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Proibida Para o CEO romance Capítulo 94

“Mia Bennett”

O vento frio toca minha pele, mas não é isso que me faz tremer. É o encontro com David.

Meu coração b**e forte contra a bolsa que aperto contra o peito. A rua está silenciosa demais, quase escura, exceto pela luz fraca do poste.

“Não vou te deixar sozinha, meu amor. Nunca mais.” As palavras de Ethan surgem na minha mente enquanto tento me acalmar. Não estou sozinha. Meu pai e Ethan estão escondidos a poucos metros daqui.

Um barulho de passos me faz prender a respiração.

Olho para o lado e vejo David se aproximando. Meu coração acelera ainda mais ao encontrar os olhos dele. Não há ódio, apenas… o olhar carinhoso que ele sempre me dava antes de tudo acontecer.

— Minha princesinha… — ele diz, num tom surpreendentemente calmo, sorrindo. — Por que quer se livrar de mim assim? Por que quer se afastar do homem que te criou como sua própria filha?

Por um instante, é como se eu estivesse diante do homem que me fazia dormir quando eu tinha pesadelos. Que segurava minha mão quando eu caía. Que sorria para mim com orgulho, como se eu fosse sua maior conquista.

Minha garganta aperta. Meus olhos ardem.

— Eu nunca quis me afastar de você, David — murmuro, sentindo minha voz tremer. — Mas sim do homem que você se tornou depois que minha mãe morreu.

Mãe.

A palavra ecoa entre nós e o sorriso dele desaparece imediatamente. É aí que o monstro retorna. Seus olhos mudam, e o brilho afetuoso dá lugar ao ódio de sempre.

— Sua ingrata inútil! Eu te dei tudo, Mia. Tudo! — ele vocifera, no mesmo tom venenoso de sempre. — Me pagar por destruir minha vida é o mínimo. E você vai me dar ainda mais! Cadê o meu dinheiro?

Abro a boca para responder, mas nada sai. Olho nervosamente para os lados, esperando ver algum sinal de Ethan ou meu pai, mas não há ninguém.

Por que ninguém aparece?

David se aproxima mais, e o cheiro de álcool me atinge em cheio quando ele puxa a bolsa das minhas mãos.

Conheço esse cheiro. Sei o que vem depois dele.

— Por favor… — dou um passo para trás, mas ele não para.

— Você não conseguiu, não é? — ele ri sem humor, jogando a bolsa para o lado antes de se aproximar ainda mais. — Claro que não. Você nunca fez nada certo na vida.

Dou outro passo para trás, mas ele avança até me fazer bater as costas na parede, acuada.

— Você matou sua mãe — ele cospe as palavras. — Destruiu nossas vidas.

— N-não — gaguejo, mas é como se eu tivesse voltado no tempo. De volta àquela noite, em Portland. Meu coração dispara. Onde está Ethan? Meu pai? Por que ninguém aparece?

— Nem James te quis! Sua existência é um erro! — ele vocifera, me segurando pelos ombros novamente. — E já que Sarah está morta, não é justo que você continue viva.

Fecho os olhos, tentando me concentrar apenas em sua respiração, no calor de seu corpo, no carinho que ele faz em minhas costas. Mas toda vez que começo a relaxar, a imagem de David volta com força.

— Não consigo — sussurro. — Toda vez que fecho os olhos…

— Mia, olha para mim — ele pede, acariciando meu rosto. Obedeço, encontrando aquele olhar que sempre me acalma. — Amanhã tudo isso vai acabar. Mas agora preciso que você descanse.

— Como? — pergunto, num tom baixo, e ele sorri.

— Quer que eu te conte sobre a vez em que perdi uma aposta para Lauren e tive que usar uma fantasia de príncipe em uma festa do colégio dela?

— Isso é sério? — Rio baixinho, imaginando a cena.

— Sim, com direito a coroa e tudo — ele faz uma careta exagerada. — Lauren tinha dez anos e eu tinha treze.

Ele continua contando a história, e aos poucos sinto minhas pálpebras pesando. Dessa vez, quando fecho os olhos, não é o rosto de David que vejo.

É Ethan, vestido de príncipe, dançando desajeitadamente enquanto Lauren ri.

O sono finalmente vem, mas antes de me entregar completamente a ele, lembro que amanhã estarei frente a frente com David novamente.

Espero que dessa vez a realidade seja diferente do pesadelo. Que dessa vez, eu não esteja sozinha.

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