O dia seguinte começou com uma tempestade digital. Clara estava tomando um café amargo na copa do hospital quando viu a notícia na tela de uma das televisões.
A manchete do principal site de fofocas de Nova Esperança gritava em letras garrafais: "EXCLUSIVO: CEO ARTHUR MONTENEGRO TEM FILHO SECRETO?".
A foto era inconfundível. Arthur saindo de uma escola infantil, com Enzo em seus ombros. Isabela Ferraz estava ao lado deles, rindo, a imagem perfeita de uma família feliz. Paparazzi tinham capturado o momento com uma clareza brutal.
Em poucas horas, a hashtag #HerdeiroMontenegro estava no topo dos trending topics.
Clara sentiu os olhares dos colegas de trabalho sobre ela. Alguns de pena, outros de curiosidade mórbida. Ela desligou a TV e se trancou em seu consultório. A humilhação pública era uma nova camada de dor.
Quando ela chegou em casa naquela noite, o apartamento estava escuro. Arthur estava sentado no sofá, a silhueta recortada contra as luzes da cidade.
Ele se levantou quando ela acendeu a luz. Seus olhos foram imediatamente para o rosto dela. A marca vermelha do tapa de seu pai ainda estava lá, um hematoma roxo começando a se formar.
—Quem fez isso? — sua voz era baixa, perigosamente calma.
Clara desviou o olhar.
—Não importa.
—Foi o seu pai, não foi?
Ela não respondeu. A confirmação estava em seu silêncio.


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