Ethan deixa o notebook de lado para atender a porta, e logo a enfermeira chega.
Clara, uma mulher de meia-idade, já esteve aqui ontem quando cheguei do hospital.
— Bom dia, Srta. Bennett. Como está se sentindo hoje?
— Sobrevivendo — respondo honestamente. — Um dia de cada vez.
Clara sorri enquanto prepara seus equipamentos.
Por alguns minutos, os cuidados seguem como de costume: ela verifica meus sinais vitais, me ajuda a tomar os remédios, avalia a cicatrização…
— A recuperação está progredindo muito bem — comenta, aplicando um novo curativo. — A fisioterapeuta virá amanhã para começar exercícios respiratórios mais intensivos.
— Mal posso esperar — digo, tentando soar animada.
Clara fecha a maleta e me encara com um olhar decidido.
— Vou ajudá-la a tomar banho hoje.
— Consigo fazer isso sozinha — respondo rapidamente, odiando a ideia de precisar de ajuda até para isso, aqui na minha própria casa.
— Srta. Bennett, seus pontos ainda não podem ser molhados em excesso, e movimentos bruscos podem causar dores desnecessárias.
— E se eu ajudar? — Ethan intervém ao notar meu desconforto, alternando o olhar entre nós duas.
Não consigo evitar um pequeno sorriso com sua atitude. Clara o encara por um momento, ponderando.
— Tudo bem — concorda, por fim. — Vou mostrar como ajudá-la sem comprometer a cicatrização.
Ethan recebe uma verdadeira aula e escuta tudo com atenção, como se estivesse prestes a passar por uma prova importante.
— Tem certeza de que conseguirá fazer isso sozinho? — Clara pergunta após terminar as instruções.
— Sim, me lembro de tudo — Ethan responde com tranquilidade.
— Ótimo. Volto amanhã no mesmo horário. Qualquer problema, me liguem.
Assentimos juntos, e logo a enfermeira sai. Assim que a porta se fecha, um silêncio um tanto constrangido se instala entre nós.
Deveria ser algo normal, considerando quantas vezes já tomamos banho juntos, mas isso é diferente. Não se trata de desejo, e sim de necessidade e cuidado.
— Então… — Ethan começa, parecendo um pouco sem jeito. — Quer tomar banho agora ou prefere esperar um pouco?
— Agora seria bom — respondo, sentindo um nervosismo bobo, o que é ridículo, eu sei. — Amor, eu realmente consigo fazer isso sozinha.
— Mia, quero fazer isso. Quero cuidar de você — diz, me encarando com aquela intensidade que sempre me desmonta. — Ajudar você no banho é significativo para mim.
— Por quê? — pergunto, curiosa.
— Porque significa que você confia em mim o suficiente para me permitir ajudar quando está vulnerável. — Ele beija minha mão suavemente. — Significa que você confia seu corpo a mim não apenas para o prazer, mas para o cuidado.
O encaro por um momento, surpresa não com suas palavras, mas comigo mesma. Pois quando penso que não é possível amá-lo mais do que já amo, ele me mostra que sempre é.
Com cuidado, ele me ajuda a levantar do sofá e juntos seguimos para o banheiro. Com a mesma delicadeza, ele retira minhas roupas e abre o chuveiro, ajustando a temperatura da água.
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