Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 292

Quando Andressa ouviu seu filho dizer estar apaixonado, seu coração se encheu de alegria. Ela praticamente saltitou, radiante, pois sempre idealizou a felicidade dele acima de qualquer conquista material. Daniel era o seu orgulho, e ela vivia para ele e para o marido, que nunca poupou esforços para cuidar da família.

Ao saber que os pais da namorada queriam conhecê-los, Andressa sentiu uma onda de animação. Se faziam tanta questão desse encontro, é porque levavam o relacionamento a sério. E isso significava muito para ela.

Mas nada a preparava para o que estava por vir.

Quando o carro para diante da imponente mansão da família da namorada de Daniel, ela arregala os olhos. O tamanho da casa, a grandiosidade da entrada, cada detalhe denuncia o quão absurdamente ricos são os pais de Amelie. Seu coração acelera, não por receio, mas por uma expectativa genuína.

Quando a empregada da casa abre a porta, ela espera que Daniel entre primeiro e, em seguida, segue com o marido. Seus passos são firmes, o sorriso ainda paira em seus lábios…

Até que seu olhar encontra o passado.

Naquele instante, sua respiração falha. O ar ao seu redor parece se comprimir, e um calafrio percorre sua espinha.

Algo está muito errado ali.

O sorriso desaparece de seu rosto, e seus olhos, antes brilhantes de entusiasmo, são tomados por um espanto silencioso. Aquele jantar não é o que ela esperava.

— Boa noite, senhor Victor, dona Marina — diz Daniel, com a voz tranquila, sem perceber as expressões transformadas nos rostos de cada um.

O silêncio que se segue é pesado, quase palpável. Ele espera uma resposta, mas tudo o que recebe são olhares frios e fixos.

Amelie sente o corpo enrijecer. Seu coração b**e acelerado, como se algo estivesse prestes a explodir no ar.

Victor finalmente pisca, como se voltasse à realidade. Seu rosto continua impassível, confuso com o que está acontecendo ali.

— Boa noite — responde Victor, sem soltar o braço da filha. — Esses são os seus pais? — pergunta, tentando soar o mais racional possível.

— Sim — responde Daniel, com entusiasmo. — Essa é a minha mãe, Andressa, e esse é o meu pai, Leonel.

Andressa dá um passo à frente, aproximando-se um pouco mais do filho e sussurrando no ouvido dele, tenta disfarçar a inquietação.

— Você está namorando a filha deles?

Daniel franze a testa, estranhando a pergunta.

— Sim, mãe. Aquela ali é a Amelie, minha namorada.

Ele aponta discretamente com o queixo para a jovem, que, sem entender o que acontece, sorri de forma hesitante.

Um nó se forma na garganta de Andressa. O aperto no peito é quase sufocante, e ela sente as pernas vacilarem por um instante. Seu coração dispara em um ritmo desenfreado enquanto sua mente se recusa a aceitar o que seus olhos confirmam.

Por que o passado que ela tentou enterrar está ali, vivo e presente, diante de seus olhos?

— Acho que não foi uma boa ideia virmos até aqui — Andressa diz, alto o suficiente para todos naquela sala ouvirem.

Daniel, Amelie e até Arthur trocam olhares, claramente confusos com a reação de ambos os pais. O desconforto é tão evidente que, por um momento, ninguém sabe o que dizer.

Mas Arthur, sempre perspicaz, capta algo no olhar dos adultos. Há tensão demais, expressões duras demais para um simples encontro.

— Por acaso, vocês já se conhecem? — Arthur pergunta sem rodeios, quebrando o silêncio com sua habitual falta de cerimônia.