(Ponto de Vista de Olivia)
A raiva que eu senti ao ver o túmulo da minha avó foi indescritível. A dor, no entanto, foi mais forte que a raiva que senti. A mulher fez tudo por mim, se certificou de que eu estudasse e me tornasse a mulher que sou hoje. Porém, não estive lá quando ela mais precisou de mim, não estive junto para dar a ela um sepultamento digno.
Ela foi enterrada como um cachorro, sem lápide ou foto. Meu coração se despedaçou ao perceber que as coisas chegaram a tal ponto, que ela se tornou uma vítima colateral. Mas eu iria corrigir tudo isso. Aqueles que me prejudicaram, aqueles que me causaram essa dor, sentiriam a mesma dor multiplicada por dez.
— Me leve de volta, Ethan, só vou avisar aos pais do Nick que estou voltando para casa.
Ele assentiu e saímos do cemitério. Deixei minha avó com a promessa de que eu faria as coisas certas por ela. O caminho de volta foi silencioso, enquanto eu pensava em maneiras de fazer dinheiro. Eu não tinha emprego, e ninguém me contrataria com meu histórico criminal.
Era isso que Nick queria quando me fez ser presa, e ele jurou que me faria pagar, que faria minha vida miserável enquanto eu vivesse.
— Eu vou esperar por você e te levar até a casa da sua avó.
Neguei com a cabeça, já o tinha incomodado o suficiente.
— Eu vou ficar bem, Ethan. Você pode seguir com o seu dia. Você é o CEO de uma grande empresa de tecnologia, não pode perder o seu dia com criminosos.
O rosto dele se endureceu ao me olhar. Se fosse antes, eu teria me intimidado com aquele olhar. Mas agora, depois de ter visto animais de verdade, aquele olhar ameaçador, vindo dele, não era nada.
Isso não me assustou nem me intimidou nem um pouco.
— Não se chame de criminosa, não na minha frente. E eu não vou embora. Entre lá e faça o que precisa fazer, depois podemos ir.
Sai do carro, mas antes de fechar a porta, disse:
— Aos olhos da lei, eu sou uma criminosa, seu amigo se certificou disso.
Não dei a ele a chance de tentar me convencer de que eu estava errada, ou de que eu não era uma criminosa e fui presa por algo que não fiz. O fato era que eu fui presa, fichada e cumpri pena. Isso significa que sou uma criminosa, meu registro diz isso. Agora, nas fichas de emprego, não posso pular a pergunta sobre se já tive um registro criminal.
Agora terei que preencher essa parte e explicar o tipo de crime que cometi. Quem iria me contratar depois de ler isso?
— Olivia, você voltou. Está tudo bem? Precisa de alguma coisa?
Sorri para minha sogra. Eu era grata a ela, afinal se não fosse por ela eu ainda estaria naquela cela, sendo espancada todos os dias para o prazer de alguém.
— Estou bem, mãe, não preciso de nada. Mas eu quero conversar com você e com o papai.
Antes que ela pudesse dizer algo, meu sogro apareceu.
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