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Proibida Para o CEO romance Capítulo 192

“Mia Bennett”

Meu rosto ainda arde dos t***s que Miranda me deu durante a ligação.

O primeiro acertou minha bochecha já dolorida. O segundo, mais forte, veio com o bônus do anel de diamante que ela usa, abrindo um corte que agora sangra e pinga no meu vestido.

— Sua piranha insolente! — ela vocifera, guardando o celular no bolso do casaco. — Mais uma gracinha dessas e vou garantir que recebam um dedo seu pelo correio.

Engulo a resposta que ameaça escapar. Preciso ser inteligente. Provocá-la não vai me ajudar a sair daqui.

Gabriel caminha inquieto de um lado para o outro, checando repetidamente seu celular. Ele parece cada vez mais desconfortável com a situação, lançando olhares discretos em minha direção que Miranda não percebe.

— Agora é só esperar — ela continua, sem disfarçar a impaciência. — O dinheiro logo estará em nossas mãos, e então… liberdade.

— E quanto a ela? — Gabriel pergunta, apontando para mim com um movimento de cabeça.

Miranda me encara como se avaliasse um objeto, não uma pessoa.

— Ela? — repete, sorrindo de um jeito que me faz gelar. — Depois disso, teremos menos uma pessoa no mundo.

Um arrepio percorre minha espinha. Cada minuto aqui dentro apenas confirma que Miranda não tem intenção alguma de me deixar sair viva.

— Tenho que fazer algumas ligações — ela anuncia, ajustando o casaco enquanto se dirige à porta. — Gabriel, fique de olho nela. Quero o carro pronto para o próximo encontro. Sem surpresas.

Ele apenas assente, silencioso. Miranda sai, fechando a porta pesada atrás de si.

O silêncio se instala, quebrado apenas pelo som ritmado dos passos de Gabriel pelo cômodo.

Minha mente trabalha rápido. Ele não parece confortável. Talvez haja uma brecha.

— Por quê, Gabriel? — pergunto, ignorando a ardência nos lábios. — Me faça entender por que está fazendo isso.

Ele para, mas não me encara.

— Nem tudo é tão simples como parece, Mia.

— Então me faça entender — peço, minha voz mais firme do que me sinto. — Porque o Gabriel que conheço não é um criminoso. Não é alguém que drogaria uma amiga e a entregaria a uma psicopata com sede de vingança.

Minha voz falha no final, expondo a mágoa que tento esconder. A traição de Gabriel dói mais do que os t***s de Miranda.

Ele dá alguns passos na minha direção, mas mantém distância. Seus dedos tamborilam nervosamente contra a lateral da perna.

— Por que me colocar nessa situação? — continuo antes que ele possa falar. — Vai me dizer que a ajuda, nossas conversas, nossa amizade… tudo isso foi mentira?

— Não. Não foi mentira. Eu nunca… — Ele para, sacudindo a cabeça, como se se repreendesse mentalmente. — Isso não importa agora.

— Importa para mim! — exclamo, frustrada, puxando as cordas que prendem meus pulsos. — Quero entender como você se deixou chegar a esse ponto.

Gabriel finalmente me encara e vejo a tristeza em seus olhos. Ele pondera por alguns segundos antes de, enfim, começar a falar.

— Meu pai foi preso há dois meses — ele diz, num tom baixo. — Problemas com drogas. Terceira reincidência, pena mínima de cinco anos.

— Não? — rebato, sem hesitar. — Você sabe que Miranda está louca. Ela é capaz de tudo!

— Se eu ajudar você, estou morto — ele diz, a voz vacilando pela primeira vez.

— E se não ajudar, pode acabar morto do mesmo jeito — retruco, mantendo meu tom firme. — Miranda não se importa com ninguém além de si mesma. Você acha mesmo que ela vai dividir esse dinheiro e te deixar ir embora em paz?

Um barulho repentino do lado de fora interrompe nossa conversa. Passos apressados. Vozes alteradas.

Gabriel se vira bruscamente para a porta e, quase correndo, atravessa a sala até a pequena janela, tentando enxergar o que está acontecendo.

— O que foi isso? — sussurro.

— Não sei. Parece que há algum tipo de…

Antes que ele possa terminar, a porta é aberta com violência, batendo contra a parede.

Miranda aparece e noto seus olhos brilhando com uma intensidade quase maníaca.

— Mudança de planos, pequena ratinha — ela diz, enquanto vem lentamente em minha direção. — Nosso querido Ethan decidiu atrapalhar meus planos.

Seus lábios se curvam num sorriso perverso e ela inclina a cabeça.

— Posso até sair daqui presa — continua. — Mas você… você não sairá viva.

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