Ravena
Os sonhos estranhos e desconexos com o rei dos vampiros me faziam sentir uma infinidade de emoções desconhecidas. Até mesmo meu corpo reagia de forma diferente àqueles estímulos da minha mente.
Acordei suada, sentindo meus músculos se esticarem ao extremo, meus ossos estalavam como se estivessem se movendo fora do padrão correto. Me sentei no colchão macio assustada.
O que estava acontecendo comigo?
Olhei em volta e meus olhos quase saltaram das órbitas.
Não estava mais naquele primeiro quarto que eu achei bonito demais, digno de uma rainha. Eu estava em um lugar ainda mais luxuoso, com paredes revestidas com tecidos nobres, castiçais de ouro com velas perfumadas emanando um suave perfume.
Cortinas altas de veludo vermelho escuro adornavam as três janelas da abóbada gigantesca. Uma mesa grande de madeira antiga com cadeiras elegantes entalhadas com detalhes dourados, estava forrada de frutas, pão, vinho, queijo e água.
O quarto era tão grande que eu conseguia ver seu reflexo a distância sob a superfície de um espelho de estilo francês.
A cama comportava umas dez pessoas, e seus lençois eram tecidos com fios de ouro, e adornos com dourados contrastando com o preto. Me levantei devagar, sentindo meu corpo formigar.
Ainda usava o vestido vermelho, e com exceção dos sapatos, nada estava fora do lugar.
Me levantei, pensando em procurar um banheiro que eu pudesse usar. Não queria estar aqui quando o dono desse lugar voltasse e me encontrasse aqui.
Quem quer que seja, poderia pensar que eu deitei ali por vontade própria e poderia querer me castigar pelo atrevimento.
Caminhei devagar sentindo o chão frio cedendo ao calor do fogo crepitante da lareira. Havia uma porta na outra extremidade, e poderia ser a saída.
- Onde vai tão cedo, lobinha? – aquela voz ressoou bem atrás do meu pescoço.
Fiquei paralisada de medo. Ele estava aqui? Mas onde, que eu não vi? Quando ele chegou a esse quarto, e como se aproximou sem que eu sequer percebesse sua presença poderosa?!
Estremeci quando mãos gélidas tocaram os meus cabelos, seus dedos foram descendo pelas minhas costas e eu apertei os olhos pensando na tortuosa dor que sentiria a seguir.
O rei se sentou na ponta da mesa, e eu peguei o vinho pronta para servir sua taça de cristal.
- O que pensa que está fazendo, Ravena? – ele perguntou com meio sorriso que alfinetou meu peito.
- Eu.. eu.. me perdoe, alteza. – coloquei a garrafa de volta e abaixei a cabeça em obediência, esperando meu castigo. – Foi um erro não perguntar o que sua alteza preferia beber.. eu realmente..
- Ravena, sente-se. – o tom autoritário e imperativo novamente fez meu corpo obedecer no automático. – Agora coma até se sentir satisfeita.
Comecei a comer. Pão, uma maçã, dois pêssegos maduros; o sabor era diferente quando a comida não estava estragada ou amanhecida.
Minhas mãos repousaram sobre a mesa logo que meu estômago ficou cheio.
- Volte para a cama e tire esse vestido.
Meu coração disparou alucinado. Eu me levantei e segui a passos lentos . “Não... por favor, isso não! Eu não quero sentir nojo de mim, eu não quero sentir toda aquela dor!”

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