Já é noite quando o avião de Victor finalmente pousa. Ele havia enviado uma mensagem para a esposa, explicando que iria se atrasar um pouco e prometeu contar os motivos assim que chegasse em casa. A resposta dela, como sempre, foi simples e acolhedora: “Tudo bem, vou preparar o jantar para quando você chegar.”
A atitude compreensiva dela tocou-o profundamente. Ela era única, diferente de qualquer outra pessoa que ele já conheceu. Sua paciência, empatia e capacidade de criar um lar caloroso o fazia amá-la ainda mais. Em um mundo cheio de incertezas, Marina era a certeza que ele sempre quis. Ele sabia que havia escolhido a mulher certa para construir uma família, e, mesmo depois de todos os anos, sentia-se imensamente grato por tê-la ao seu lado.
Quando o carro estaciona na garagem, Victor desce dele. Antes de entrar em casa, percebe Amelie no jardim dos fundos, sentada na borda da piscina, brincando com os dedos na água.
Ele se aproxima devagar, tira os sapatos e dobra a barra da calça, sentando-se ao lado dela e mergulhando os pés na água fresca.
— Boa noite, minha princesa — cumprimenta, enquanto beija sua testa com carinho.
— Boa noite, pai. Chegou tarde. Algum caso complicado? — pergunta ela, sem tirar os olhos da água.
— Sim — ele admite, lembrando-se do peso do dia. — Hoje foi um dia difícil, tive que resolver um caso bem complicado.
Amelie levanta o olhar e um sorriso suave ilumina seu rosto.
— Não importa o quão complicado seja, eu sei que o senhor dará conta.
Victor sorri, tocado pela confiança dela.
— Obrigado por acreditar em mim, princesa. — Seus olhos se fixam nos dela, com ternura. — E como foi o seu dia?
— Um pouco corrido — responde ela, soltando um leve suspiro. — Passei o dia comprando algumas coisas que levarei para os Estados Unidos, o senhor sabe, daqui a umas semanas eu e o Arthur estaremos bem longe.
— Está animada? — pergunta Victor, tentando captar qualquer nuance em sua expressão.
— Estou — responde ela, com um sorriso que não chega aos olhos.
Ele franze levemente a testa.
— Tem algo te incomodando? — questiona, com suavidade.
— Não, pai, está tudo bem — tenta disfarçar.
— Tem certeza? Não precisa esconder nada de mim.
Amelie hesita por um instante, mas a compreensão no olhar do pai a encoraja a falar.
— Tem um rapaz que está interessado em mim — admite, com um tom de leve constrangimento. — Ele se chama Caio. É um amor de pessoa, mas já é a terceira vez que ele me chama para sair, e eu recuso.
— Você não gosta dele? — indaga Victor, curioso.
— Gosto… mas… — ela pausa, parecendo buscar as palavras certas.
— Pode dizer, minha filha — encoraja-a, com um sorriso gentil. — Prometo que não farei nenhum escândalo — acrescenta com um sorriso.
Amelie finalmente decide continuar.
— Acho que esse gostar não é suficiente. Ainda mais sabendo que já senti algo muito mais forte antes.
Ele não precisava de mais nenhuma palavra para entender o que a filha tentava dizer. Rapidamente, a lembrança do que sua mãe havia revelado estava fresca em sua mente, confirmando que ele e Daniel não compartilhavam laços de sangue. Isso significava que Amelie e Daniel nunca foram realmente tio e sobrinha. Mas, em vez de revelar esse detalhe, Victor opta por manter o silêncio naquele momento, deixando a conversa seguir seu curso natural.
— Sentimentos não podem ser comparados de nenhum modo, Amelie. Talvez você não sinta a força disso agora, mas, com o tempo, ao conhecer melhor esse rapaz, descubra novas emoções, coisas que nunca imaginou experimentar na vida.
Amelie reflete por um instante e então concorda:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...