MARCUS
A primeira coisa que Ethan fez quando pousamos foi ligar para Luke e pedir que enviasse os homens mais próximos para nos buscar no aeroporto. Se tivesse sido em qualquer outro dia ou por qualquer outro motivo, eu teria dito que ele estava exagerando, mas não naquele dia. Eu tinha ficado apavorado com o que havia acontecido, a ponto de estar tão paranoico quanto ele.
Assim que nós recebemos a autorização para desembarcar, Ethan foi o primeiro a ir em direção à porta, deixando a mala para trás.
— Quem vai carregar sua mala se você a deixar para trás? — Ele me lançou um olhar de ódio.
— São só roupas do caralho que posso comprar a qualquer momento, não preciso levar! Eu tinha suspirado e puxado a mala dele também.
Eu tentava parecer forte, não havia motivo para nós dois surtarmos abertamente. Por dentro, no entanto, eu tinha gelado até os ossos. Eu me perguntava havia quanto tempo eles vinham vigiando a mim e por que nunca tinham feito nada para ajudar. Ou será que era porque eu não era a pessoa em perigo diretamente?
Esse pensamento tinha feito meu estômago se contorcer em nós. Aquilo significava que eles só agiriam quando eu estivesse em perigo e que se danasse a minha família. Porra.
— Que caralho você está fazendo aí parado? Ande logo! Os carros estão aqui. — Ethan já estava gritando comigo lá embaixo enquanto eu permanecia no alto, com a mente enlouquecendo. Eu comecei a descer.
— Vão ajudar ele com as malas, porra, o que vocês estão esperando! — Ethan bradou para os homens.
Ele estava enlouquecendo, e não tinha nada de engraçado. Talvez contar para ele tivesse sido uma má ideia. Talvez eu devesse ter esperado e falado com Luke. Ao entrar no carro, ele olhava em volta como se fosse vê-los a qualquer momento.
Eu não os tinha visto e, ainda assim, eles tinham conseguido saber que eu saíra de casa e estava em um voo de volta. Eles eram assustadores para caralho. Eu achava que Luke era assustador, mas não, ele não era. Era verdade que, por mais assustador que alguém parecesse, sempre havia um monstro maior e mais cruel à solta por aí.
Luke também não tinha decepcionado. Ele enviara quatro carros cheios de homens e um quinto que tinha só dois caras, o motorista e outro ao lado dele. Dava para perceber que carregavam armas só pela maneira como os paletós assentavam nos ombros.
Eu não me importei com as armas. Na verdade, eu me sentia mais seguro com elas.
— Pisa nessa porra, não queremos morrer no caminho de casa. Temos pessoas para ver e às quais dizer adeus, se for para morrer. Não podemos morrer como Nick! — Ethan disparou.
Certo, ele realmente estava perdendo a noção.
— Ethan, não acho que eles farão nada com a gente, pelo menos não agora. Talvez, se eu não aparecer à reunião deles, aí é que os problemas começarão. Ele se virou e me fulminou com o olhar.
— Você acha que isso porra nenhuma importa agora? Eles já mostraram o que podem fazer e, pelo que fizeram, aqueles filhos da puta são imprevisíveis. Eu não quero morrer pelas mãos da maldita Lança. Ninguém vai nem encontrar nossos ossos se eles decidirem nos matar!
Que porra eu deveria fazer? Entrar na toca do leão sabendo muito bem que havia perigo lá? Quem faria uma merda dessas? Não uma pessoa normal, eu garanto.


VERIFYCAPTCHA_LABEL
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Vingança Após o Divorcio