Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 23

Resumo de Capítulo 23 - Agnes: Um Sheikh no Brasil

Resumo de Capítulo 23 - Agnes – Capítulo essencial de Um Sheikh no Brasil por Diana

O capítulo Capítulo 23 - Agnes é um dos momentos mais intensos da obra Um Sheikh no Brasil, escrita por Diana. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

— Você demorou hein? — Disse Fernanda enquanto me colocava para dentro do táxi. Ela então começou a falar. — Mas eu fiquei aqui sozinha e nada de Você aparecer. Só faltava um regador para eu criar raízes, amiga! — Ela disse e eu ri enquanto explicava a situação do meu atraso.

— Seth me deu isso, — Disse mostrando o cartão, o que fez Fernanda tirar o cartão da minha mão rapidamente com a boca entreaberta sem acreditar. Continuei falando: — Ele quer que eu compre um vestido decente para uma noiva de um Sheikh, a julgar pelas outras pessoas idiotas que ficam olhando para a gente. — Fernanda ainda tinha os olhos vidrados olhando para o cartão, ao que eu franzi o cenho, perguntando: — O que foi, Fer?

— Eu to só tentando segurar minhas lágrimas ao pensar que vou ter o vestido mais lindo da minha vida com esse cartão. — Ri enquanto abraçava a minha amiga.

— Não se preocupe, se depender de mim, eu te visto como uma princesa ao meu lado, amiga. — E Fer concordou enquanto aproveitava para fazer as suas piadinhas: — Falta só um príncipe para isso, não é mesmo amiga? Por enquanto só ando encontrando sapos. — E nós duas ríamos enquanto seguíamos em direção ao Shopping.

*

Eu sempre pensei nos Shopping’s como locais de compra destinados apenas a pessoas com muita grana. Por que o Brás sempre conseguiu me atender perfeitamente a tudo o que eu sempre precisei. Na verdade, em menos de seis meses atrás eu continuaria achando a mesma coisa, que esse não era um espaço designado a pessoas como eu. Para falar a verdade, eu ainda tinha certeza disso, quando adentrei uma das boutiques e a moça que me atendeu parecia mais como uma modelo do que uma atendente.

— A senhora procura alguma coisa? Temos algumas promoções aqui... — Disse a atendente enquanto dava um sorriso de comerciais de dentistas numa pele maquiada como de uma aeromoça. Eu já estava me sentindo mais deslocada do que um panda num zoológico.

— A gente não quer ver promoção não, senhora. A gente está aqui para ver os vestidos mais lindos que Você tem nessa loja. — Disse Fernanda já chegando com toda a delicadeza que somente ela poderia ter.

— Mas os preços... — E antes que a mulher continuasse falando, Fernanda mostrou o cartão black enquanto respondia:

— Isso aqui diz alguma coisa? — E eu só vi a mulher engolindo em seco enquanto ia atrás dos vestidos que Fer tinha pedido. Suspirei.

— Amiga, eu não estou aqui para chamar a atenção. É o que menos quero. Acho que não precisa de tanto... — Comecei, mas Fer sorriu.

— Mas amiga, Você disse que o Seth disse que você deveria se vestir... — E antes que ela continuasse a falar, eu a silenciei:

— Pois é! Eu não quero que saibam que eu estou aqui como... — E Fer pareceu, finalmente, ter compreendido o que eu estava falando, já que ela abriu um largo sorriso amarelo e respondeu:

— Sem paparazzi’s. — E eu concordei meneando a cabeça.

Eu nunca me achei digna de beleza esplêndida ou qualquer coisa que pudesse me fazer ser destacável no mundo por aí. Sempre fui a Agnes de sempre, de cabelos cacheados, de corpo mediano, com suas gordurinhas localizadas. Até Fernanda tinha mais corpo do que eu, se pudéssemos comparar! E eu não queria comparações.

Mas pior do que comparações eram outras pessoas vendo eu fazer compra. Fernanda sempre foi a única além da minha mãe e minha irmã que me viram fazendo compras por aí. Outras pessoas, ainda mais fotógrafos, vendo eu fazer compras, julgando meus quilinhos a mais ou coisa do tipo. Pior, dizendo que eu não era digna do Sheikh, quando já não bastava eu achar isso. Embora Seth sempre dissesse que eu era sim. E eu queria muito confiar nas palavras dele. Contudo, com outras pessoas ao redor me julgando, isso era algo muito difícil de se conseguir. Por isso, sem alardes. E Fer pareceu facilmente entender isso.

— Temos aqui alguns vestidos... — Disse a atendente de outrora e Fer negou com a cabeça, já retirando do bolo dos vestidos alguns vestidos pretos, ao que eu ralhei:

— Ei! Mas eu quero dar uma olhada nos vestidos pretos! — E Fer negou com a cabeça.

— Na-na-ni-na-não! Você é muito bonita para achar que precisa usar preto para emagrecer. — Disse Fernanda como se estivesse falando com uma filha.

— Mas pode ser que algum fique bonito... — Tentei, ao que ela ralhou:

— Outra cor! — E eu revirei os olhos.

Depois de vestir milhares de vestidos sem que eu tomasse uma decisão, finalmente coloquei um rosado que pareceu fazer Fernanda enxergar estrelas.

— Já disseram que Você fica muito linda de rosa chá? — Ela me perguntou, ao que eu acabei rindo enquanto lembrava de um tempo que parecia fazer tempo até demais de quando Karen, uma outra amiga, tinha me emprestado um véu rosa, de quando eu e Seth jantamos no deserto e a minha cabeça parecia se projetar naquele tempo. Só consegui acordar quando Fer estalou os dedos na minha frente como se quisesse me fazer acordar:

— Terra para Ag? — Ela perguntou ao que eu concordei.

Era com muito nojo que eu faria isso. Fechei meus olhos enquanto tentava não cuspir raiva por entre meus lábios. Por fim, falei novamente:

— Só me passe o endereço, Laura. Eu encontro vocês lá. — E dito isso Laura me respondeu sucintamente:

— Não se preocupe. Já estou fazendo isso. Até mais Agnes. — E desligou o telefone.

Fiquei olhando para a ligação que tinha acabado de ser finalizada. Parecia que eu estava engasgando com um bolo preso na minha garganta, pois era essa a sensação que eu tinha ao pensar que encontraria Matheus novamente.

— Quem era, amiga? — Pergunta Fer se aproximando de mim, enquanto mexia no celular escrevendo alguma coisa. Suspirei. O pior de tudo era que, tal como Seth, não dava para eu contar isso para Fer. Eu sabia o quanto ela ia falar na minha cabeça, o quanto ela ficaria com raiva e até iria comigo só para xingar Matheus. Mas como Laura tinha dito, ele não estava bem. E eu nem queria pensar o que ele seria capaz de fazer com Fer caso ela dissesse algumas meias verdades na cara dele.

Era melhor que ela também não soubesse o que eu estava fazendo.

— Vou encontrar com Seth. Não vai dar para fazer compras agora, amiga. — Disse ao que Fer fez biquinho, mas logo concordou, dando de ombros.

— Amanhã então que a gente viaja? — E eu concordo meneando a cabeça. — Vou para casa arrumar minha mala então. — E eu concordei enquanto ainda absorta na minha cabeça, mentia:

— Vou pegar um táxi e encontrar Seth. Até mais, amiga. — E ela concordou.

— Até mais.

Fechei meus olhos enquanto adentrava o táxi e passava o endereço que Laura tinha feito questão de me passar. Meu coração se apertava enquanto novamente minha consciência me acusava de estar mentindo e fazendo algo que não era certo. Eu já sabia disso. Suspirei olhando para fora do carro e pensando se há seis meses atrás eu imaginaria a minha vida tão confusa do jeito que estava.

Certamente que não.

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