Após o agradável fim de semana, Nicole acompanhou Alexander até o hospital onde faria mais uma consulta pré-natal. Deixou o filho com Lana, com quem trocou amenidades e explicou sobre as tarefas de casa que o menino deveria realizar naquele dia.
Ela seguiu para o consultório de Jenny pouco antes de se despedir de Alexander, que foi direto para uma reunião com dois sócios que o aguardavam.
Durante a consulta, Nicole não se pronunciou sobre o que Alexander contou alguns dias antes. Não conteve a lágrima ao ouvir os batimentos cardíacos da filha e se emocionou por saber que Jullianne se desenvolvia como o esperado.
Depois de se despedir da obstetra, Nicole seguiu pelos corredores até o departamento pessoal da empresa, já que não assinou os papéis da demissão, ela aproveitou o momento para se desvincular da empresa.
― Senhora Bittencourt!
Uma moça loira com um corpo curvilíneo olhou para Nicole. A jovem secretária estava em uma mesa de madeira branca no escritório amplo.
― Me chame de Nicole, por favor! ― Mirou a bela secretária.
― Desculpe, é que o seu esposo pediu para que a senhora fosse até a sala dele.
― Obrigada!
Nicole caminhou devagar pelos corredores, no fundo ela sabia que Alexander daria um sermão sobre o fato de ela se desligar da empresa sem avisá-lo. Estava pronta para desafiá-lo.
Ao sair do elevador, Nicole trocou amabilidades com David ao encontrá-lo no andar da administração. Abraçou o amigo assim que se despediu e foi até a sala do diretor-executivo.
― Bom dia, Annie! ― Deu um sorriso contido ao entrar.
― Bom dia, Nicky!
― Ele ainda está em reunião? ― indagou a voz baixa.
― Não! ― Olhou da porta fechada para Nicole.
― E por que a voz dele está alterada? ― perguntou Nicole.
― A doutora Dufour chegou há poucos minutos ― ciciou a voz adenóide da secretária. ― Ela disse que tinha algo importante para conversar com ele.
Nicole se afastou logo que Isabella saiu e bateu à porta. Passou por ela feito um ciclone tropical. O olhar furioso de Alexander mirou na esposa.
― Entre, Nicky! ― Ajeitou os óculos.
A forma como reagiu deu certeza de que aquela discussão teve algo a ver com ela.
― Sente-se!
Puxou a cadeira e ajeitou para que Nicole se acomodasse. Colocou a mão no bolso da calça jeans preta e encostou-se de frente para ela.
― Por que você fez isso? ― perguntou com uma feição inelegível.
― Alexander, se você quer falar sobre a minha demissão, então é melhor não começar. Eu assinei os papéis, você não pode me controlar desse jeito.
― Você estava abraçando o David no corredor do hospital que eu administro ― falou o tom rude.
― Foi isso que a sua amiguinha veio fofocar? ― Deu uma risada irônica. ― Isso é típico da Isabella.
― Algum dia você me viu abraçando ela ou alguma outra mulher pelos corredores? ― Apoiou as mãos no braço da cadeira e olhou nos olhos amendoados. – Esse cara sabe que você está esperando a minha filha e ainda continua rondando você.
― Chega, Alexander! ― Impôs-se. ― Você não mudou nada, só estava fingindo para me manter por perto e continuar com essa sua mania de controlar tudo.
Alexander recuou e respirou fundo, estava a ponto de colocar tudo a perder. Precisava lutar contra aqueles sentimentos desproporcionais que dificultavam o relacionamento.
Nicole olhou para o relógio folheado a ouro no pulso direito enquanto Alexander ficou em silêncio.
― Como está a nossa filha?
― Está ótima! ― Nicole foi curta e grossa. ― Eu preciso ir, Alexander. ― Levantou-se da cadeira e ajeitou o vestido de manga preto um pouco mais largo na curva do ventre. ― Você quer discutir sobre outra coisa ou eu posso ir para minha casa?
― Nicky, não diga isso! ― A feição dele mudou.
Ele recordou de uma das consultas quando o psicólogo avisou que toda atitude negativa geraria uma consequência destrutiva.
― Não quer discutir sobre a pensão ou sobre a guarda dos nossos filhos?
― Não diga coisas estúpidas, Nicky! ― Tirou os óculos e colocou sobre a mesa.
― Este é o momento ideal para você dizer que eu sou pobre, minha casa é horrível e que eu não tenho condições de manter os meus filhos.
― Chega! ― disse em tom rude. ― Eu já te pedi perdão inúmeras vezes! ― Tentou se justificar.
― Acabou de falar o que você queria? ― Olhou na direção da porta. ― Eu tenho de ir.
Tinha alguma coisa na forma como ela o enfrentava que mexia com sua libido. Os olhos brilhavam refletindo toda a malícia. Puxou-a pelo braço antes que ela se afastasse.
— Eu quero você!
― Ah, não, você não vai virar o jogo dessa forma.
— Quem é o seu chefe? — O murmúrio rouco num tom baixo a instigou.
― Caso você tenha esquecido, eu já assinei minha demissão.
As mãos resvalaram pela fenda do tecido um pouco acima do joelho, deslizaram pelas coxas e levantaram até a altura do quadril. Os músculos dos braços torneados na manga da camisa slim branca a levantaram e a sentaram sobre a mesa.
― Não! ― Projetou o queixo ao afrontá-lo.
― Tem certeza? ― Sugou-lhe o lábio inferior.
O corpo estremeceu ao sentir a mão por cima da calcinha. Ele afastou a tela plana e o teclado do computador, passou o braço derrubando ao chão tudo o que estava sobre a mesa. Ao fundo o telefone tocava, mas Alexander ignorou a ligação.
— Você não vai atender? — Ela sussurrou. ― Deve ser a sua amiga.
— Eu ainda não acabei. Fique quietinha! — ordenou ele, com uma voz barítona e sensual.
Os lábios dele percorreram o pescoço até o decote em V que revelava o contorno dos seios voluptuosos. As mãos firmes inclinaram o corpo dela sobre a mesa e deslizaram até o meio das pernas. Os dedos longos e ágeis afastaram a calcinha.
— É isso que eu quero. — Colocou o dedo indicador e, em seguida, penetrou outro dedo no músculo rígido e molhado por entre as suas coxas. — Eu preciso sentir você.
Alexander revelou os músculos do triângulo invertido ao abrir os botões da blusa. Removeu o cinto com fivela dourada e, em seguida, o zíper da calça jeans. Expressou todo o desejo quando puxou o membro rijo e potente da cueca boxer cinza e se encaixou no meio dela.
— Você entendeu o que eu quero?
Colocou a ponta endurecida e pulsante na fenda úmida que se comprimia.
— Responda! — O tom grave na voz ordenou.
— Sim! — sussurrou a voz serena.
Roçando por entre a virilha, ele escorregou até a parte molhada e convidativa nos quadris que vinham de encontro a ele, mas não a penetrou. Esfregava o membro duro de cima para baixo.
Alexander se afastou após ouvir as batidas insistentes. Depois de levantar a calça e abotoar o jeans, ele se aproximou da porta, mas não abriu.
— Annie, eu estou ocupado!
— Desculpe, eu liguei! É que um dos sócios insiste em falar com o senhor.
— Peça para aguardar alguns minutos.
Alexander levou a mão até a nuca e observou enquanto Nicole ajeitava a roupa. Frustrado com a interrupção, Alexander ajeitou-se e, em seguida, organizou a mesa sobre o olhar atento de Nicole.
— Você está bem?
— Estou!
Ele terminou de organizar tudo e atravessou as mãos nos cabelos jogando os fios lisos e curtos para trás.
— Tem certeza?
Nicole riu enquanto fechava o zíper da calça de Alexander.
— Poderia estar melhor! — Ele a beijou na testa. — Por favor, me espere na nossa casa, meu anjo! Podemos terminar isso mais tarde. ― Apertou a mão dela sobre o volume dentro da calça.
― Vou pensar no seu caso, doutor Love.
Nicole pegou a bolsa e encaminhou até a porta no momento em que Alexander se sentou na poltrona atrás da mesa. A feição pétrea encarou o homem com rosto mais abatido e com os cabelos mais grisalhos.
― Minha filha! ― O rosto marcado por rugas mostrou um sorriso apático. Henry tentou abraçá-la, mas ela recuou. ― Eu gostaria de conversar um pouco com você.
Alexander levantou e apressou os passos até Nicole no instante em que ouviu a voz do doutor Albuquerque, ele sabia que a esposa não estava preparada para falar sobre o passado com o pai.
Copyright © 2.021 por Ana Paula P. Silva
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Só Teu! Volume II da Trilogia Doce Desejo.