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Seis Anos em Vão romance Capítulo 6

A acusação de Arthur, alta e cortante, ecoou na garagem de concreto.

—O que você está fazendo com uma criança, Clara? Perdeu completamente o juízo?

Ele correu até Isabela, ajudando-a a se levantar com uma delicadeza que ele nunca demonstrou com a própria esposa. Ele a amparou, tratando-a como se fosse de vidro.

—Eu não fiz nada. — A voz de Clara era um fio de aço, fria e precisa. — Sua amante se jogou no chão.

—Não a chame assim! — ele rosnou, o rosto contorcido de fúria. — Eu vi, Clara. Eu vi você de pé e um menino chorando no chão. Peça desculpas a Enzo. Agora.

Pedir desculpas. A exigência era tão absurda, tão surreal, que por um momento Clara sentiu vontade de rir. A risada morreu em sua garganta, substituída por uma fúria gelada que ela não sabia que possuía.

Chega. Tinha acabado. A parte dela que se importava, que sentia dor, que esperava, finalmente se desfez em pó.

Seus olhos se ergueram lentamente do rosto furioso de Arthur para um ponto acima de sua cabeça. Uma pequena cúpula escura se destacava no teto de concreto.

—Quer saber o que aconteceu, Arthur?

Ela ergueu a mão e apontou. O gesto era calmo, quase professoral.

—Pergunte à câmera de segurança. Puxe a gravação.

O queixo de Arthur se contraiu. Seus olhos seguiram o dedo dela, a certeza em seu rosto vacilando por um instante.

Isabela, ainda apoiada em Arthur, empalideceu visivelmente. O pânico brilhou em seus olhos.

Clara não esperou para ver a cena. Ela se virou, os saltos de seus sapatos batendo no chão com uma finalidade chocante. Cada passo era uma declaração.

—Clara! — Arthur chamou, mas ela não parou.

Capítulo 6 1

Capítulo 6 2

Capítulo 6 3

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