Sal, Pimenta e Amor(Completo) romance Capítulo 39

– A gente é obrigada a fazer sacrifícios para isso, mas então seremos donas do nosso próprio negócio. – E Aninha concordou parecendo feliz com a ideia também. A dor por Jorge aparentemente sendo esquecida por conta de um negócio só dela também.

Os planos estavam feitos. Aninha venderia o ranger rover dela e eu, com muita dor no coração, teria que me desfazer do Dobby e das milhares de histórias que eu tive com ele nesses anos todos que estive por aqui por São Paulo. Pensar nisso só fazia o meu coração se apertar com uma dor incomum e precisei de muito mantra para aceitar isso, ainda que isso tivesse me feito chorar idiotamente como Aninha tinha feito.

Pensar no Dobby era pensar na história que eu e ele passamos juntos até então. Ele, de fato, estava me abrindo as portas para novas histórias. E eu sabia. Sabia que algumas trocas equivalentes eram necessárias. Sabia que tudo dependia de um esforço pessoal próprio e eu lembraria para sempre da dor que me estava sendo me desfazer do Dobby. Um dia, quem sabe, eu o restituiria novamente. No entanto, agora, só conseguia pensar em como doía-me pensar nisso.

Mas tinha que ser feito. O preço de Dobby se juntaria ao preço que eu vinha juntando a muito tempo no banco para conseguir um dia comprar um lugar para eu mesma e com a ajuda de Aninha a gente conseguiria comprar um terreno pequenino na Paulista e poderíamos ser independentes. Aninha parecia mais animada do que eu agora que eu tinha me desfeito do Dobby. Mas eu seguiria em frente. Por ele, pelo meu sonho, por tudo isso.

E enquanto eu pudesse seguir em frente sempre, eu seguiria. Estava feliz que ao menos meus planos estavam seguindo bem por ali.

**

Estava sendo difícil enrolar Ale, isso era verdade. Eu sabia que uma hora ou outra eu teria que ser obrigada a falar com ele e encarar toda a verdade que eu sabia que escaparia de mim e que eu odiava pensar em como além de escapar, seria jogada em cima dele como uma bomba com a qual eu não mais queria contato.

No entanto, o tempo que eu tinha conseguido o enrolar tinha feito que muitas coisas pudessem acontecer e eu pudesse correr atrás do que precisava. Enquanto Aninha corria atrás da venda do carro dela – que aparentemente seria mais demorado que o meu, por ser mais caro – eu olhava o terreno que parecia perfeito.

Era um pouco pequeno, era verdade, mas sendo numa área comercial muito boa de São Paulo para comidas rápidas, eu acreditava que poderia dar certo. Precisaria de uma pintura e a colocação de algumas prateleiras, cadeiras, coisas para deixar o local confortável. Mas eu sabia que com gerenciamento correto eu e Aninha conseguiríamos colocar tudo certinho nos eixos. Ao menos, era no que eu queria acreditar, para falar a verdade.

Novamente, Ale estava me ligando e eu sabia que tinha que atender. Tinha que conversar com ele, mesmo contra minha vontade. Meu coração se apertava no peito, pois estava sendo mais fácil ignorar ele quando não ouvia a sua voz melodiosa, mandando apenas mensagens, contudo, era a segunda vez só naquele dia que ele me ligava. Ele já tinha ligado três vezes no outro. Eu tinha que atender, mesmo contra minha vontade.

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