MARCUS
Aquilo tinha sido George no telefone, e eu soube que estavam me rastreando de algum jeito. Como caralhos ele soube que eu estava no jato? Não havia ninguém nos seguindo no caminho até lá, e mesmo assim ele soube. Aquilo me deixou com a sensação de estar nu em plena luz do dia, exposto a olhos que eu não via.
— Eu já disse que não quero nada a ver com isso, não me ligue de novo. — Eu estava prestes a encerrar a chamada quando ele falou.
— Estamos indo para Vila Nova então. Eu vou mandar os detalhes por mensagem. — Ele disse.
Porra nenhuma. Vila Nova era a minha casa, e eu não queria aqueles desgraçados lá nem por um segundo. Eu já me sentia invadido só de imaginar.
— Não! Nem ouse ir para Vila Nova. Faça a sua reuniãozinha onde vocês costumavam fazer e me deixe fora disso.
— Me deixe reformular. Não importa onde a reunião vai ser. Você vai estar lá. — Ele encerrou a ligação.
Eu tinha ficado fervendo de raiva. Aquilo queimava por dentro, como se me comesse o estômago.
— Como caralhos ele soube da minha partida, você ou alguém aqui contou para ele? — Eu gritei com o piloto. Aqueles filhos da puta pareciam ter olhos e ouvidos em todo lugar. Eles sabiam dos meus passos antes mesmo de eu os dar. Eles eram bem informados, informados demais.
— Eu não sei do que o senhor está falando, senhor. O telefone simplesmente tocou e eu atendi achando que era a torre. O homem pediu para falar com você e foi só isso.
Mesmo que ele soubesse, eu não achava que me contaria. Eu saí dali e voltei para o meu assento, tentando organizar a cabeça e falhando.
— Cara, eu quero saber, as coisas estão ficando mais estranhas e eu não quero mais ficar no escuro. Me diga qual monstro nós temos que enfrentar agora.
Eu tinha olhado para ele sem saber por onde começar. Estava tudo uma bagunça, uma porra de um emaranhado.
— Eu sou rico. Na verdade, rico nem começa a descrever o que eu sou. Eu sou um homem muito rico sendo forçado a assumir o império, um conglomerado.
Ethan me lançou um olhar zangado, pesado.
— Se você não quer me contar o que está acontecendo, então diga logo. Eu já sei que você é rico, Marcus, todo mundo sabe.
Ah, ele não estava entendendo. Eu mesmo ainda não entendia direito.
— Eu não estou falando do Grupo Walker.
Ele franziu as sobrancelhas, confuso.
— Isso tem algo a ver com o homem que você me pediu para investigar, George?
Eu assenti. Tinha tudo a ver com aquele velho fedorento.
— Você conhece a Lança?
Ele se endireitou no assento, como se o corpo entendesse antes da cabeça.
— O conglomerado, conheço, sim. — Ele disse, animado. Ele também tinha tentado trabalhar com eles, mas nunca responderam. Nick também. Naquele instante eu soube por quê.

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