Só Minha! Volume 1 da Trilogia Doce Desejo romance Capítulo 24

Por mais que o evento fosse um jantar de comemoração pelo aniversário do filho, a anfitriã estava empolgada com o requinte na decoração do ambiente.

―Tudo está deslumbrante! ― Josephine olhou para Louise. ― Parabéns, chérie!

― Obrigada! Eu estava tão inspirada que resolvi colocar um pouco mais de glamour na decoração.

― E como foi com o doutor Albuquerque? Ele deve ter ficado feliz por saber que tem uma neta.

― Oui! Ele ficou muito animado quando conheceu ma fille.

― Espero que vocês se reconciliem logo e fiquem juntos.

― Claro!

Os lábios delineados pelo batom vermelho se esticaram.

― Alexander me ajudou muito quando eu precisei e eu me apeguei a ele.

― Eu acredito que logo vocês vão reatar o relacionamento! ― Louise piscou. ― Josephiné, eu vou retocar a maquiagem e apressar o meu esposo. Você pode receber os convidados pra mim?

― Oui, chérie!

― Obrigada, querida! Eu gosto de tê-la como nora.

― Merci! ― Os lábios de Josephiné se movimentam em meio sorriso.

Depois que conversou com a governanta sobre como proceder com os funcionários que serviriam aos convidados, Josephiné foi até a cozinha verificar os últimos detalhes sobre as entradas e os aperitivos do cardápio.

Logo que aprovou o prato principal, ela sugeriu ao chefe que preparasse Crème Brulée além da torta de pera e figo com farofa de frutas secas. A jovem francesa dava as últimas ordens ao chef Pierre, quando a governanta solicitou sua presença para receber um dos convidados.

O vestido verde-esmeralda deslizava com perfeição pelo corpo de Josephiné. Esboçou um sorriso e parou assim que contemplou a convidada alguns centímetros mais baixa que ela.

Isabella entregou o casaco e a bolsa ao recepcionista, jogou as longas mechas, cor de fogo, para trás dos ombros, logo que passou pelo hall de entrada e desfilou no vestido midi frente única.

― Que bom que você veio, chéri!

― Obrigada! Onde está Louise?

― Ela foi resolver algumas coisas.

Um dos garçons se aproximou com uma bandeja dourada. Ambas pegaram taças de gin seco. Isabella sacudiu o líquido de forma delicada, apreciou o ligeiro toque cítrico e picante e em seguida tomou um gole da bebida.

― E o aniversariante?

― Alexander está enrolado com o trabalho. Já deve estar chegando.

― Acho que não! Segundo a secretária dele, Alexander e a esposa tiraram o dia de folga.

― Você não desiste, mon coeur? Tem que se amar mais. Chérie! Faz bem à pele. ― Os dedos finos tocaram o rosto com uma maquiagem clássica. ― Você tem que parar de mendigar a atenção de um homem.

― Eu não sei se você ficou sabendo, mas o Alexander e eu fomos mais que amigos, se é que você me entende?

Josephiné olhou para alguns convidados que chegavam. Henry estava acompanhado por sua esposa, Heloísa, e a pequena Marcelly.

― Excusez-moi! Preciso receber os convidados. ― Fez um gesto em direção ao casal que passava pelo hall de entrada. ― Fique à vontade e desfile por aí com esse seu look de liquidação.

― Esse é um modelo exclusivo de uma grife famosa. É de grife italiana, chérie! ― Bebeu o restante do Gin.

― Isabella, contenha-se! ― Louise aproximou-se e deu um sorriso forçado ao notar que mais convidados chegavam. ― Você vai colocar tudo a perder!

― O que está acontecendo, Louise? Por que Josephiné pensa ser dona da casa? Isso não foi o que planejamos

― Confie em mim, logo você vai entender. ― Louise deu meio sorriso. ― recomponha-se!

― Aquilo ali fazia parte dos seus planos? ― Isabella levantou o queixo em direção ao casal que adentrava o salão.

Os cabelos de Nicole caíam como cascatas, as pontas onduladas iam dos ombros até o colo dos seios. A maquiagem leve tinha um look mais natural. Uma sombra, salmão-claro, que uniformizou os olhos amendoados e um blush que a deixava mais corada. Nicole caminhou de forma graciosa ao lado do marido que a examinava com um olhar radiante.

― Papa!

A menina medindo 1,15m agarrou a perna de Alexander. Marcelly usava um lindo vestido com sobreposição de tule rosa. Os olhos cheios de ternura avaliavam o pai ao lado de outra mulher.

― Oi, cachinhos dourados! ― Nicole passou as mãos pelos cachos da menina. ― Lembra de mim?

Marcelly recuou sem entender o que Nicole dizia. Ela olhou para o menino que mexia nos óculos do mesmo jeito que o pai.

― Filho, leve a Marcelly para conhecer o seu quarto. ― A voz de Alexander parecia calma.

― Vamos, Marcelly, eu vou te mostrar minha caverna!

Alex estendeu a mão, mas Marcelly deu um passo atrás.

― Ela não quis!

Alexander examinou os funcionários à volta, acenou com a mão para a governanta.

― Rosa, por favor! Acompanhe as crianças até o quarto do Alex e leve sorvete pra eles, peça para uma das funcionárias cuidar dos meus filhos.

― Sim, senhor! Venham comigo!

Rosa estendeu a mão para Alex e Marcelly.

― Eu vou preparar um delicioso sundae para vocês.

Durante a noite, Nicole caminhava em seu vestido vermelho de frente única com um sorriso estonteante. Por vezes Alexander olhava para a esposa e sorria cada vez que notava um brilho diferente nos olhos amendoados.

― Nicky! Você está linda, filha! ― Henry se aproximou e beijou a mão de Nicole.

― Obrigada! Como vai o coração?

― Melhor do que nunca, filha! Tenho um coração valente.

Alexander tossiu ao tomar um gole do prosecco. Ele encarou Henry por alguns segundos sem piscar. Ambos não falaram sobre Nicole desde o dia em que o doutor Albuquerque teve um princípio de infarto.

― Você está bem? ― Nicole tocou o braço de Alexander.

― Sim, estou! ― Limpou a garganta e se recompôs. ― Podemos falar em particular? É sobre negócios. ― A voz ríspida se antecipou.

― Agora? ― Henry elevou as sobrancelhas grisalhas.

― Sim, é urgente! ― Olhou de Henry para Nicole. Os olhos se comprimiam como fendas. ― Eu já volto.

― A Jenny e a Lana acabaram de chegar. ― Nicole deu um beijo de leve nos lábios de Alexander. ― Eu vou falar com elas.

Caminhando apressado, ele seguiu pelos corredores em direção ao escritório, acompanhado por Henry. Fechou a porta e fez um gesto em direção a uma poltrona vitoriana em madeira maciça. Os mocassins batiam contra o piso enquanto ele se locomovia até o outro lado da mesa.

― O que há de tão importante? ― indagou Henry

― Eu vou direto ao ponto. ― Alexander apoiou os cotovelos sobre a mesa e juntou as mãos. ― Eu não quero que o senhor conte nada a Nicky.

― Nicole é minha filha! Eu tenho todo o direito de falar com ela.― Nicole é minha filha! Eu tenho direito de contar a ela.

― Ela é a minha esposa! ― Engrossou o tom de voz. ― Ela precisou de um pai a vida inteira e onde o senhor estava?

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