(Ponto de Vista de Olivia)
Voltar para casa foi uma sensação estranha e ao mesmo tempo familiar. Cada cômodo que eu entrava me enchia de nostalgia e lembranças vívidas de mim e da minha avó. A casa estava suja, cheia de poeira. As paredes precisavam de uma nova pintura e o chão de um bom esfregaço.
Eu limpava, tentando esconder as lágrimas, embora já tivesse chorado o suficiente no cemitério. Agora era hora de agir, não de continuar chorando. Foi então que alguém bateu à porta, e eu fui abrir. May estava do outro lado com um sorriso pretensioso no rosto.
A mulher devia achar que eu ainda era a mesma Olivia ingênua de antes.
— Sim? — Perguntei, levantando uma sobrancelha.
— Olivia, sou eu, May.
Ela realmente achava que eu não sabia quem era? Mas decidi seguir o jogo.
— Caramba, não consegui te reconhecer, faz tanto tempo.
Ela me empurrou de lado e entrou na casa.
Isso me irritou, mas eu preferi ficar em silêncio.
— Nossa! Essa casa precisa de uma boa limpeza! Ouvi falar da sua prisão, e quero que saiba que não acreditei em nada do que disseram. A mídia pode ser cruel, mas não se preocupe, estou aqui agora.
Rolei os olhos e voltei para o que estava fazendo. May adorava se fazer de influente, quando a única coisa que ela tinha era uma necessidade desesperada por atenção.
Ela parecia desapontada por eu estar ignorando ela.
— Enfim, estava voltando do trabalho e vi que o portão estava aberto. Quis ver quem estava aqui, já que sua avó não está mais…
Meu olhar fez ela parar de falar e engolir em seco.
— Bem, é bom ter você de volta. Devemos jantar algum dia, e não se preocupe, eu vou pagar.
Eu desejava que ela simplesmente parasse de falar. Sua voz me irritava, e seus sorrisos falsos me faziam querer vomitar.
— Ouvi dizer que a Sandra agora mora na sua casa e está com o seu marido. Sinto muito por isso, sabe, algumas pessoas podem ser cruéis.
Eu parei o que estava fazendo e a olhei.
— Eu pareço me importar com isso, May? Me diga, por que exatamente você está aqui? Falsos sorrisos à parte.
Ela franziu a testa.
— Meu sorriso não é falso, Olivia. Eu estou genuinamente preocupada com você, mas você continua a mesma Olivia rude, que acha que é melhor que todo mundo.
Ela então saiu furiosa e eu voltei a fazer o que estava fazendo, sem me importar com May. Eu sabia que havia uma razão para ela estar ali. O mais provável era que Sandra a enviou ou algo assim, mas ela e seus sentimentos estavam longe de ser uma preocupação para mim.
Outra batida na porta me fez suspirar. No começo, ignorei, pensando que fosse May de novo. Mas a batida persistiu. Deixei a vassoura cair, irritada e pronta para dar uma boa resposta. Mas não era May. Era a amiga e vizinha da minha avó. A mesma mulher que a enterrara quando eu não pude.
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