“Mia Bennett”
A segunda-feira chega com aquela familiar sensação de rotina após um fim de semana surreal.
Entre confrontos planejados, casais inesperados e emergências hospitalares causadas por morangos, parece que vivi uma temporada inteira de uma série dramática em apenas dois dias.
— Você está muito quieta — Ethan comenta assim que entramos no elevador. — Tudo bem?
— Sim — respondo, ajustando a alça da bolsa no ombro. — Só estou pensando em como serão as coisas daqui para frente. E você?
— Sinceramente? A única coisa que realmente me importa é ter você ao meu lado — diz, me puxando para perto. — O resto a gente dá um jeito.
Sorrio e fico na ponta dos pés para beijá-lo antes de sairmos na garagem. No carro, mantemos a conversa leve, aproveitando nossos toques despretensiosos.
Pouco depois, quando chegamos à Nexus, nos beijamos uma última vez antes de seguirmos para o elevador.
— Almoçamos juntos hoje? — pergunto, encarando-o através da parede espelhada.
— Sem dúvidas, perdição. Amo você.
— Também amo você, meu bem.
Logo, desço no jurídico enquanto Ethan continua subindo para o administrativo. A rotina já se tornou familiar.
Quando chego à minha mesa, Theo já está sentado com um copo enorme de café ao lado de uma pilha de documentos. Respiro fundo e me sento. Pelo visto, o dia promete.
— Bom dia, Theo — cumprimento, deixando a bolsa de lado. — Como foi o fim de semana?
— Bom dia, Mia. Foi… surpreendente. E o seu?
— Tenso! — exclamo, ligando o computador. — Mas me conta, por que surpreendente?
Antes que Theo possa responder, meu celular vibra com uma mensagem do meu pai.
“Pode vir à minha sala quando chegar?”
O tom neutro não me diz nada sobre o que esperar. Apesar da trégua silenciosa estabelecida no hospital, ainda sinto aquela tensão familiar ao me dirigir para a sala dele.
Quando entro, ele está revisando alguns documentos, mas levanta o olhar imediatamente.
— Bom dia, filha. — Ele gesticula para que eu me sente. — Como está?
— Bem — respondo cautelosamente. — E você? Algum encontro traumático com frutas vermelhas desde sexta?
— Lauren jogou fora qualquer coisa remotamente vermelha da cozinha dela. — Ele balança a cabeça, sorrindo. — Mas não te chamei aqui para me provocar, mocinha.
Respiro fundo e me ajeito na cadeira, esperando que continue.
— Amy não retornará à Nexus — ele diz sem rodeios. — Se estiver interessada em voltar à sua antiga posição como assistente pessoal, a vaga está disponível.
A oferta me pega de surpresa, embora talvez não devesse. Era isso que eu queria, certo?
— É sua escolha, Mia — acrescenta, talvez notando minha hesitação. — Se preferir continuar aqui, compreenderei. Pearson mencionou que você tem se adaptado bem.
Isso é novidade. Arthur Pearson reconhecendo meu trabalho?
— Mas a questão aqui não é o que eu quero, meu amor. — Ele segura minha mão sobre a mesa. — É o que é melhor para você, para o seu futuro. Harvard, experiências relevantes para quando chegar o momento…
Sorrio, surpresa com sua honestidade, embora não devesse. Afinal, é apenas Ethan sendo Ethan. Direto e sincero, mesmo quando seria mais fácil não ser.
— Além disso — acrescenta com um pequeno sorriso —, o evento beneficente no fim de semana será nossa primeira aparição oficial juntos. Como um casal. Não como CEO e assistente pessoal.
O evento. A simples menção faz meu estômago revirar. Estou realmente pronta para mais uma onda de emoções, justo agora que as coisas finalmente parecem estar se encaixando?
Novos boatos virão. Novos murmúrios. E, desta vez, não será apenas nos corredores da Nexus. Talvez seja no país inteiro.
— Sobre isso… — começo, me sentindo ainda mais nervosa.
— Sem voltar atrás, meu amor — Ethan acaricia minha mão. — Não quero mais esconder nós dois.
Levanto o olhar, encarando o homem maravilhoso à minha frente. Ethan poderia facilmente me pedir para voltar, mas, em vez disso, novamente está me incentivando a fazer o melhor para o meu futuro.
E é nesse momento que tomo minha decisão.
— Vou ficar no jurídico — digo, sem hesitar. — Pelo menos até Harvard.
— Não esperaria menos que isso de você, meu amor — responde, entrelaçando nossos dedos. — Além disso, não é como se tudo fosse continuar como estava. Acredito que finalmente vamos conseguir voltar à nossa rotina, mesmo com alguns andares nos separando.
— Sem dúvidas, meu bem — concordo, mordendo o lábio antes de rir. — Especialmente agora que meu pai está ocupado fugindo dos morangos com a Lauren.
Ethan ri, uma risada tão descontraída que atrai olhares das outras mesas.
— Nunca vou superar isso — diz, balançando a cabeça. — James Bennett derrubado por uma sobremesa.

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