Vingança Após o Divorcio romance Capítulo 423

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MARCUS

A única coisa em que consegui pensar no caminho foi em dar o fora de Londres. A cidade já não era para mim. Não havia necessidade de voltar nem no futuro, reuniões virtuais para a empresa teriam de se tornar a norma e, quem quisesse um encontro presencial, teria de ir até Vila Nova para me ver.

Como eu não estava disposto a assumir o negócio, deram-me o capuz de novo quando saí do lugar. Eu fiquei tão ansioso que a volta pareceu durar horas. Eu precisei sair dali, e rápido.

Por fim, o carro parou e tiraram o capuz. Nenhum de nós disse uma palavra quando eu desci do carro. Ao entrar em casa, encontrei Ethan na cozinha bebendo água.

— Onde você esteve a essa hora?

Eu poderia ter mentido e dito que tinha ido correr, mas a minha roupa definitivamente não era feita para corrida.

— Arrume as suas coisas, nós vamos embora. — Ele franziu a testa, erguendo uma sobrancelha. — E encerre a investigação sobre George.

Eu caminhei para o meu quarto para arrumar a mala, e Ethan me seguiu.

— Do que você está falando, o que aconteceu?

Eu não tive tempo de responder, nós precisávamos ir embora e logo. Eu peguei o telefone e liguei para o piloto, dizendo que nós iríamos partir.

— Cara, você está me assustando, o que está acontecendo?

Eu fui até o closet e peguei a mala. Coloquei-a em cima da cama e comecei a arrumar minhas roupas.

— Eu vou contar depois, por agora, arrume as suas coisas.

Ele percebeu que eu não estava brincando.

Ele se virou e foi para o quarto dele também. Eu continuei arrumando minhas coisas. Quando terminei, puxei a mala para fora do quarto.

— Ethan, onde caralhos você está? Vamos!

— Eu estou indo! — Ethan gritou de volta.

Eu estava na porta da cozinha, andando de um lado para o outro. Ethan apareceu e então parou no meio do caminho quando me viu.

— Ei, eu não me importo com o que porra está acontecendo, mas nós não vamos sair até você colocar alguma roupa e sapatos.

Eu olhei para os meus pés, eu estava descalço e ainda de roupa de dormir. Porra. Peguei a mala e a pus no balcão da cozinha, abri e tirei uma calça de moletom e tênis.

— Cara, eu não sei o que deixou você tão assustado, mas eu também quero muito dar o fora daqui. Eu sou jovem demais para morrer em um país estrangeiro. Eu nem tenho esposa ou um filho ainda!

Eu parei de amarrar os tênis, pensando no que Ethan tinha dito. Era uma possibilidade. Eu tinha visto o negócio deles e sabia quem estava envolvido. Eu podia não saber os nomes, mas eu sabia. Eles podiam me apagar se quisessem, fazer parecer um acidente, e ninguém perceberia. Porra.

— Nós precisamos ir agora.

Eu abri a porta e saí com a mala na mão. Ethan fez o mesmo. Nós entramos no carro e dirigimos direto para o aeroporto. Ainda não eram nem oito da manhã.

— Cara, me diga que nós não vamos morrer aqui.

A verdade era que eu não podia prometer nada. Eu não sabia o que aquelas pessoas estavam pensando ou planejando. Eu me arrependi de ter ido lá, eu deveria ter ido com a minha esposa, para protegê-la.