“Mia Bennett”
Pisco os olhos lentamente enquanto a luz fraca do quarto me faz acordar. Continuo deitada no peito de Ethan, sentindo sua respiração calma, como se ele tivesse finalmente encontrado alguma paz.
Mas minha mente está tudo, menos tranquila.
O que fizemos… dessa vez parece certo e errado ao mesmo tempo. Eu disse que isso acabaria quando saciássemos o desejo. Mas agora, enquanto levanto a cabeça para encarar seu rosto tranquilo, tudo o que consigo pensar é: será que isso realmente acabou?
Levanto devagar e balanço a cabeça, afastando o pensamento. Claro que acabou. Ele deixou isso claro, e é melhor eu acreditar nisso para não me machucar ainda mais.
Pego minhas roupas e olho a hora no celular. O dia já vai clarear, e logo tudo voltará ao normal. Mas, dessa vez, estarei preparada para a frieza que virá com isso.
No banheiro, me encaro no espelho e vejo as marcas espalhadas pelo corpo. Um sorriso involuntário surge. Ethan Hayes é complicado, mas ninguém me faz sentir como ele faz. O único capaz de despertar desejos que eu nem sabia que existiam.
— Bem mais bruto que a primeira vez — murmuro, ainda sorrindo.
Entro no box, deixando a água morna escorrer pelo meu corpo. Fecho os olhos, relembrando tudo o que aconteceu há poucas horas. Seus toques, suas palavras, a intensidade… Tudo continua tão vivo na minha mente que parece impossível esquecer.
Depois do banho e de me vestir, volto para o quarto, prendendo os cabelos em um coque bagunçado. Paro ao lado da cama, observando Ethan dormindo tranquilamente.
“Como alguém consegue ser tão perfeito e tão irritante ao mesmo tempo?”, penso, balançando a cabeça.
Desvio o olhar para a mesinha ao lado da cama e abro um sorriso malicioso quando uma ideia surge.
Em silêncio, pego uma nota de $10 do bolso e a deixo sobre a mesinha de cabeceira. Infantil? Talvez. Mas a sensação de vingança é boa demais para resistir.
— Espero que goste do sabor do próprio veneno, Sr. Hayes — murmuro, com um sorriso satisfeito, antes de sair do quarto em silêncio.
No elevador, peço um carro e desço ao saguão. Não demora para o motorista chegar. Pouco depois, quando ele estaciona alguns metros antes de casa, desço rapidamente, agradecendo baixinho antes de fechar a porta.
Enquanto caminho, penso em alguma desculpa caso alguém tenha percebido meu sumiço. Talvez eu diga que precisei ir à farmácia comprar absorventes.
— Quem acreditaria nisso? — murmuro, rindo.
Para meu alívio, ao entrar em casa, percebo o silêncio. Ninguém à vista, ninguém atrás de mim. Subo as escadas e entro no quarto rapidamente. Mas, assim que fecho a porta, um pigarro faz meu corpo arrepiar instantaneamente.
— Posso saber onde você estava, mocinha? — Vitória pergunta. Me viro devagar e a encontro sentada na cama, com os braços cruzados e os olhos estreitos.
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