OLIVIA
Eu estava com muita raiva. Como tinham podido fazer aquilo comigo? Eu odiava também não conseguir me lembrar. O que tinha acontecido comigo? Uma parte de mim queria acreditar no que meu pai dissera sobre Nathan, mas eu não queria acusá-lo de algo que ele não tinha feito. Quem poderia ter feito isso? Eu não conhecia ninguém em Macau.
Eu tinha tido sorte de aquele homem não ter feito nada além de tirar fotos. Isso indicava que as fotos eram o que ele queria. O objetivo parecia ser manchar a minha imagem, mas por quê? O que pretendiam ganhar com aquilo?
Eu saí do meu quarto, encontrei Nathan no saguão e nós fomos juntos até o estacionamento.
— Você está bem?
Eu nem olhei para ele. Eu não queria que ele ou qualquer outra pessoa visse o quanto eu estava despedaçada. Eu tinha filhos e um marido. Uma empresa para tocar, com acionistas que não gostavam de mim. Uma coisa daquelas não ia ajudar em nada.
— Estou bem.
Ele suspirou.
— Se você não estiver se sentindo bem, eu posso ir a esta reunião sozinho. Você não precisa se forçar, ainda temos alguns dias.
Ele não sabia o que estava acontecendo ou fingia inocência?
— Estou bem, Nathan, não se preocupe comigo.
Ele não disse nada e dirigiu até a empresa.
O problema começou quando a recepcionista me lançou um olhar estranho assim que nós entramos. Ela sabia, devia ter visto as notícias. Eu suspirei. Eu devia ter previsto que algo assim aconteceria.
Quando nós chegamos à sala de reuniões, não havia ninguém além de nós dois. A recepcionista nos trouxe chá, mas eu pedi água. Eu desejava estar em casa para pegar algo mais forte para beber.
Alguns minutos depois, os executivos entraram acompanhados pela equipe jurídica. Eles não pareciam nada bem. Obviamente, eles tinham visto as notícias. Eles nem cumprimentaram ao entrar na sala, o que também me indicou que não pretendiam assinar o acordo.
Tudo aquilo me fez duvidar de que Nathan pudesse ter feito isso. Ele também tinha muito a perder se o negócio não avançasse.
— Sra. Walker, nós vimos as notícias. Embora isso seja a sua vida pessoal e não tenha nada a ver conosco, os outros discordam.
Eu sabia que aquilo viria.
— Isso significa que o acordo está cancelado? — Eles trocaram um olhar.
— O acordo pode continuar contanto que você esteja excluída dele. Nós não queremos o nosso nome, a nossa marca, associados a esse tipo de coisa.
Ele fez uma pausa, observando os outros como quem busca confirmar se dizia tudo o que havia sido discutido antes da reunião.
— Como você sabe, o motivo de estarmos fazendo este acordo é para que nós possamos ser listados também, como o Grupo Jones.
Então era a isso que tinha chegado. Estava tudo bem enquanto o acordo saísse. Nós precisávamos deles tanto quanto eles precisavam de nós.
— Então, se eu não estiver envolvida, vocês vão assinar o acordo mesmo assim?
Eles pareceram surpresos com a minha pergunta, talvez esperassem outra reação, talvez que eu revidasse.
— Sim, claro, o acordo pode continuar. Nós só não queremos nenhuma negatividade ao redor do negócio antes mesmo de ele começar.
Eu não disse mais nada, eu me levantei e guardei o meu laptop.
— O que a fez fazer isso? Eu acredito que você seja casada e não com um homem comum. Qual foi o seu motivo?
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