Era difícil de acreditar no que seus olhos viram, depois de tanto tempo chorando por um filho que pensava estar morto, não conteve a emoção. Ver o filho, reacendeu uma esperança no coração que até aquele momento estava perdida.
Apesar dos olhos marejados, havia um sorriso que atravessava o rosto de Ricardo. Alguns anos antes, o coração doeu ao ver o neto sem vida e agora seu coração saltava de alegria.
A emoção era tanta, que Nicole mal olhou para a tia que estava ao lado do marido, acomodou-se no sofá e sorriu para o menino acanhado no colo do pai. Alexander se aproximou da esposa e colocou a criança no chão;
― Oi!
Nicole cumprimentou de um jeito tranquilo e acariciou o rosto do filho. Estava impressionada com a semelhança que Rodolpho tinha com o avô de Alexander. Envolveu o filho em um abraço afetuoso, não segurou as lágrimas que rolavam pelo rosto.
― Ela é minha outra mãe? ― Rodolpho olhou para o pai
― Sim! Ela é sua mamãe. Você cresceu na barriga dela, igual a sua irmãzinha. ― Tocou na barriga de Nicole.
― Tem um bebê aí dentro?
As mãos pequenas fizeram um carinho na barriga da mãe.
― Sim! ― Nicole enxugou as lágrimas com a palma das mãos. Os lábios se esticaram em um sorriso contido. ― É a Jullie!
Os olhos curiosos prestaram atenção em Alex que entrou na sala junto com a governanta.
― E aquele ali é o seu irmão. ― Apontou para o outro filho que ajeitava os óculos.
Rodolpho correu de encontro a Alex quando viu o carrinho preto do homem morcego.
― Que legal! Me empresta seu batmóvel?
Alex puxou o brinquedo e se afastou, não parecia feliz de ver outra criança roubar toda a atenção.
― Vamos mostrar a casa da árvore. ― Alexander chegou perto das duas crianças ao notar a tensão.
― Eu vou com vocês! ― Ricardo acompanhou.
Do outro lado da sala, Joanna continuava parada feito uma estátua. Não sabia como se aproximar da sobrinha que a encarava em silêncio.
― Eu vou preparar um café. ― Rosa derrubou o gelo erguido pelo silêncio. ― Licença!
Apesar de estar feliz com o retorno do filho, Nicole franziu o cenho ao mirar a tia. Queria entender os motivos que levaram Joanna a esconder o filho mesmo depois que Sophie morreu.
― Sente-se, Joanna! ― Fez um gesto com as mão para a poltrona.
― Você está linda! Parece com a sua mãe quando…
― Me poupe de sua conversa fiada. ― Cortou a conversa em tom rude. ― Eu só pedi para o Alexander trazer você aqui por causa do meu filho.
― Esperei por você alguns dias atrás, mas você não apareceu.
― Eu fui sequestrada! ― Estreitou o olhar. ― Você tem alguma coisa a ver com isso?
― Claro que não! Eu não sei porque vocês sempre me culpam por tudo o que acontece na sua vida ― reclamou. ― Eu criei você depois que a sua mãe morreu e ainda cuidei do seu filho.
― Estou farta desse seu drama de quinta categoria.
Os olhos amendoados se comprimiam ao encarar a tia, passou anos ouvindo as mesmas lamentações de Joanna.
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