Sal, Pimenta e Amor(Completo) romance Capítulo 49

Tirar todo aquele sangue do meu corpo demorou. O pior de tudo foi querer sair da água quente e encarar o mundo terrível novamente. Ale demoraria a acordar e eu precisaria tentar conseguir viver esses dias.

O restaurante estava sob investigação e a polícia não demorou para vir pedir o meu depoimento também. O dia foi avançando rapidamente e a noite mamãe e vovó chegaram dando-me um abraço apertado.

A dor ainda continuava ali, presente, me esmagando por inteira enquanto eu tentava agir normalmente. Aninha vinha sendo muito paciente comigo, ajudando-me no que precisava. Não íamos mais trabalhar nessa semana de modo que eu só queria ficar sozinha.

Consegui convencer depois de dois dias que eu estava bem e que mamãe e vovó poderiam voltar para a fazenda novamente e que qualquer coisa Aninha ligava, o que ela concordou rapidamente, porque ela não estava gostando de dormir como eu desconfortavelmente.

Os dias avançavam lentamente e depois de três dias longos e monótonos eu recebi uma mensagem de Melissa dizendo que Ale estava acordando e poderia receber visita e que ele estava meio confuso e perguntando como eu estava, que ele queria me ver. Concordei e decidi que ia vê-lo.

Coloquei uma calça jeans e uma blusa branca de manga curta e tênis nos pés também brancos. Deixei meu cabelo solto, preto, caindo em cascatas pelo ombro e amarrei uma faixa na cabeça seguindo em direção ao hospital. Aninha perguntou se não queria companhia, mas acho que ela merecia um descanso e acho que ela não via a hora de eu sair do apartamento para ela ver Murilo também. Disse para ela vê-lo e não se preocupar comigo, que eu não estava doente e sabia voltar perfeitamente para casa. Ela concordou.

Não demorei para chegar ao hospital e fui na direção do quarto de Ale. Melissa estava conversando distraída com ele e eu fiquei na porta vendo e ouvindo ele brincando e sendo o Ale que eu conhecia, brincalhão, do qual eu morria de saudades.

– Sei. Esse tal de Gabriel sabe que você tem um irmão muito ciumento e chato? – Perguntou Ale e Melissa revirou os olhos achando graça.

– Ah, para Ale. Você é um palhaço. – E ele riu.

– Não é uma má ideia. Ele teria medo de palhaços, ou quem sabe escândalos com palhaço na frente do apartamento dele? Eu poderia fazer ele não gostar da ideia de dar umas indiretas para a minha irmãzinha. – Ele disse rindo e Melissa pareceu ser a primeira a me perceber próximo da porta, abrindo um largo sorrindo e falando:

– Há- Há. Muito engraçado. Agora, se me der licença, vou abandonar você seu chato e deixar você com a Sara, como tortura. – Ela brincou dando a língua e os olhos de Ale cravaram-se em mim, enquanto ele abria um daqueles sorrisos cafajestes dele que eu conhecia de longe e que me fazia corar instantaneamente.

– Uou, que tortura. – Ele disse brincando e eu senti minhas bochechas corarem enquanto Melissa ria e se levantava me deixando sozinha com Ale. Sentei no lugar onde ela estava sentada antes, ainda absorvendo todos os detalhes do rosto de Ale para ter certeza de que ele estava ali. Que ele estava vivo para mim.

– Você está vivo. – Disse aliviada e Ale aproveitou para brincar.

– Para seu desagrado, chuchu, estou aqui para enchê-la por mais setenta anos se a minha expectativa de vida permitir. – Rio achando graça e Ale estende a mão com uma pulseira em azul pendurada no pulso na minha direção, afagando o meu rosto com aqueles dedos tão quentes do qual eu sentia tanta falta.

Instintivamente fechei meus olhos sentindo aquele toque macio. Por Deus, eu achei que não conseguiria mais ter a chance de sentir tudo o que Ale me faz sentir.

– Que bom. – Ouço meus lábios dizerem e Ale sorri diante das minhas palavras enquanto fala.

– Sara, não sei se eu estava muito nas minhas faculdades, mas eu quero que você saiba que tudo o que eu disse é verdade.

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