Um bebê para o CEO italiano romance Capítulo 27

— Posso saber por que todos resolveram me agredir? Eu não sabia de nada! — Lorenzo falou enquanto segurava o lugar que Julia havia lhe acertado um tapa. Não sei se por ter sido tão forte ou por ter sido de surpresa, mas o impacto fez Lorenzo virar o rosto quando a mão delicada de Julia o acertou em cheio. Fiquei um tempo tentando entender o que aconteceu, o que estava acontecendo. Helen não tinha o direito de avisá-los. Quem deveria fazer aquilo era eu, depois de tudo acertado com Lorenzo. Pelo visto as coisas não seriam tão fáceis assim, eu deveria já ter imaginado e esperado por aquilo.

— Você sabia muito bem o que estava fazendo quando a seduziu! — Meus olhos se arregalaram levemente, e eu olhei para Julia como se ela estivesse louca — o que eu não duvidava em nada. De onde ela havia tirado aquela ideia de que eu fui seduzida? Se não fossem as circunstâncias tão sérias, eu iria morrer de rir das suas palavras sem fundamento. Vi Lorenzo empalidecer. Não sabia se ele estava assustado ou se, como eu, ele estava se esforçando para não rir.

— Tudo bem. Eu não sei o que você bebeu, Julia. — Ela se virou para mim. Sua expressão dizia para eu não me meter, como se aquele fosse um assunto dela. Meu Deus! Como Julia dava tão certo com o meu irmão, realmente eles eram almas gêmeas! E eu os queria matar, pois tinham o mesmo nível de irritação ao se meterem em minha vida. Tudo bem que eram a minha família, mas isso não lhes dava o direito de vir aqui e agredir o pai do meu filho. E pior: Agir como se eu não pudesse me defender sozinha. Aliás, eu não precisava de defesas com Lorenzo. Não mais. — Acho melhor você parar por aqui. — Bradei contra o seu olhar fatal.

— Gabriela, você não vai me impedir de fazer e falar tudo o que eu guardei durante esses dois anos! — Disse um pouco mais baixo. Na cabeça dela, só eu estava escutando aquilo. — Estapear a cara dele foi só o começo. Aliás, uma bela cara e um belo corpo. Ele é realmente um deus italiano. — Eu me senti bem constrangida — Agora eu te entendo um pouco. — Lorenzo coçou a garganta, fazendo Julia arregalar os olhos. Tomei a frente, antes que ela falasse ou fizesse qualquer outra besteira. O que, dependendo dela, não seria nada difícil.

— Essa é Julia. Minha melhor amiga e namorada do meu irmão, que você já conheceu muito bem. — Falei para Lorenzo, que olhava para nós duas com um interesse bem constrangedor, principalmente depois das palavras de Julia, que não fez nenhuma questão de ser simpática. Ela já havia me deixado claro que não simpatizava com o pai de Gio. — Ela já está de saída. — Falei, e ela se afastou, só que não foi para a saída. Ao invés daquilo, Julia puxou a poltrona, sentando-se e apontando o sofá para que Lorenzo fizesse o mesmo. Realmente eu merecia aquilo. — Julia, que diabos pensa que está fazendo?

— Preciso ter uma conversa com o italiano. É um desprazer conhecê-lo, a propósito. — Ela falou ao olhar pra Lorenzo. Eu sabia que ela não iria embora. Só faltava Diogo ali novamente e pronto: O tribunal para a condenação de Lorenzo estaria armado. Ele me deu um olhar, e eu dei de ombros. Julia tinha alguns minutos antes de Gio acordar, então eu a deixaria se divertir.

Pelos próximos minutos, Julia passou enchendo Lorenzo de perguntas. Eu não sabia o que ela pretendia com aquilo, mas poderia dizer que Lorenzo foi bem paciente. Tinha momentos que nem eu era capaz daquele ato.

Lorenzo não foi rude, nem com ela e nem com o meu irmão, apesar de apanhar dos dois sem merecer. Tinha algumas perguntas que Julia fazia que não tinham nem cabimento, e como eu não conseguia fazer com que ela se tocasse e desse o fora dali, então eu só podia ter paciência.

Foi quando ouvi a voz de Gio. Na verdade eram gritos, tenho certeza que foi toda a confusão que fez o meu pequeno ficar ansioso. Era uma grande novidade ele não ter acordado antes, se eu fosse levar em conta todo o barulho que Diogo fez. Eu deveria ficar muito chateada com ele, o mesmo sabe que o que fez foi muito errado. Assim que eu cheguei até a cama, ele estava coçando os olhinhos. Nem me dei conta de que Lorenzo tinha vindo atrás de mim.

— Mamã… Fome. — Eu ri ao ouvir o meu filho falar as duas coisas que ele mais queria no momento. Seus olhos foram até Lorenzo, e ele riu. Julia também tinha ido atrás. Só que ela ficou na soleira da porta olhando tudo com ar pensativo.

— Ele ainda está na fase de ser amamentado? — Ele questionou com expectativa. No momento eu me dei conta de que Lorenzo estava torcendo para que a minha resposta fosse sim, só que não era o caso. Eu balancei a minha cabeça em negação. Ele murchou praticamente, e eu peguei Gio no colo. Meu filho veio com toda a empolgação do mundo.

— Não. Ele não aceitou muito bem, com seis meses ele já não queria mais o meu peito. — Eu disse com pesar, e ele olhou o filho no meu colo. Naquele meio tempo de interação, Julia acabou voltando para a sala, e eu fui para a cozinha com ele atrás de mim, como se fosse a minha sombra. Quando eu peguei a comida de Gio, que já estava separada, ele fez o impensável.

— Será que eu posso dar a ele? — Questionou, e eu apertei os meus olhos. — Eu juro que eu sei fazer isso. Não vou sujar ele ou destruir a sua cozinha. — Ele falou e levou a mão na nuca. Gio deu risada com o ato dele, e eu olhei para o meu filho. Ele estava me olhando de volta com os olhinhos brilhantes. Eu não poderia negar aquilo a Lorenzo, sem falar que seria uma boa. Já que Julia chegou na hora que ele iria ver os vídeos de Gio, e aquela era uma convivência que ele merecia. Cocei a minha garganta, atraindo a atenção dele, que nos olhava embasbacado.

— Você… Hum, pode fazer isso. — Passei o prato para ele, e os olhos de Gio acompanharam a sua comidinha. Logo ele tinha os braços estendidos para o pai. Não sei quem se surpreendeu mais com aquilo, e os olhos de Lorenzo brilharam com a situação. Os meus olhos se encheram d’água. Há um tempo atrás eu não sabia se aquilo seria possível, e agora estávamos parecendo uma família de comercial de margarina.

Me afastei. Se eu ficasse ali, vendo Lorenzo dar comida ao nosso filho, eu iria desabar, o que já estava prestes a acontecer só por eu imaginar aquilo. Não era hora de ser uma manteiga derretida. Me juntei à Julia na sala, e ela estava sentada na poltrona com um ar pensativo quando cheguei lá. Nós duas ficamos um tempo sem falar nada, mas podíamos ouvir que Lorenzo conversava com Gio. Enquanto o alimentava, escutávamos algumas palavras balbuciadas de Gio, mas eu podia jurar que o meu filho estava olhando para Lorenzo.

— Eu… Acho que eu fui… Muito injusta com ele esse tempo todo. — Julia falou, quebrando o nosso silêncio. A olhei, e ela estava com os olhos na direção da cozinha. — Vi o jeito que ele olhou pra vocês. — Julia se referiu a algo que eu também já tinha percebido, por mais que eu tivesse pensando que Lorenzo queria usar Gio para conseguir a chácara do avô. Ele nem havia tocado naquele assunto, mostrando-me que o seu interesse era apenas em Gio.

— Você nem imagina… — Falei sob o efeito da divagação, e ela me deu um olhar de sobrancelha erguida. — Nem imagina como ele descobriu tudo. —Julia abriu a boca

— Não! Foi você quem contou? Eu estranhei, pois você tinha falado que iria esperar um pouco mais. Logo depois eu recebo uma ligação da minha mãe falando que o pai do Gio tinha aparecido. Ela estava preocupada, pois vocês estavam desgrenhados. — Falou, e senti as minhas maçãs do rosto esquentarem. Por Deus, eu não imaginei que Helen pudesse dizer aquilo, mas ela ligou para ambos e falou. — Ela achou que vocês estivessem se agredindo. Mas, pela sua reação, acho que vocês estavam era fazendo outra coisa. — Me levantei.

— Julia… Por Deus! — Protestei enquanto olhava para a cozinha, mas Lorenzo ainda estava entretido conversando com Gio. — Prometo que vamos conversar depois. Eu lhe conto tudo, mas agora não é o melhor momento para falarmos disso. — Concluí, e ela levantou as mãos em rendição.

— Tudo bem. Eu vou ver Diogo. — Julia se levantou, mas ela não fez o caminho da porta. Foi em direção à cozinha e deu um beijo em Gio, que riu para ela e lhe jogou um outro desajeitado. Ela falou alguma coisa a Lorenzo, que eu não consegui entender e nem escutar do que se tratava. — Pode saber que mais tarde eu vou bater ponto aqui! — Afirmou ao passar por mim, e eu não esperaria nada menos vindo dela. Olhei para Lorenzo, e ele já estava me olhando. Gio, sentado em seu colo, o olhava de baixo e com a boquinha toda suja de quem havia comido tudo sem reclamar.

— Olha só. Ele comeu tudo sem fazer nenhuma bagunça. Na cozinha pelo menos. — Falei, e os olhos do meu filho se voltaram para mim. Ele abriu um riso todo sujo de comida, e eu ri também, beijando a sua cabeça e chegando perto demais do seu pai.

— Bata… Tá — Gio falou, se referindo a algo que ele tinha comido, enquanto batia os bracinhos.

— Eu te falei que não iria sujar a sua cozinha. — Lorenzo afirmou quando eu me afastei rapidamente. — Gabriela, nós precisamos conversar sobre muitas coisas. — Peguei Gio de seu colo. — A começar pelo meu nome no registro dele. Depois, todos no escritório tem que saber. — Me senti gelar ao ouvi-lo falar aquilo. Eu sabia que iria acontecer assim que eu o vi. Eu só não pensei que seria tão rápido assim. Lorenzo tinha acabado de conhecer Gio, tínhamos nos reencontrado há pouco tempo… Apenas puxei uma respiração.

— Não precisamos conversar sobre isso hoje. — Eu já fui cortando o assunto, enquanto me encaminhava para o quarto para limpar o meu filho. — Nós podemos registrá-lo com o seu nome. Mas sobre contar a todos… — parei minhas palavras no ar. Ele franziu o cenho e se aproximou mais de mim, me fazendo recuar — principalmente de suas perguntas.

— É por causa do Quim? É por ele que você não quer contar que eu sou o pai do seu filho? 

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