Resumo do capítulo Capítulo 26 de Só Teu! Volume II da Trilogia Doce Desejo.
Neste capítulo de destaque do romance Erótico Só Teu! Volume II da Trilogia Doce Desejo., Yana Shadow apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.
Embora estivesse ansioso para ver o filho, Alexander acompanhou o delegado até a outra sala onde Joanna os aguardava. O homem de cavanhaque, ajeitou a blusa preta que cobria a barriga saliente e arrumou o distintivo bolachão pendurado no pescoço.
Joanna estava com uma aparência debilitada. Encarou os dedos entrelaçados quando os dois homens passaram pela porta.
― Aí está a meliante ― disse o delegado. ― Encontramos ela com o seu filho em um abrigo.
― Eu não sequestrei o Rodolpho. ― Os olhos castanhos fixaram em Alexander. ― Acredito que você saiba de toda a verdade.
Alexander se sentou na cadeira de frente para Joanna e cruzou os braços. Os olhos claros a fuzilavam através das lentes multifocais.
― Por que você não me contou quando esteve na minha casa? ― Aumentou a voz.
― Eu queria ver a minha sobrinha e conversar com ela sobre isso, mas você não deixou.
O delegado afundou na cadeira atrás da mesa de madeira de demolição. Esfregou o cavanhaque enquanto assistia o confronto.
― Segundo o depoimento, Joanna Moraes disse que a doutora Sophie Bittencourt entregou a criança e a ameaçou de morte. ― Pegou duas folhas brancas de papel ofício grampeadas e entregou a Alexander. ― Logo após ser deixada em um hotel, fez a assepsia e, em seguida, foi levada para um aeroporto onde seguiu para uma cidade de Santa Catarina, no Sul do Brasil.
Alexander levantou com uma expressão sisuda e deu as costas para Joanna. A testa estava franzida quando notou o reflexo no vidro que dava para o corredor do outro lado da sala.
― Ela disse a verdade! ― Girou os calcanhares na direção do delegado Peçanha. ― Tem uma testemunha que pode confirmar.
A mão pesada se chocou contra a mesa, a cadeira rangeu quando o homem atarracado se remexeu. Os grandes olhos pretos estavam fixos em Joanna.
― Doutor Bittencourt conversou comigo e decidiu retirar a queixa ― falou Peçanha. ― Você terá que explicar por que não procurou a polícia.
― Foi a avó dele que me ameaçou!
― Não importa! ― O punho de Peçanha bateu na mesa. ― Se você tivesse feito o que era certo, esse homem não acreditaria que o filho estava morto.
Joanna abaixou os olhos e tocou as costas das mãos, o medo a impediu de tomar a decisão correta.
― A senhora terá de deixar um endereço fixo e comparecer às audiências.
― A minha esposa quer ver a tia.
Alexander olhou a mulher cabisbaixa.
― Ela vai ficar na nossa casa por alguns dias.
O silêncio se estendeu após algumas batidas na porta. Uma senhora comprida pediu licença e entrou. Cumprimentou os presentes e limpou a garganta.
― Posso conversar com o senhor? ― A assistente social focou em Alexander. ― Preciso falar algumas coisas para ajudar na reintegração do Rodolpho à família.
― Onde está o meu filho? ― Joanna interrompeu.
― Rodolpho não é seu filho! ― Alexander olhou-a com um ar feral.
Ele colocou a mão esquerda no bolso da calça preta e jogou os papéis sobre a mesa.
― O menino pensa que Joanna Moraes é a mãe dele. ― falou a voz mansa da assistente. ― A criança precisará de acompanhamento psicológico para lidar com essas mudanças repentinas.
― Eu preciso ver o meu filho. ― Desviou o olhar para o delegado. ― Estou liberado?
O homem carrancudo puxou os pelos do cavanhaque e, em seguida, assentiu com a cabeça.
Alexander saiu da sala e fechou a porta atrás de si. Os sapatos de couro sintético marrom-escuros se chocavam contra o chão. A assistente social tentou acompanhá-lo.
― Espere, doutor! ― Tocou-lhe o braço. ― Mantenha a calma!
Ele parou de frente para o vidro que dava para a sala onde Rodolpho desenhava sob a supervisão de uma senhora de meia-idade.
― Ele está conversando com a psicóloga. ― A assistente parou ao lado dele.
O peito se contraiu ao pensar em como contaria a Nicole que a tia dela criou Rodolpho como se fosse filho. Fechou os olhos e esfregou a testa com os dedos longos enquanto a mulher ao seu lado insistia que ele devia ter paciência.
Em certo momento, o garoto pediu um copo de água para a psicóloga e vislumbrou a imagem do homem do outro lado do vidro. Exibiu um sorriso faltando um dentinho e acenou.
Naquele momento, Alexander teve a certeza de que era a hora certa, já não escutava mais nada do que a assistente social falava. Seguiu até a porta e abriu. Aproximou-se em passos lentos da pequena mesa vermelha onde Rodolpho desenhava.
― Você gosta do Super-Homem?
Agachou ao lado do menino e arrumou os óculos.
― Gosto!
― E do Batman?
― Eu também gosto, mas o Super-Homem é mais forte.
Exibiu o boneco com a capa vermelha e agitou o brinquedo pelo ar como se estivesse voando.
― Você é médico?
Tocou nos óculos de Alexander e tirou. Observou os olhos azuis-claros do pai.
― Sou!
A feição no rosto quadrado suavizou ao sentir o toque dos dedos pequenos que mexiam no rosto com barba por fazer.
― Você quer conhecer o seu irmão?
― Quero! ― Olhou para Joanna. ― A minha mãe pode ir?
― Claro! ― Abraçou Rodolpho. ― Vamos! ― Ficou em pé.
Pouco antes de voltar para casa, todos seguiram até a vara da família, logo depois que assinou alguns papéis, ele ouviu os conselhos da assistente social e da psicóloga.
A caminho de casa, Alexander ligou para Ricardo e pediu para que o pai conversasse com Nicole. Precisava que a esposa entendesse o que realmente aconteceu durante o tempo que o pequeno Rodolpho esteve longe.
― Nicky está grávida? ― indagou Joanna.
― Está com 7 meses! ― Olhou o filho pelo retrovisor.
Rodolpho observava a imensidão do mar enquanto o veículo se dirigia para a casa em que a família residia.
― Escolheram o nome?
― Julliane! ― Alexander estava atento à rua.
O automóvel fez uma curva próximo a uma árvore paineira com flores em tons rosa que tomavam conta da copa e anunciavam a mudança de estação.
― A Nicky gosta de chamá-la de Jullie ― mostrou um sorriso.
O luxuoso automóvel prata atravessou o portão e seguiu direto para a garagem. Alexander saiu após estacionar. Pegou o filho no colo enquanto Joanna o seguia até a entrada principal da casa.
― Chegamos! ― falou a voz barítona ao entrar na sala.
― Meu filho! ― murmurou Nicole, paralisada diante do que viu.
Copyright © 2.021 por Ana Paula P. Silva
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