Marina caminha de um lado para o outro, tentando processar o que acabara de acontecer. O turbilhão de emoções a impede de ficar parada.
— Mãe, a senhora não vai dizer nada? — A voz de Amelie carrega uma mistura de frustração e expectativa.
Percebendo a inquietação da filha, Marina se senta no sofá e pede que a filha faça o mesmo.
— Me desculpe, meu amor — a mãe inicia a conversa com um tom sereno. — Eu simplesmente não esperava por essa surpresa.
— Nem eu esperava pelo que aconteceu aqui — Amelie responde, ainda confusa. — Mas por que você e o papai reagiram daquela forma quando os pais do Daniel entraram?
Ela encara a mãe, esperando uma explicação, mas percebe seu olhar hesitante em direção a Victor, pedindo apoio silenciosamente. Ele se aproxima e assume a conversa.
— A verdade, filha, é que sua mãe e Andressa eram muito amigas na juventude… melhores amigas, para ser mais exato — revela. — Mas algo aconteceu entre elas, algo que as fez brigarem a ponto de encerrarem a amizade delas para sempre.
Amelie absorve por um momento o que acabou de ouvir, mas logo volta a questionar:
— Eu entendo que possa ter havido um conflito entre vocês, mas isso não pode afetar o que existe entre mim e o Daniel. Eu o amo, mãe, e ele me ama também. Por favor, tente levar isso em consideração e deixe essas diferenças de lado… por nós.
Seus olhos brilham com esperança, carregando um pedido sincero.
Marina lança mais um olhar para o marido, buscando nele um consolo para suas preocupações.
Arthur, que até então apenas observava em silêncio, decide intervir.
— Olha, sei que é raro eu concordar com a minha irmã, mas, desta vez, ela tem toda razão. O que aconteceu entre a mamãe e essa tal de Andressa não pode ser motivo para estragar o relacionamento dos filhos.
Amelie sorri. É a primeira vez que vê o irmão tomando seu lado, e isso a conforta mais do que imaginava.
— É melhor vocês dois irem para o quarto agora — sugere Victor, sério. — Sua mãe e eu precisamos conversar.
Mesmo contrariados, os filhos obedecem. Arthur passa o braço pelos ombros da irmã, guiando-a escada acima.
Observando-os tão próximos, Victor não resiste ao comentário:
— Sempre quis vê-los assim, unidos… mas nunca imaginei que seria devido a uma situação tão complicada como essa.
Marina suspira, absorvendo as palavras do marido.
— O que acha que devemos fazer? — ela pergunta, a confusão está estampada em seu rosto.
— Por um lado, as crianças têm razão. Mas, ao mesmo tempo, saber que teremos que conviver com aquela mulher me incomoda — Victor admite, cruzando os braços.
Ele se senta ao lado da esposa e a envolve em um abraço, sentindo o nervosismo dela.
— Victor… você acha que o passado está tentando voltar à tona? — ela reflete em voz alta.
— Não. O passado vai continuar onde sempre esteve — responde ele, sem hesitação.
— E o que faremos? — Marina insiste. — Você viu os olhos da Amelie?
— Vi. E também vi os olhos do Daniel. Confesso que isso me abalou mais do que imaginava.
Marina respira fundo antes de tomar uma decisão.
— Acho que vou procurar a Andressa e conversar com ela. Precisamos deixar nossas diferenças de lado pelos nossos filhos.
— Tem certeza de que conseguirá fazer isso? — Victor questiona, preocupado.
— Sim, tenho. — Ela ergue o queixo, mais confiante. — Já se passaram muitos anos, e está mais do que na hora de seguir em frente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...