O terceiro dia não foi um pesadelo tão grande. Quer dizer, nem tive tempo para respirar para tal. Então não sei se posso falar algo. Comecei o dia abrindo milhões de presentes entregues, o que me tirou a manhã inteira! Sério! Isso porque eu planejava entregar o presente que eu havia comprado para o Seth já de manhã, mas tive que mudar os planos e deixar para a tarde. Depois, veio o almoço. Havia tanta comida que eu nem sabia por onde começar. Felizmente, Zilena e Rashid me saudaram como pertencente à família deles e as lágrimas me impediram de escolher o que comer.
― Queremos dizer que pela benção de Alá e por mim enrustido, o casal tem a benção dos pais do noivo para ter uma família plena e feliz, forte e com muito amor, e que a benção de Alá caia sobre vocês, pois desejo ter um neto. ― Disse Rashid rindo e todos da mesa começaram a rir, principalmente depois de Vovó falar:
― Nem me fala! Tá difícil de ter meus bisnetos! ― E eu apertei os dedos de Seth que estavam acomodados gentilmente sob meu colo, agradecendo por ter ele ali a me dar segurança e tranquilidade. Depois do almoço regado de especiarias, minha família não aguentou a sesta e alguns subiram para dormir nos quartos, outros se jogaram nos puffs de uma das alas da mansão.
Aproveitei o momento para puxar Seth. Era o momento oportuno para dar o presente dele. O sol já se punha, o que era lindo de se ver, com as nuvens alaranjadas e vermelhas que tocavam o céu num esplendor de cores, dando uma sensação mágica e até de certo modo aconchegante para a noite que ainda estava por vir.
― Estamos indo atrás de outra dose? ― Perguntou me Seth e eu gargalhei empurrando ele com a mão.
― É óbvio que não! Eu quero te dar uma coisa.
― Aceitaria muito bem se fosse você, Ag. ― Revirei os olhos. Acho que até Seth não estava nada feliz com a demora do casamento.
Estávamos na área da piscina da casa dele, onde outrora tudo havia começado, onde o algo mais entre nós começou a florescer e crescer até se tornar outra coisa mais. Foi o local do início. Era o local perfeito para selar a infinitude do fim.
― Eu estava lendo que na cultura árabe, há o costume de que quando um casal se casa, a mulher tem o costume de presentear o marido. ― Esperei para ver se Seth falaria alguma coisa, mas ele estava quieto demais me encarando como se eu falasse uma língua desconhecida. Continuei:
― E eu pensei... Porque não faço essa surpresa para o meu amor? ― Seth deu um mini sorriso, suficiente para que uma das covinhas aparecesse. ― Mas então veio o problema. O que dar a um homem podre de rico e que tinha tudo o que queria? ― Arqueei a sobrancelha testando se ele iria negar o que eu falava, mas ele não fez isso. Estava estranhamente muito quieto.
― Mas então eu achei algo que certamente será único. Não faço ideia de como uma peça dessa foi aparecer no Brasil. Mas acho que da mesma forma incomum que a gente se encontrou e se apaixonou, mesmo sendo de dois mundos diferentes, a peça também tinha sua razão de ser encontrada. ― Puxei o pequeno envelope das costas entregando para Seth que ficou encarando o embrulho surpreso e ao mesmo tempo curioso, provavelmente a fim de saber o que eu tanto fazia cerimônia. ― Espero que seja do seu agrado. ― E para minha surpresa, Seth me puxou pela cintura colando seus lábios na minha testa numa atitude calma e maravilhosa.
― Tudo que vem de você é do meu agrado, Ag. ― E eu senti minhas bochechas corando no mesmo segundo enquanto eu desviava o olhar do dele, intenso demais para aquele momento. Ou, quem sabe, impróprio demais para tal.
Depois de alguns segundos, ouvi Seth abrindo o embrulho e encarando a adaga maravilhado e sem acreditar no que via. Pensei que tinha quebrado Seth de tanto tempo que ele ficou paralisado, mas quando ele me olhou com um sorriso bobo nos lábios, eu entendi. Ele tinha adorado.
― Muito obrigado, Amira. É muito especial para mim. ― E eu concordei também sorrindo. Fui pega de surpresa quando Seth me levantou nos seus braços, me rodopiando e me enchendo de varios beijinhos no rosto enquanto eu sorria.
― Calma Seth! ― Ri. ― Assim a gente vai quebrar o protocolo.
― Não não. Nada de quebrar protocolo. Vamos, menino, largue minha nora agora. ― Disse Zilena entre sorrisos. Seth aproveitou para me colocar no chão e zombar:
― Você vê como ela se refere a mim quando não está na frente dos outros? Ela ama mais você do que eu. ― Brincou, o que fez Zilena fingir puxar a orelha dele, mas dando um beijo na testa de Seth.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Sheikh no Brasil
Maravilhoso, amei a história. Parabéns a autora, soube prender minha atenção com comedia, ação, drama e romance na medida certa....