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Proibida Para o CEO romance Capítulo 202

Ethan deixa o notebook de lado para atender a porta, e logo a enfermeira chega.

Clara, uma mulher de meia-idade, já esteve aqui ontem quando cheguei do hospital.

— Bom dia, Srta. Bennett. Como está se sentindo hoje?

— Sobrevivendo — respondo honestamente. — Um dia de cada vez.

Clara sorri enquanto prepara seus equipamentos.

Por alguns minutos, os cuidados seguem como de costume: ela verifica meus sinais vitais, me ajuda a tomar os remédios, avalia a cicatrização…

— A recuperação está progredindo muito bem — comenta, aplicando um novo curativo. — A fisioterapeuta virá amanhã para começar exercícios respiratórios mais intensivos.

— Mal posso esperar — digo, tentando soar animada.

Clara fecha a maleta e me encara com um olhar decidido.

— Vou ajudá-la a tomar banho hoje.

— Consigo fazer isso sozinha — respondo rapidamente, odiando a ideia de precisar de ajuda até para isso, aqui na minha própria casa.

— Srta. Bennett, seus pontos ainda não podem ser molhados em excesso, e movimentos bruscos podem causar dores desnecessárias.

— E se eu ajudar? — Ethan intervém ao notar meu desconforto, alternando o olhar entre nós duas.

Não consigo evitar um pequeno sorriso com sua atitude. Clara o encara por um momento, ponderando.

— Tudo bem — concorda, por fim. — Vou mostrar como ajudá-la sem comprometer a cicatrização.

Ethan recebe uma verdadeira aula e escuta tudo com atenção, como se estivesse prestes a passar por uma prova importante.

— Tem certeza de que conseguirá fazer isso sozinho? — Clara pergunta após terminar as instruções.

— Sim, me lembro de tudo — Ethan responde com tranquilidade.

— Ótimo. Volto amanhã no mesmo horário. Qualquer problema, me liguem.

Assentimos juntos, e logo a enfermeira sai. Assim que a porta se fecha, um silêncio um tanto constrangido se instala entre nós.

Deveria ser algo normal, considerando quantas vezes já tomamos banho juntos, mas isso é diferente. Não se trata de desejo, e sim de necessidade e cuidado.

— Então… — Ethan começa, parecendo um pouco sem jeito. — Quer tomar banho agora ou prefere esperar um pouco?

— Agora seria bom — respondo, sentindo um nervosismo bobo, o que é ridículo, eu sei. — Amor, eu realmente consigo fazer isso sozinha.

— Mia, quero fazer isso. Quero cuidar de você — diz, me encarando com aquela intensidade que sempre me desmonta. — Ajudar você no banho é significativo para mim.

— Por quê? — pergunto, curiosa.

— Porque significa que você confia em mim o suficiente para me permitir ajudar quando está vulnerável. — Ele beija minha mão suavemente. — Significa que você confia seu corpo a mim não apenas para o prazer, mas para o cuidado.

O encaro por um momento, surpresa não com suas palavras, mas comigo mesma. Pois quando penso que não é possível amá-lo mais do que já amo, ele me mostra que sempre é.

Com cuidado, ele me ajuda a levantar do sofá e juntos seguimos para o banheiro. Com a mesma delicadeza, ele retira minhas roupas e abre o chuveiro, ajustando a temperatura da água.

Ethan beija o topo da minha cabeça.

— Não há lugar no mundo onde eu preferiria estar, perdição.

Pego o controle da TV enquanto Ethan volta sua atenção para o notebook.

A familiaridade desse momento, mesmo nessas circunstâncias, me traz uma paz que, durante o sequestro, diante do olhar odioso de Miranda, cheguei a acreditar que nunca mais sentiria.

— Sabe do que mais sinto falta? — pergunto, pausando o filme aleatório que escolhi.

— O quê?

— De te beijar sem precisar calcular a posição certa para não sentir dor.

Ethan fecha o notebook e se vira para mim, me encarando com aquele olhar intenso que sempre faz meu coração disparar.

— Talvez eu possa ajudar com isso — diz, se aproximando com cuidado.

Seus dedos se entrelaçam nos meus cabelos, me puxando para um beijo. Por um instante, ele parece esquecer de tudo, me beijando com vontade, como se nada além disso importasse.

Quando nos afastamos, um sorriso surge nos meus lábios. Um momento de quase normalidade.

— Muito melhor que qualquer analgésico — murmuro.

— Devo avisar aos médicos que descobrimos um novo tratamento?

— É melhor mantermos esse método entre nós — brinco, sentindo meus olhos pesarem. — Esse tratamento é exclusivamente meu.

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