é exatamente como imaginei.
— Você imaginou minha casa? — pergunto, entregando-lhe a taça.
— Profissionalmente falando, claro — disfarça, sorrindo.
— Claro. — Sorrio de volta, me sentando ao lado dele. — Profissionalmente.
Por um momento, trocamos um olhar diferente dos outros.
Algo que vai além dos olhares profissionais, dos olhares tensos quando falamos de Mia e Ethan… ou até mesmo da decoração.
— Então, sobre o que queria conversar? — pergunto, tentando manter a voz leve enquanto levo a taça à boca.
James olha para sua taça por um longo momento antes de responder.
— Acabo de ter uma… experiência esclarecedora — diz, a voz mais baixa que o normal. — E sei que você os ajudou.

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