“Ethan Hayes”
Chego cedo à empresa após uma noite praticamente em claro. O sumiço de Mia, que ignorou completamente o meu convite para ir à minha casa. A mensagem curta e fria dela “amanhã conversamos”… Tudo isso contribuiu para minha insônia.
O escritório ainda está praticamente vazio, o que é melhor. Preciso colocar alguns papéis em ordem antes que todos comecem a chegar. Antes que ela chegue.
Abro meu notebook, mas não consigo me concentrar. Automaticamente, pego o celular pela milésima vez, mas não há nenhuma mensagem dela.
Normalmente, Mia já teria mandado um “bom dia”, seguido de alguma reclamação sobre o tempo.
— Afinal, o que está acontecendo com você? — murmuro, passando a mão pelos cabelos.
Quando o relógio marca oito e meia, meia hora após seu horário habitual, ouço a porta se abrir. Meu corpo enrijece enquanto desvio o olhar, mas, para minha surpresa, não é Mia. É James.
— Bom dia — ele me cumprimenta, parecendo exausto, como se também não tivesse dormido. — Vim avisar que Mia não vem hoje.
— Aconteceu algo? Você está com uma cara péssima — comento, tentando esconder a preocupação.
— Aconteceram várias coisas, Ethan — James suspira, fechando a porta atrás de si. — Desde Mia me chamando de pai pela primeira vez até ela finalmente me contando sobre a morte de Sarah e o que veio depois.
Observo enquanto ele se senta e passa a mão pelo rosto. Por mais que eu queira fazer mil perguntas, sei que pressioná-lo pode levantar suspeitas. Me recosto na cadeira e espero que ele continue, o que não demora a acontecer.
— Você estava certo — ele começa, inquieto. — Mia realmente se culpa pela morte de Sarah.
James começa a relatar a conversa, explicando os detalhes que a levaram a carregar essa culpa. Enquanto ele fala, a imagem de Mia ontem, na cafeteria, volta à minha mente. Então, quando ele menciona o padrasto, algo começa a fazer sentido.
— Mia estava com ele ontem — murmuro, mais para mim do que para James. Ele me encara, surpreso.
— O que você disse?
— Posso estar errado, mas a vi na cafeteria aqui perto, acompanhada de um homem mais velho — tento manter o tom profissional, como se estivesse apenas relatando um fato. O rosto de James empalidece e suas mãos se fecham em punhos sobre a mesa.
— Aquele desgraçado está em Chicago? — ele vocifera, externando uma raiva que nunca vi em seus olhos antes.
— James… — começo, sem saber exatamente o que dizer.
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